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29/01/2007 - 09h35

Em Davos, empresários vêem Previdência como problema

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CLÓVIS ROSSI
SHEILA D'AMORIM
enviados especiais da Folha de S.Paulo a Davos

Do discurso brasileiro sobre crescimento durante a passagem da comitiva do presidente Luiz Inácio Lula da Silva pelo Fórum Econômico Mundial, em Davos, ficou uma certeza entre os empresários e investidores presentes com interesse no país: o Brasil não terá como fugir de atacar o problema da Previdência Social para alcançar taxas de crescimento acima de 5% ao ano.

A avaliação é que a mensagem que o presidente, os três ministros --Guido Mantega (Fazenda), Luiz Fernando Furlan (Desenvolvimento) e Celso Amorim (Relações Exteriores)-- que o acompanharam e o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, tentaram passar nos encontros que tiveram precisa de ações concretas nesse campo.

Para Gilberto Marin Quintero, executivo do grupo P.I Mabe, fabricante de fraldas descartáveis, do México, Lula falou em acelerar o crescimento brasileiro, mas sem mencionar números. Segundo ele, a questão fiscal é um ponto importante para destravar a economia no país, assim como a trajetória dos juros e precisa de uma solução. E esse foi o ponto do seu questionamento ao presidente.

De acordo com um empresário da área de infra-estrutura, que participou de um encontro fechado de Lula com um grupo de potenciais investidores, a tese defendida de que o rombo da Previdência está influenciado por uma política de inclusão social, pode até ser "um conceito estrutural" correto. Mas isso, na sua análise, "não faz o problema desaparecer".

Segundo ele, "a Previdência não é auto-sustentável e terá que sofrer correção". Por isso, o fórum que foi criado com o PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), avalia, deverá ter resultados concretos.

O presidente Lula defendeu em seu discurso no Fórum Econômico Mundial que não há déficit no regime de previdência do INSS se forem retirados da conta os trabalhadores que não contribuíram para o sistema e foram incluídos como beneficiários, na Constituição de 1988. Na verdade, eles representaram, no ano passado, R$ 28,5 bilhões de um déficit total de R$ 42 bilhões. Com isso, ainda há uma diferença de R$ 13 bilhões que também precisa ser coberta e é referente às aposentadorias urbanas.

Crescimento

O Fórum de Davos foi encerrado, ontem, com uma perspectiva de que 2007 será mais um ano de crescimento forte no mundo. Para os empresários e investidores ouvidos pela Folha, isso será positivo para o crescimento brasileiro e o governo está indo na direção certa ao tentar desobstruir gargalos da economia como a questão da infra-estrutura.

"Foi uma mensagem forte sobre o crescimento", destacou Caio Koch-Weser, vice-presidente do Deutsche Bank, referindo-se ao discurso de Lula, na sua passagem pelo fórum.

"O presidente e os ministros dão importância ao programa social e econômico e é preciso ver como isso será feito com equilíbrio fiscal", disse, enfatizando, no entanto, que a imagem dos brasileiros foi de "tranqüilidade".

"O Brasil lançou as bases, as idéias. Em março, começa a realidade do dia-a-dia. É bom sinal ter clareza das suas prioridades, mas o grande tema será a implementação [das medidas necessárias para o crescimento], a formação da nova equipe e a composição política [no Congresso Nacional]", observou Jacques Marcovitch, ex-reitor da USP (Universidade de São Paulo).

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