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01/02/2007
-
16h37
da Folha Online
Começou por volta das 16h30 a votação para a eleição para a presidência da Câmara. Disputam o cargo os deputados Arlindo Chinaglia (PT-SP), Gustavo Fruet (PSDB-PR) e Aldo Rebelo (PC do B-SP) --esse último tenta a reeleição. O candidato eleito vai comandar a Câmara no biênio 2007-2008.
A eleição para a presidência da Câmara dividiu a base governista na Casa, já que tanto Aldo como Chinaglia pertencem a partidos que dão sustentação ao governo de coalizão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
O desgaste na base ficou evidente nesta semana durante debate promovido pela TV Câmara, quando Aldo afirmou que não "julga prudente nem equilibrado a concentração de poder" nas mãos de um só partido. "Não creio que se deva dar mais força a um único partido. Não julgo prudente para o próprio PT a concentração de poder", disse.
A declaração de Aldo foi prontamente criticada por integrantes do PT. O presidente nacional do PT, Ricardo Berzoini (SP), disse que a atitude de Aldo foi "inadequada e deselegante" com o partido aliado. "Não foi um gesto elegante. Elegância é bom para consolidar lideranças. Ele tentou criar um ambiente de rejeição ao PT que não existe", disse o presidente do partido.
Chinaglia ganhou os apoios do PMDB, PT, PP, PR, PTB, PSC, PTC e PT do B. Aldo conta com o apoio do bloco formado por PSB, PDT, PC do B, PAN, PMN e, curiosamente, do PFL --que pertence a oposição. Já Fruet tem o apoio oficial do PSDB e PPS, além de integrantes da terceira via.
O deputado eleito Ciro Gomes (PSB-CE), ex-ministro da Integração Nacional, disse temer que "feridas insuperáveis" apareçam após a disputa pelo comando da Casa, o que poderia colocar em risco a coalizão proposta pelo presidente Lula.
Antes disso, ele já havia pregado um entendimento entre Aldo e Chinaglia para evitar um racha ainda maior na base aliada. "Estou preocupado porque a eleição para a Mesa da Câmara não é a única discussão que está em jogo aqui. O que está em discussão é a qualidade do governo Lula, que dependerá de um bom cimento político que nós estamos tentando montar. Nesta perspectiva, acho uma insensatez que duas forças políticas aliadas não encontrem uma fórmula, ainda que complexa, de sairmos desse episódio unidos", disse ele na terça-feira passada.
Apesar dos apelos, tanto Aldo como Chinaglia mantiveram suas candidaturas. O primeiro a entrar oficialmente na disputa foi Aldo, que era tido como o candidato preferido do presidente Lula. O PT, entretanto, ignorou a coalizão governista e decidiu lançar Chinaglia para disputar a presidência da Casa com Aldo.
Esta não é a primeira vez que a base governista entra dividida na eleição para a presidência da Câmara. Em 2005, o PT contava com dois candidatos: Luiz Eduardo Greenhalgh (SP) e Virgílio Guimarães (MG). Quem venceu o pleito foi Severino Cavalcanti (PP-PE), que impôs uma derrota aos candidatos da base governista.
Os líderes partidários fecharam um acordo para evitar a distribuição de material pelos candidatos, além da contratação de recepcionistas --que tradicionalmente faziam uma espécie de boca-de-urna para os candidatos.
Neste ano, ao contrário das eleições anteriores, os corredores da Casa estão vazios e limpos, sem material de campanha espalhado pelos corredores. Os candidatos optaram pelo corpo-a-corpo.
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Começa votação para eleição do presidente da Câmara
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Começou por volta das 16h30 a votação para a eleição para a presidência da Câmara. Disputam o cargo os deputados Arlindo Chinaglia (PT-SP), Gustavo Fruet (PSDB-PR) e Aldo Rebelo (PC do B-SP) --esse último tenta a reeleição. O candidato eleito vai comandar a Câmara no biênio 2007-2008.
Arte/Folha Online |
Candidatos à presidência da Câmara |
A eleição para a presidência da Câmara dividiu a base governista na Casa, já que tanto Aldo como Chinaglia pertencem a partidos que dão sustentação ao governo de coalizão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
O desgaste na base ficou evidente nesta semana durante debate promovido pela TV Câmara, quando Aldo afirmou que não "julga prudente nem equilibrado a concentração de poder" nas mãos de um só partido. "Não creio que se deva dar mais força a um único partido. Não julgo prudente para o próprio PT a concentração de poder", disse.
A declaração de Aldo foi prontamente criticada por integrantes do PT. O presidente nacional do PT, Ricardo Berzoini (SP), disse que a atitude de Aldo foi "inadequada e deselegante" com o partido aliado. "Não foi um gesto elegante. Elegância é bom para consolidar lideranças. Ele tentou criar um ambiente de rejeição ao PT que não existe", disse o presidente do partido.
Chinaglia ganhou os apoios do PMDB, PT, PP, PR, PTB, PSC, PTC e PT do B. Aldo conta com o apoio do bloco formado por PSB, PDT, PC do B, PAN, PMN e, curiosamente, do PFL --que pertence a oposição. Já Fruet tem o apoio oficial do PSDB e PPS, além de integrantes da terceira via.
O deputado eleito Ciro Gomes (PSB-CE), ex-ministro da Integração Nacional, disse temer que "feridas insuperáveis" apareçam após a disputa pelo comando da Casa, o que poderia colocar em risco a coalizão proposta pelo presidente Lula.
Antes disso, ele já havia pregado um entendimento entre Aldo e Chinaglia para evitar um racha ainda maior na base aliada. "Estou preocupado porque a eleição para a Mesa da Câmara não é a única discussão que está em jogo aqui. O que está em discussão é a qualidade do governo Lula, que dependerá de um bom cimento político que nós estamos tentando montar. Nesta perspectiva, acho uma insensatez que duas forças políticas aliadas não encontrem uma fórmula, ainda que complexa, de sairmos desse episódio unidos", disse ele na terça-feira passada.
Arte/Folha |
Bancadas da Câmara |
Apesar dos apelos, tanto Aldo como Chinaglia mantiveram suas candidaturas. O primeiro a entrar oficialmente na disputa foi Aldo, que era tido como o candidato preferido do presidente Lula. O PT, entretanto, ignorou a coalizão governista e decidiu lançar Chinaglia para disputar a presidência da Casa com Aldo.
Esta não é a primeira vez que a base governista entra dividida na eleição para a presidência da Câmara. Em 2005, o PT contava com dois candidatos: Luiz Eduardo Greenhalgh (SP) e Virgílio Guimarães (MG). Quem venceu o pleito foi Severino Cavalcanti (PP-PE), que impôs uma derrota aos candidatos da base governista.
Os líderes partidários fecharam um acordo para evitar a distribuição de material pelos candidatos, além da contratação de recepcionistas --que tradicionalmente faziam uma espécie de boca-de-urna para os candidatos.
Neste ano, ao contrário das eleições anteriores, os corredores da Casa estão vazios e limpos, sem material de campanha espalhado pelos corredores. Os candidatos optaram pelo corpo-a-corpo.
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