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21/12/2006 - 22h06

Acusado de comprar votos, Cassol diz que denúncia vem de devassa fiscal

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JOÃO CARLOS MAGALHÃES
da Agência Folha

Depois de ter seu recém-expedido diploma eleitoral contestado pelo Ministério Público por suposta compra de votos, o governador reeleito de Rondônia, Ivo Cassol (PPS), afirmou à Folha que as denúncias são conseqüência de uma devassa fiscal feita por seu governo em uma empresa do segundo colocado à corrida para o Senado no Estado, Acir Gurgacz (PDT-RO).

"Descobrimos que eles [Eucatur, empresa de transportes da família Gurgacz] declaram só R$ 1,8 milhão por mês, quando na verdade [movimentam] mais de R$ 10 milhões por mês. Ninguém comprou votos aqui", disse.

"Eles têm uma campanha cerrada no jornal deles ["Diário da Amazônia"] e na televisão deles [afiliada da RedeTV!] contra minha administração."

Para ele, Gurgacz teria pago R$ 5.000 para funcionários da Rocha Segurança e Vigilância (do irmão do senador eleito, Expedito Júnior) irem à Polícia Federal confirmar o esquema.

Na semana passada, um dos vigilantes que tentou confirmar esta versão de Cassol foi preso por agentes da PF por falso testemunho, depois que sua mulher o desmentiu. "Coagiram ela", disse o governador.

De acordo com as denúncias, cerca de 950 funcionários receberam R$ 100 para votar no governador, no senador e em outros dois candidatos a deputado. A reportagem ligou para quatro deles, que confirmaram terem recebido o pagamento.

Cassol também refutou sua ligação com Carlos dos Reis Batista (Prona), candidato derrotado à deputado estadual e suspeito de ter sua conta eleitoral usada para legalizar o dinheiro usado na suposta irregularidade.

"Se algum candidato a deputado estadual botou os pés pela cabeça, ele é responsável", afirmou. "Sempre frisei pela legalidade, nunca autorizei usarem meu nome indevidamente."

Ainda assim, ele confirmou que Batista esteve lotado na Casa Militar do governo. "É o secretário que nomeia [pessoas para o órgão]. E ele [Batista] já está afastado."

Cassol disse que uma das provas da honestidade de sua campanha é que, durante o período eleitoral, negou aumentos salariais para funcionários do Tribunal de Justiça e do Ministério Público.

"Se eu quisesse fazer média, eu teria aproveitado essas solicitações para ganhar em cima disso. Mas eu perdi votos com isso, para cumprir a lei."

Outro lado

Gurgacz disse que denunciou de fato a suposta compra de votos que teria beneficiado Cassol, mas apenas depois de a Polícia Federal começar as investigações.

"Não tem nada a ver uma coisa com a outra. Quem fez as denúncias foram os vigilantes", disse o empresário. Ele nega que tenha pago R$ 5.000 para que vigilantes confirmassem a denúncia à PF.

Segundo Gurgacz, a devassa fiscal sofrida por sua empresa de transportes, a Eucatur, é uma "perseguição". "Já houve duas fiscalizações no ano passado e nada foi encontrada. Não devemos nada ao Estado", afirmou.

Com mais de mil ônibus em todo o país, a empresa é líder de mercado em Rondônia. Segundo Gurgacz, a devassa ocorreu depois de sua denúncia à Justiça Eleitoral.

Ele é assumidamente interessado na cassação do diploma do senador eleito Expedito Júnior (PPS), por ter sido segundo colocado na disputa. "Claro que sou [interessado]. Me senti lesado e fui buscar a reparação na Justiça", afirmou.

"Querem fazer do Estado uma grande fazenda, onde eles mandam e desmandam", disse ele, sobre o grupo político de Cassol.

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