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07/12/2006 - 10h48

PF vê indícios de caixa 2 no caso do dossiê

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LEONARDO SOUZA
ADRIANO CEOLIN
da Folha de S.Paulo, em Brasília

O delegado responsável pelo inquérito do dossiê antitucano, Diógenes Curado, disse ontem à CPI dos Sanguessugas que há indícios de crime eleitoral no caso. A PF encontrou elementos que apontam para a utilização de dinheiro de caixa dois na tentativa de compra do material que seria usado por petistas contra políticos do PSDB.

Conforme a Folha publicou em outubro, a principal linha de investigação da PF sobre a origem do dinheiro se baseia na hipótese de caixa dois, apesar de os investigadores entenderem que ainda é preciso reunir mais provas para indiciar os envolvidos no escândalo por esse tipo de crime eleitoral.

A audiência com Curado foi fechada. Segundo membros da CPI, o delegado deu a entender que os recursos foram levantados por membros da campanha do senador Aloizio Mercadante (PT-SP) ao governo de São Paulo. Esse quadro já havia sido delineado por Curado.

O delegado confirmou aos parlamentares o conteúdo de reportagem publicada ontem pela Folha sobre um celular "frio" usado por Hamilton Lacerda, ex-coordenador da campanha de Mercadante, ao longo da negociação do dossiê.

O circuito interno de TV do hotel Ibis flagrou Lacerda falando ao celular ao mesmo tempo em que havia uma ligação do celular "frio" para Gedimar Passos, emissário do PT encarregado de pagar pela documentação contra os tucanos.

Ligações do celular pessoal de Lacerda e do aparelho "frio" foram feitas a partir de antenas de telefonia celular próximas ao hotel, nas mesmas datas e com diferença de minutos. Para a PF, foi Lacerda quem levou o dinheiro (R$ 1,75 milhão) a Gedimar Passos.

"Torna-se evidente que o terminal móvel (11) 9826-8326 [o celular "frio", em nome da atriz Ana Paula Cardoso Vieira] era utilizado de fato por Hamilton Lacerda. (...) O terminal citado encontrava-se próximo ao hotel Ibis nas duas oportunidades em que o coordenador de campanha de Aloizio Mercadante passou pelo local", informa o relatório da PF entregue por Curado à CPI.

Na avaliação de deputados de oposição, Curado procurou proteger o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, jogando a culpa somente para a campanha de Aloizio Mercadante.

Mercadante

"Ficou muito claro a preocupação [do delegado] em preservar o presidente e entregar Mercadante", disse o deputado José Carlos Aleluia (PFL-BA). "Ele quer proteger a reeleição de Lula", afirmou Arnaldo Faria de Sá (PTB-SP).

Questionado sobre a eventual participação do presidente licenciado do PT, Ricardo Berzoini, Curado disse que não tinha elementos para fazer tal afirmação hoje, mas não negou a possibilidade de seu envolvimento. Ao final da sessão, o vice-presidente da CPI dos Sanguessugas, deputado Raul Jungmann (MD-PE), disse que já foram recolhidas no Senado as 27 assinaturas necessárias para a prorrogação da comissão até janeiro do ano que vem.

Agora, só falta conseguir o apoio da Câmara. "Já temos 72 assinaturas", disse Jungmann. O presidente da CPI, deputado Antonio Carlos Biscaia (PT-RJ), é contra a prorrogação. Segundo ele, em janeiro, haveria dificuldades para reunir os deputados a fim de votar o relatório: "Seria o pior dos mundos".

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