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14/12/2006
-
11h16
GABRIELA GUERREIRO
da Folha Online, em Brasília
O relatório final da CPI dos Sanguessugas, de autoria do senador Amir Lando (PMDB-RO), pede o indiciamento de seis acusados de envolvimento na compra do dossiê antitucano, além de outras quatro pessoas suspeitas de participação na máfia das ambulâncias. O senador decidiu pedir o indiciamento por crime de formação de quadrilha dos "aloprados" --apelido dado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva-- Gedimar Passos, Valdebran Padilha, Hamilton Lacerda, Jorge Lorenzetti, Osvaldo Bargas e Expedito Veloso.
O relator, no entanto, não conseguiu concluir a origem do R$ 1,7 milhão apreendido nas mãos de Gedimar e Valdebran --que seria supostamente utilizado na compra do dossiê.
Lando aponta, apenas, que o dinheiro teve como suposta origem o caixa dois de campanhas eleitorais de petistas. "Na hipótese de surgir provas que os valores destinados à aquisição do dossiê originaram-se do caixa de campanha ou de recursos partidários, configurar-se-ia infração eleitoral de abuso do poder econômico", afirma o senador no relatório.
Lando diz ainda que os resultados das investigações não permitem concluir que os candidatos Luiz Inácio Lula da Silva e Aloizio Mercadante --para quem supostamente o dossiê traria benefícios --tenham tido conhecimento prévio do dossiegate.
Sanguessugas
Além de indiciar os seis "aloprados", o relatório final da CPI também pede o indiciamento do empresário Abel Pereira, José Airton Cirilo, Raimundo Lacerda Filho e José Caubi Diniz por diversos crimes que vão desde tráfico de influência até fraudes em licitações, passando por atos de improbidade administrativa e corrupção ativa.
O relatório levanta suspeitas contra 58 das 600 prefeituras suspeitas de envolvimento no esquema de liberação de emendas para a compra superfaturada de ambulâncias, mas isenta os ex-ministros da Saúde José Serra (PSDB), Humberto Costa (PT), Saraiva Felipe (PMDB) e Barjas Negri (PSDB) de participação nas fraudes.
"Não ficou comprovado o conhecimento, autorização ou participação dos ministros que ocuparam recentemente a pasta da Saúde no que se refere ao tráfico de influência ali investigado, motivo pelo qual deixam de ser citados", afirma o relator.
Lando leu um resumo do relatório aos membros da CPI, que vota ainda nesta quinta-feira o texto final. O presidente da comissão, deputado Antonio Carlos Biscaia (PT-RJ) suspendeu os trabalhos da CPI por uma hora para que os parlamentares possam analisar o relatório final antes de votá-lo.
Os aloprados
A PF suspeita que Hamilton seja o chamado "homem da mala": quem levou o dinheiro (R$ 1,7 milhão) para o hotel Íbis, onde estavam hospedados Gedimar Passos e Valdebran Padilha. O dinheiro seria usado na compra do dossiê antitucano. Gedimar trabalhava no núcleo de inteligência do comitê de campanha do PT e Valdebran seria o elo entre o partido e o empresário Luiz Antônio Vedoin --o vendedor do suposto dossiê.
Jorge Lorenzetti, ex-coordenador do setor de inteligência da campanha de Luiz Inácio Lula da Silva, é apontado pela Polícia Federal como o articulador da trama.
Outros dois suspeitos de participar da trama, Oswaldo Bargas e Expedito Veloso, que também compunham o núcleo de inteligência da campanha de Lula, trocaram ligações entre si, com Lacerda e com Lorenzetti.
Com Folha de S.Paulo
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da Folha Online, em Brasília
O relatório final da CPI dos Sanguessugas, de autoria do senador Amir Lando (PMDB-RO), pede o indiciamento de seis acusados de envolvimento na compra do dossiê antitucano, além de outras quatro pessoas suspeitas de participação na máfia das ambulâncias. O senador decidiu pedir o indiciamento por crime de formação de quadrilha dos "aloprados" --apelido dado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva-- Gedimar Passos, Valdebran Padilha, Hamilton Lacerda, Jorge Lorenzetti, Osvaldo Bargas e Expedito Veloso.
O relator, no entanto, não conseguiu concluir a origem do R$ 1,7 milhão apreendido nas mãos de Gedimar e Valdebran --que seria supostamente utilizado na compra do dossiê.
Lando aponta, apenas, que o dinheiro teve como suposta origem o caixa dois de campanhas eleitorais de petistas. "Na hipótese de surgir provas que os valores destinados à aquisição do dossiê originaram-se do caixa de campanha ou de recursos partidários, configurar-se-ia infração eleitoral de abuso do poder econômico", afirma o senador no relatório.
Lando diz ainda que os resultados das investigações não permitem concluir que os candidatos Luiz Inácio Lula da Silva e Aloizio Mercadante --para quem supostamente o dossiê traria benefícios --tenham tido conhecimento prévio do dossiegate.
Sanguessugas
Além de indiciar os seis "aloprados", o relatório final da CPI também pede o indiciamento do empresário Abel Pereira, José Airton Cirilo, Raimundo Lacerda Filho e José Caubi Diniz por diversos crimes que vão desde tráfico de influência até fraudes em licitações, passando por atos de improbidade administrativa e corrupção ativa.
O relatório levanta suspeitas contra 58 das 600 prefeituras suspeitas de envolvimento no esquema de liberação de emendas para a compra superfaturada de ambulâncias, mas isenta os ex-ministros da Saúde José Serra (PSDB), Humberto Costa (PT), Saraiva Felipe (PMDB) e Barjas Negri (PSDB) de participação nas fraudes.
"Não ficou comprovado o conhecimento, autorização ou participação dos ministros que ocuparam recentemente a pasta da Saúde no que se refere ao tráfico de influência ali investigado, motivo pelo qual deixam de ser citados", afirma o relator.
Lando leu um resumo do relatório aos membros da CPI, que vota ainda nesta quinta-feira o texto final. O presidente da comissão, deputado Antonio Carlos Biscaia (PT-RJ) suspendeu os trabalhos da CPI por uma hora para que os parlamentares possam analisar o relatório final antes de votá-lo.
Os aloprados
A PF suspeita que Hamilton seja o chamado "homem da mala": quem levou o dinheiro (R$ 1,7 milhão) para o hotel Íbis, onde estavam hospedados Gedimar Passos e Valdebran Padilha. O dinheiro seria usado na compra do dossiê antitucano. Gedimar trabalhava no núcleo de inteligência do comitê de campanha do PT e Valdebran seria o elo entre o partido e o empresário Luiz Antônio Vedoin --o vendedor do suposto dossiê.
Jorge Lorenzetti, ex-coordenador do setor de inteligência da campanha de Luiz Inácio Lula da Silva, é apontado pela Polícia Federal como o articulador da trama.
Outros dois suspeitos de participar da trama, Oswaldo Bargas e Expedito Veloso, que também compunham o núcleo de inteligência da campanha de Lula, trocaram ligações entre si, com Lacerda e com Lorenzetti.
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