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01/02/2007
-
09h31
FÁBIO ZANINI
da Folha de S.Paulo, em Brasília
Arlindo Chinaglia (PT-SP), 58, diz que foi ele quem iniciou o ex-ministro Antonio Palocci na política, nos anos 70, quando presidia o Sindicato dos Médicos de São Paulo. "De lá para cá o Palocci se tornou um craque. Não porque é inteligente, mas porque é calmo. Isso é um perigo", afirma.
A calma do antigo pupilo é um objetivo que Chinaglia persegue e não alcança. Às vezes, parece sofrer de "dupla personalidade política". Dentro do PT, é um articulador hábil, que convive bem com todas as tendências, sem grandes inimigos internos. Uma façanha.
Fora das instâncias partidárias, Chinaglia é explosivo. Mandou Aécio Neves (PSDB) "calar a boca" numa discussão em 1998. Ameaçou "dar porrada" em José Lourenço (PFL-BA) numa sessão sobre reforma da Previdência. Já trocou barrigadas com Inocêncio Oliveira (PR-PE) no plenário.
Em 1995, o ano em que estreou na mídia nacional, denunciou fraudes no caso Sivam e derrubou o então secretário de Acompanhamento Econômico, José Milton Dallari.
No governo FHC, se havia alguma chance de CPI, era com ele. Tentou emplacar várias, geralmente sem sucesso.
A experiência lhe valeu um lugar de destaque na operação-abafa montada em 2005, quando estourou o escândalo nos Correios. "Eu já estive do outro lado, sei do poder que o governo tem", disse, à época.
Petistas o classificam como um obstinado, mas que toma cuidado para não avançar a um ponto que não permita reconciliação futura. Já esteve do lado oposto a figuras de proa do partido: José Dirceu, Marta Suplicy, José Genoino, e Ricardo Berzoini. Hoje, todos o apóiam. Nomeou Cândido Vaccarezza (PT-SP), antigo rival, coordenador da campanha.
Sua candidatura foi obra metódica de engenharia política. Pôs-se primeiro a costurar o apoio do PT, vencendo resistências, por exemplo, de Marco Aurélio Garcia e Tarso Genro.
Desafiou a noção de que Aldo Rebelo era o preferido de Lula. "Conheço o Lula há tempo suficiente para saber que o que ele mais gosta é de contrariar a opinião que as pessoas têm do que pensa", disse, numa reunião. "O preferido de Lula não é Aldo nem eu. É quem ganhar."
Ao montar seu comando político, privilegiou parlamentares especialistas em saber o que pedem os deputados.
Viu-se cercado de "mensaleiros" que defendeu tenazmente durante a crise, como João Paulo (PT-SP), José Mentor (PT-SP) e Paulo Rocha (PT-PA). O ex-líder do PP, José Janene (PR), acusado de ser um dos operadores do esquema, foi peça-chave para garantir o apoio oficial do PP ao petista.
Dirceu, interessado em retomar os direitos políticos, entrou com tudo na campanha.
De azarão a favorito, traçou uma estratégia que incluía conquistar um partido por vez. Segundo amigos, o grave acidente de carro que sofreu há oito meses suavizou sua personalidade explosiva. Hoje, é chamado até de "Arlindo paz e amor".
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Arlindo Chinaglia: hábil no PT, mas explosivo no plenário
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da Folha de S.Paulo, em Brasília
Arlindo Chinaglia (PT-SP), 58, diz que foi ele quem iniciou o ex-ministro Antonio Palocci na política, nos anos 70, quando presidia o Sindicato dos Médicos de São Paulo. "De lá para cá o Palocci se tornou um craque. Não porque é inteligente, mas porque é calmo. Isso é um perigo", afirma.
A calma do antigo pupilo é um objetivo que Chinaglia persegue e não alcança. Às vezes, parece sofrer de "dupla personalidade política". Dentro do PT, é um articulador hábil, que convive bem com todas as tendências, sem grandes inimigos internos. Uma façanha.
Fora das instâncias partidárias, Chinaglia é explosivo. Mandou Aécio Neves (PSDB) "calar a boca" numa discussão em 1998. Ameaçou "dar porrada" em José Lourenço (PFL-BA) numa sessão sobre reforma da Previdência. Já trocou barrigadas com Inocêncio Oliveira (PR-PE) no plenário.
Em 1995, o ano em que estreou na mídia nacional, denunciou fraudes no caso Sivam e derrubou o então secretário de Acompanhamento Econômico, José Milton Dallari.
No governo FHC, se havia alguma chance de CPI, era com ele. Tentou emplacar várias, geralmente sem sucesso.
A experiência lhe valeu um lugar de destaque na operação-abafa montada em 2005, quando estourou o escândalo nos Correios. "Eu já estive do outro lado, sei do poder que o governo tem", disse, à época.
Petistas o classificam como um obstinado, mas que toma cuidado para não avançar a um ponto que não permita reconciliação futura. Já esteve do lado oposto a figuras de proa do partido: José Dirceu, Marta Suplicy, José Genoino, e Ricardo Berzoini. Hoje, todos o apóiam. Nomeou Cândido Vaccarezza (PT-SP), antigo rival, coordenador da campanha.
Sua candidatura foi obra metódica de engenharia política. Pôs-se primeiro a costurar o apoio do PT, vencendo resistências, por exemplo, de Marco Aurélio Garcia e Tarso Genro.
Desafiou a noção de que Aldo Rebelo era o preferido de Lula. "Conheço o Lula há tempo suficiente para saber que o que ele mais gosta é de contrariar a opinião que as pessoas têm do que pensa", disse, numa reunião. "O preferido de Lula não é Aldo nem eu. É quem ganhar."
Ao montar seu comando político, privilegiou parlamentares especialistas em saber o que pedem os deputados.
Viu-se cercado de "mensaleiros" que defendeu tenazmente durante a crise, como João Paulo (PT-SP), José Mentor (PT-SP) e Paulo Rocha (PT-PA). O ex-líder do PP, José Janene (PR), acusado de ser um dos operadores do esquema, foi peça-chave para garantir o apoio oficial do PP ao petista.
Dirceu, interessado em retomar os direitos políticos, entrou com tudo na campanha.
De azarão a favorito, traçou uma estratégia que incluía conquistar um partido por vez. Segundo amigos, o grave acidente de carro que sofreu há oito meses suavizou sua personalidade explosiva. Hoje, é chamado até de "Arlindo paz e amor".
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