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02/01/2007
-
10h07
FERNANDO RODRIGUES
da Folha de S.Paulo, em Brasília
Uma cena descreve à perfeição o esvaziamento da posse presidencial ontem no Congresso. No início da tarde, a direção da Casa fez um movimento logo chamado de "liberou geral": jornalistas, funcionários de vários setores e convidados foram autorizados a entrar no plenário da Câmara e sentar nas cadeiras reservadas aos deputados. Foi a única forma de diminuir o constrangimento de um plenário com mais da metade dos lugares vagos.
Atrás de uma das cadeiras ocupadas pela Folha havia uma funcionária do apóio do serviço de taquigrafia. Tirou a sorte grande. É raro ter a chance de se sentar no plenário da Câmara, ainda mais numa posse presidencial. Apesar desse esforço de última hora, cerca de um terço das cadeiras ficou vago.
A presença minguada de público e de personalidades em geral não foi a única marca da posse de Luiz Inácio Lula da Silva. O ambiente estava desidratado de maneira geral em relação à cerimônia de quatro anos atrás.
Vestidos vermelhos? Só seis contra uma profusão na primeira posse lulista. A própria primeira-dama, Marisa Letícia, amarelou o traje. Um dos filhos do casal presidencial, Fábio Luís Lula da Silva, o Lulinha, trajava uma gravata vermelha.
Houve menos aplausos do que em 2003 e nenhuma palavra de ordem que tenha sido cantada de maneira efusiva por todo o plenário. Era como se todos estivessem ali para cumprir um ritual maçante e obrigatório. "Acho normal. Não era para ser uma apoteose. O momento é outro", explicava o líder do PT na Câmara, Henrique Fontana (RS).
Dos 27 governadores eleitos e que tomaram posse ontem, 6 apareceram (dois deles do PT): Binho Marques (PT-AC), Cid Gomes (PSB-CE), Marcelo Miranda (PMDB-TO), Sérgio Cabral (PMDB-RJ), Waldez Goes (PDT-AP) e Wellington Dias (PT-PI).
Dos 513 deputados federais, apenas 107 compareceram. Havia também 23 dos 81 senadores.
Na própria Mesa Diretora houve uma defecção importante: o primeiro-secretário da Câmara, Inocêncio Oliveira (PL-PE), preferiu ficar em seu Estado natal e não cumpriu seu dever constitucional de ler o termo de posse de Lula e do vice, José Alencar.
A tarefa então seria repassada a Nilton Capixaba (PTB-RO), o segundo-secretário. Ele estava presente, mas teve seu nome envolvido no escândalo dos sanguessugas. Repassou-se então a missão ao terceiro-secretário, Eduardo Gomes (PSDB-TO).
O cuidado extra do cerimonial da Câmara poupou Lula do constrangimento apenas por algum tempo. O presidente teve de caminhar lentamente até a saída do plenário, abraçando muitos dos políticos presentes, sem distinção. "Fleury, meu caro", disse para o deputado Luiz Antonio Fleury Filho (PTB-SP), quando avistou o ex-governador paulista, em quem deu um forte abraço.
Mais adiante, cumprimentou o presidente nacional do PRTB, Levy Fidelix, o mesmo partido de Fernando Collor --eleito senador por Alagoas, mas ausente ontem.
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da Folha de S.Paulo, em Brasília
Uma cena descreve à perfeição o esvaziamento da posse presidencial ontem no Congresso. No início da tarde, a direção da Casa fez um movimento logo chamado de "liberou geral": jornalistas, funcionários de vários setores e convidados foram autorizados a entrar no plenário da Câmara e sentar nas cadeiras reservadas aos deputados. Foi a única forma de diminuir o constrangimento de um plenário com mais da metade dos lugares vagos.
Atrás de uma das cadeiras ocupadas pela Folha havia uma funcionária do apóio do serviço de taquigrafia. Tirou a sorte grande. É raro ter a chance de se sentar no plenário da Câmara, ainda mais numa posse presidencial. Apesar desse esforço de última hora, cerca de um terço das cadeiras ficou vago.
A presença minguada de público e de personalidades em geral não foi a única marca da posse de Luiz Inácio Lula da Silva. O ambiente estava desidratado de maneira geral em relação à cerimônia de quatro anos atrás.
Vestidos vermelhos? Só seis contra uma profusão na primeira posse lulista. A própria primeira-dama, Marisa Letícia, amarelou o traje. Um dos filhos do casal presidencial, Fábio Luís Lula da Silva, o Lulinha, trajava uma gravata vermelha.
Houve menos aplausos do que em 2003 e nenhuma palavra de ordem que tenha sido cantada de maneira efusiva por todo o plenário. Era como se todos estivessem ali para cumprir um ritual maçante e obrigatório. "Acho normal. Não era para ser uma apoteose. O momento é outro", explicava o líder do PT na Câmara, Henrique Fontana (RS).
Dos 27 governadores eleitos e que tomaram posse ontem, 6 apareceram (dois deles do PT): Binho Marques (PT-AC), Cid Gomes (PSB-CE), Marcelo Miranda (PMDB-TO), Sérgio Cabral (PMDB-RJ), Waldez Goes (PDT-AP) e Wellington Dias (PT-PI).
Dos 513 deputados federais, apenas 107 compareceram. Havia também 23 dos 81 senadores.
Na própria Mesa Diretora houve uma defecção importante: o primeiro-secretário da Câmara, Inocêncio Oliveira (PL-PE), preferiu ficar em seu Estado natal e não cumpriu seu dever constitucional de ler o termo de posse de Lula e do vice, José Alencar.
A tarefa então seria repassada a Nilton Capixaba (PTB-RO), o segundo-secretário. Ele estava presente, mas teve seu nome envolvido no escândalo dos sanguessugas. Repassou-se então a missão ao terceiro-secretário, Eduardo Gomes (PSDB-TO).
O cuidado extra do cerimonial da Câmara poupou Lula do constrangimento apenas por algum tempo. O presidente teve de caminhar lentamente até a saída do plenário, abraçando muitos dos políticos presentes, sem distinção. "Fleury, meu caro", disse para o deputado Luiz Antonio Fleury Filho (PTB-SP), quando avistou o ex-governador paulista, em quem deu um forte abraço.
Mais adiante, cumprimentou o presidente nacional do PRTB, Levy Fidelix, o mesmo partido de Fernando Collor --eleito senador por Alagoas, mas ausente ontem.
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