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19/01/2007
-
09h44
ELIANE CANTANHÊDE
enviada especial da Folha de S.Paulo ao Rio de Janeiro
O comunicado conjunto da 32ª Reunião de Cúpula do Mercosul começa com uma reiteração do compromisso com a consolidação democrática na região, semanas depois de o presidente Hugo Chávez anunciar nacionalização de empresas, não-renovação de um canal de televisão e reeleições ilimitadas para ele próprio.
O texto com 31 ítens, obtido pela Folha, será divulgado hoje e abre dizendo que os presidentes dos países membros ou associados ao Mercosul "reiteraram o firme compromisso de seus governos com a consolidação democrática e o respeito aos direitos humanos".
Já no item dois, eles "manifestam satisfação" pelas eleições no Equador e na própria Venezuela, "que confirmaram o compromisso da região com os valores democráticos e com a promoção do desenvolvimento econômico, da participação social e o bem-estar em favor de todos os cidadãos".
Há também referência às assimetrias entre os países do bloco, defendendo que os acordos comerciais "devem assegurar facilidades ampliadas de acesso a mercados para a oferta exportável dos países de menor desenvolvimento relativo".
O parágrafo 15 contém um agrado para o Brasil, que tem entre suas prioridades na política externa obter um assento permanente no Conselho de Segurança da ONU (Organização das Nações Unidas).
Os presidentes manifestam "a importância de seguir envidando esforços no sentido de promover a necessária reforma do Conselho (...), tornando-o mais democrático, representativo e transparente".
Reconheceram a "urgente necessidade" de concluir negociações da Rodada Doha da Organização Mundial do Comércio, que, entre outras coisas, visa reduzir subsídios à agricultura que prejudicam países em desenvolvimento. As negociações chegaram a um impasse em 2006, mas devem ser retomadas já no início deste ano.
O texto será submetido formalmente hoje aos presidentes em nova reunião, podendo sofrer pequenos reparos de forma, dificilmente de conteúdo.
Mercocéticos
Ao abrir a reunião de chanceleres ontem, o ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, dedicou a maior parte de seus dez minutos de discurso para elogiar a entrada da Venezuela no Mercosul e fazer referências elogiosas à Bolívia, que se candidata a integrar o bloco.
Lembrou que o mercado do Mercosul era de US$ 4 bilhões ou US$ 5 bilhões e hoje já está em US$ 25 bilhões, num crescimento raro, sobretudo em grupos de países em desenvolvimento. "A Venezuela traz um aporte muito importante para o Mercosul, não só pela importância do país, das mudanças sociais que lá ocorrem e pela importância que tem seu engajamento com a integração sul-americana mas também pela percepção clara, pela primeira vez, de que o Mercosul não é apenas um acordo do Cone Sul, mas uma integração de toda a América do Sul".
"Os mercocéticos ou mercocríticos se inquietam quando vêem algo como a entrada da Venezuela, e o nosso bloco está se fortalecendo", disse ele.
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Texto final Cúpula do Mercosul cobra compromisso democrático
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enviada especial da Folha de S.Paulo ao Rio de Janeiro
O comunicado conjunto da 32ª Reunião de Cúpula do Mercosul começa com uma reiteração do compromisso com a consolidação democrática na região, semanas depois de o presidente Hugo Chávez anunciar nacionalização de empresas, não-renovação de um canal de televisão e reeleições ilimitadas para ele próprio.
O texto com 31 ítens, obtido pela Folha, será divulgado hoje e abre dizendo que os presidentes dos países membros ou associados ao Mercosul "reiteraram o firme compromisso de seus governos com a consolidação democrática e o respeito aos direitos humanos".
Já no item dois, eles "manifestam satisfação" pelas eleições no Equador e na própria Venezuela, "que confirmaram o compromisso da região com os valores democráticos e com a promoção do desenvolvimento econômico, da participação social e o bem-estar em favor de todos os cidadãos".
Há também referência às assimetrias entre os países do bloco, defendendo que os acordos comerciais "devem assegurar facilidades ampliadas de acesso a mercados para a oferta exportável dos países de menor desenvolvimento relativo".
O parágrafo 15 contém um agrado para o Brasil, que tem entre suas prioridades na política externa obter um assento permanente no Conselho de Segurança da ONU (Organização das Nações Unidas).
Os presidentes manifestam "a importância de seguir envidando esforços no sentido de promover a necessária reforma do Conselho (...), tornando-o mais democrático, representativo e transparente".
Reconheceram a "urgente necessidade" de concluir negociações da Rodada Doha da Organização Mundial do Comércio, que, entre outras coisas, visa reduzir subsídios à agricultura que prejudicam países em desenvolvimento. As negociações chegaram a um impasse em 2006, mas devem ser retomadas já no início deste ano.
O texto será submetido formalmente hoje aos presidentes em nova reunião, podendo sofrer pequenos reparos de forma, dificilmente de conteúdo.
Mercocéticos
Ao abrir a reunião de chanceleres ontem, o ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, dedicou a maior parte de seus dez minutos de discurso para elogiar a entrada da Venezuela no Mercosul e fazer referências elogiosas à Bolívia, que se candidata a integrar o bloco.
Lembrou que o mercado do Mercosul era de US$ 4 bilhões ou US$ 5 bilhões e hoje já está em US$ 25 bilhões, num crescimento raro, sobretudo em grupos de países em desenvolvimento. "A Venezuela traz um aporte muito importante para o Mercosul, não só pela importância do país, das mudanças sociais que lá ocorrem e pela importância que tem seu engajamento com a integração sul-americana mas também pela percepção clara, pela primeira vez, de que o Mercosul não é apenas um acordo do Cone Sul, mas uma integração de toda a América do Sul".
"Os mercocéticos ou mercocríticos se inquietam quando vêem algo como a entrada da Venezuela, e o nosso bloco está se fortalecendo", disse ele.
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