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23/12/2006
-
09h20
da Agência Folha, em Cuiabá
O deputado federal Ricardo Berzoini (PT-SP) --presidente do partido e coordenador da campanha de Lula até o escândalo do dossiê-- e seu subordinado Jorge Lorenzetti não foram responsabilizados no inquérito concluído ontem na Polícia Federal sobre a origem do dinheiro apreendido no hotel Ibis, em São Paulo, no dia 15 de setembro.
Com isso, a Polícia Federal descarta o envolvimento da campanha para a reeleição presidencial de Lula no escândalo. O dossiê e a exibição de fotos dos R$ 1,168 milhão e US$ 248,8 mil apreendidos no hotel são apontados como um dos motivos que levaram a eleição para o segundo turno.
Lorenzetti --ex-analista de risco e mídia da campanha de Lula-- foi citado no primeiro relatório parcial, em 20 de outubro, como "a pessoa que articulou em âmbito nacional a compra do dossiê".
No final de novembro, a Folha publicou reportagem na qual dizia que, após dois meses de investigação, a PF e o Ministério Público Federal haviam firmado a convicção de que a decisão de compra do dossiê contra tucanos havia partido de Berzoini. O deputado, porém, não aparece no relatório final.
A reportagem da Folha na ocasião se baseou nas declarações em "off" (com a identidade da fonte preservada pelo sigilo) de três autoridades federais que tiveram participação direta na investigação do caso.
A manchete da Folha no dia 26 de novembro foi: "Para PF, Berzoini mandou comprar dossiê".
Bargas e Expedito
Também não foram indiciados pela PF Osvaldo Bargas e Expedito Veloso, que, assim como Berzoini, atuaram na campanha de Lula. Os dois estiveram em Cuiabá com o empresário Luiz Antonio Vedoin, chefe da máfia dos sanguessugas, em 14 de setembro, véspera da apreensão do dinheiro.
Neste dia, Vedoin deu uma entrevista à revista "IstoÉ" e entregou documentos à Justiça Federal para acusar o envolvimento no esquema dos sanguessugas do empresário Abel Pereira, ligado ao ex-ministro e atual prefeito de Piracicaba Barjas Negri (PSDB), sucessor do governador eleito de São Paulo, o também tucano José Serra.
Vedoin disse à PF que a entrevista e a entrega dos documentos contra Abel Pereira faziam parte do dossiê.
Embora a CPI dos Sanguessugas tenha apresentado um relatório "vislumbrando" formação de quadrilha por Lorenzetti, Barjas e Expedito, a PF descartou o crime.
"Não temos nenhuma evidência no sentido de que sejam indiciados neste inquérito", afirmou o superintendente da PF em Cuiabá, Daniel Lorenz de Azevedo.
"Não foi possível a tipificação de formação quadrilha ou bando porque não foi constatada a associação estável e permanente para realização de mais um delito. Imagine o seguinte: mais de três pessoas se reúnem para assaltar um banco. Se depois nunca mais assaltarem outro, não existe quadrilha", afirmou o superintendente.
"O mais difícil na solução de problemas é justamente provar aquilo que é óbvio. Às vezes temos dificuldades de comprovar o que, no senso comum, na percepção de jornalistas e policiais, parece muito claro."
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Relatório final não responsabiliza Ricardo Berzoini
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O deputado federal Ricardo Berzoini (PT-SP) --presidente do partido e coordenador da campanha de Lula até o escândalo do dossiê-- e seu subordinado Jorge Lorenzetti não foram responsabilizados no inquérito concluído ontem na Polícia Federal sobre a origem do dinheiro apreendido no hotel Ibis, em São Paulo, no dia 15 de setembro.
Com isso, a Polícia Federal descarta o envolvimento da campanha para a reeleição presidencial de Lula no escândalo. O dossiê e a exibição de fotos dos R$ 1,168 milhão e US$ 248,8 mil apreendidos no hotel são apontados como um dos motivos que levaram a eleição para o segundo turno.
Lorenzetti --ex-analista de risco e mídia da campanha de Lula-- foi citado no primeiro relatório parcial, em 20 de outubro, como "a pessoa que articulou em âmbito nacional a compra do dossiê".
No final de novembro, a Folha publicou reportagem na qual dizia que, após dois meses de investigação, a PF e o Ministério Público Federal haviam firmado a convicção de que a decisão de compra do dossiê contra tucanos havia partido de Berzoini. O deputado, porém, não aparece no relatório final.
A reportagem da Folha na ocasião se baseou nas declarações em "off" (com a identidade da fonte preservada pelo sigilo) de três autoridades federais que tiveram participação direta na investigação do caso.
A manchete da Folha no dia 26 de novembro foi: "Para PF, Berzoini mandou comprar dossiê".
Bargas e Expedito
Também não foram indiciados pela PF Osvaldo Bargas e Expedito Veloso, que, assim como Berzoini, atuaram na campanha de Lula. Os dois estiveram em Cuiabá com o empresário Luiz Antonio Vedoin, chefe da máfia dos sanguessugas, em 14 de setembro, véspera da apreensão do dinheiro.
Neste dia, Vedoin deu uma entrevista à revista "IstoÉ" e entregou documentos à Justiça Federal para acusar o envolvimento no esquema dos sanguessugas do empresário Abel Pereira, ligado ao ex-ministro e atual prefeito de Piracicaba Barjas Negri (PSDB), sucessor do governador eleito de São Paulo, o também tucano José Serra.
Vedoin disse à PF que a entrevista e a entrega dos documentos contra Abel Pereira faziam parte do dossiê.
Embora a CPI dos Sanguessugas tenha apresentado um relatório "vislumbrando" formação de quadrilha por Lorenzetti, Barjas e Expedito, a PF descartou o crime.
"Não temos nenhuma evidência no sentido de que sejam indiciados neste inquérito", afirmou o superintendente da PF em Cuiabá, Daniel Lorenz de Azevedo.
"Não foi possível a tipificação de formação quadrilha ou bando porque não foi constatada a associação estável e permanente para realização de mais um delito. Imagine o seguinte: mais de três pessoas se reúnem para assaltar um banco. Se depois nunca mais assaltarem outro, não existe quadrilha", afirmou o superintendente.
"O mais difícil na solução de problemas é justamente provar aquilo que é óbvio. Às vezes temos dificuldades de comprovar o que, no senso comum, na percepção de jornalistas e policiais, parece muito claro."
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