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02/01/2007
-
09h09
FLÁVIA MARREIRO
enviada especial da Folha de S.Paulo a Brasília
Pouco depois das 21h de domingo, chuva fina lá fora, José Vieira da Silva, 61, e a mulher, Maria de Araújo Silva, dividiam um cobertor. O casal e mais seis companheiros da viagem de 12 horas de ônibus entre Ibiaí (MG) e Brasília eram os únicos no ginásio, nos arredores da Granja do Torto, reservado pelo PT para abrigar militantes de outras cidades.
Cansados da viagem, não esperariam a meia-noite. Nem se animaram a ir à festa promovida pelos petistas na Esplanada dos Ministérios. Clima inverso ao de quatro anos atrás, quando a capital foi palco de várias festas de Réveillon lotadas de petistas, que se estenderam por todo o dia da posse.
"Amanhã será um dia cheio. E eu tenho trabalho", diz Vieira, que reportaria a cerimônia, pelo celular, para a rádio comunitária de sua cidade. "Me formei repórter social no programa "Peixes, pessoas e água", que é feito em parceria com o Canadá", diz.
Vieira, pescador do rio São Francisco e fundador do PT de Ibiaí, fala do que mudou sob Lula. "Primeiro, a secretaria da Pesca, que Lula chama de ministério. Depois, fizemos as pazes com a polícia do meio ambiente. Antes, era só perseguição. Agora somos parceiros."
Em colchonetes, os petistas dividiam quentinhas, R$ 2 cada uma, pagas por eles. "O PT só pagou o ônibus e deu o ginásio", conta Vieira. No ginásio, na noite da virada, só três ônibus haviam chegado: de Ibiaí, de Coronel Fabriciano e de Belo Horizonte.
Maria do Araújo interveio. "Quer saber o que mudou? Foi o Bolsa Família. Crio meus netos e agora recebo R$ 85 por mês. A pesca caiu muito nestes tempos, não está dando." Os filho do casal e a nora assentem com a cabeça.
Música oitentista e sindicalistas --havia tudo para ser um encontro da esquerda festiva, como antigamente. Mas já passava das 22h e havia pouca gente sob a tenda grande com a bandeira do Brasil.
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enviada especial da Folha de S.Paulo a Brasília
Pouco depois das 21h de domingo, chuva fina lá fora, José Vieira da Silva, 61, e a mulher, Maria de Araújo Silva, dividiam um cobertor. O casal e mais seis companheiros da viagem de 12 horas de ônibus entre Ibiaí (MG) e Brasília eram os únicos no ginásio, nos arredores da Granja do Torto, reservado pelo PT para abrigar militantes de outras cidades.
Cansados da viagem, não esperariam a meia-noite. Nem se animaram a ir à festa promovida pelos petistas na Esplanada dos Ministérios. Clima inverso ao de quatro anos atrás, quando a capital foi palco de várias festas de Réveillon lotadas de petistas, que se estenderam por todo o dia da posse.
"Amanhã será um dia cheio. E eu tenho trabalho", diz Vieira, que reportaria a cerimônia, pelo celular, para a rádio comunitária de sua cidade. "Me formei repórter social no programa "Peixes, pessoas e água", que é feito em parceria com o Canadá", diz.
Vieira, pescador do rio São Francisco e fundador do PT de Ibiaí, fala do que mudou sob Lula. "Primeiro, a secretaria da Pesca, que Lula chama de ministério. Depois, fizemos as pazes com a polícia do meio ambiente. Antes, era só perseguição. Agora somos parceiros."
Em colchonetes, os petistas dividiam quentinhas, R$ 2 cada uma, pagas por eles. "O PT só pagou o ônibus e deu o ginásio", conta Vieira. No ginásio, na noite da virada, só três ônibus haviam chegado: de Ibiaí, de Coronel Fabriciano e de Belo Horizonte.
Maria do Araújo interveio. "Quer saber o que mudou? Foi o Bolsa Família. Crio meus netos e agora recebo R$ 85 por mês. A pesca caiu muito nestes tempos, não está dando." Os filho do casal e a nora assentem com a cabeça.
Música oitentista e sindicalistas --havia tudo para ser um encontro da esquerda festiva, como antigamente. Mas já passava das 22h e havia pouca gente sob a tenda grande com a bandeira do Brasil.
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