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01/02/2007
-
22h51
FABIANA FUTEMA
Editora de Brasil da Folha Online
Após a vitória de Arlindo Chinaglia (PT-SP) sobre Aldo Rebelo (PC do B-SP) na disputa pela presidência da Câmara dos Deputados, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva terá dois grandes desafios pela frente. O primeiro deles é cicatrizar as feridas abertas na base aliada durante o embate entre os dois candidatos governistas. A segunda missão é aplacar o apetite do PT por cargos dentro do governo.
O "mercúrio" de Lula terá de entrar em ação já durante as costuras para a formação do novo ministério. O dilema é descobrir uma "saída honrosa" para compensar a derrota de Aldo. A nomeação do comunista para um ministério é rejeitada pelas bancadas do PSB e PC do B.
Os dois partidos --tradicionais aliados do presidente-- não escondem a insatisfação de terem sido ignorados pela fome do PT pela presidência da Câmara. O deputado Ciro Gomes (PSB-CE) disse hoje que a disputa em segundo turno entre Aldo e Chinaglia só serviu para "sangrar um pouco mais a base aliada". "É algo abaixo da sensatez", afirmou o ex-ministro da Integração de Lula.
A declaração de Ciro foi um recado direto a Lula, que na manhã desta quinta-feira minimizou a ruptura dentro da base governista. "Um pouco de mercúrio resolve todo o problema", disse Lula.
O problema é que para unificar a base governista, a solução mais fácil para Lula é privilegiar os partidos descontentes com cargos no primeiro escalão. E para isso Lula precisa reduzir o tamanho do PT dentro do governo.
É aí que começa a nova dor de cabeça do presidente. Vitorioso com Chinaglia, o PT se sente cacifado para ampliar sua cota de ministérios do segundo mandato de Lula. Além do sucesso de Chinaglia nas urnas, o PT ainda tem o argumento de que é o segundo maior partido do governo de coalizão dentro da Câmara, o que lhe dá o direito de ter mais ministérios que outras legendas.
Provavelmente já prevendo a nova novela, o presidente Lula resolveu adiar a montagem do novo ministério para depois do Carnaval. Antes da crise na base aliada se agravar, o Planalto vinha dizendo que a nova equipe de Lula começaria a ser montada em 1º de fevereiro. Essa demora só amplia a ferida da base e aumenta a impaciência dos partidos com o anúncio dos novos ministros.
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Comentário: Lula terá de unificar base no Congresso e aplacar apetite do PT
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Editora de Brasil da Folha Online
Após a vitória de Arlindo Chinaglia (PT-SP) sobre Aldo Rebelo (PC do B-SP) na disputa pela presidência da Câmara dos Deputados, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva terá dois grandes desafios pela frente. O primeiro deles é cicatrizar as feridas abertas na base aliada durante o embate entre os dois candidatos governistas. A segunda missão é aplacar o apetite do PT por cargos dentro do governo.
O "mercúrio" de Lula terá de entrar em ação já durante as costuras para a formação do novo ministério. O dilema é descobrir uma "saída honrosa" para compensar a derrota de Aldo. A nomeação do comunista para um ministério é rejeitada pelas bancadas do PSB e PC do B.
Os dois partidos --tradicionais aliados do presidente-- não escondem a insatisfação de terem sido ignorados pela fome do PT pela presidência da Câmara. O deputado Ciro Gomes (PSB-CE) disse hoje que a disputa em segundo turno entre Aldo e Chinaglia só serviu para "sangrar um pouco mais a base aliada". "É algo abaixo da sensatez", afirmou o ex-ministro da Integração de Lula.
A declaração de Ciro foi um recado direto a Lula, que na manhã desta quinta-feira minimizou a ruptura dentro da base governista. "Um pouco de mercúrio resolve todo o problema", disse Lula.
O problema é que para unificar a base governista, a solução mais fácil para Lula é privilegiar os partidos descontentes com cargos no primeiro escalão. E para isso Lula precisa reduzir o tamanho do PT dentro do governo.
É aí que começa a nova dor de cabeça do presidente. Vitorioso com Chinaglia, o PT se sente cacifado para ampliar sua cota de ministérios do segundo mandato de Lula. Além do sucesso de Chinaglia nas urnas, o PT ainda tem o argumento de que é o segundo maior partido do governo de coalizão dentro da Câmara, o que lhe dá o direito de ter mais ministérios que outras legendas.
Provavelmente já prevendo a nova novela, o presidente Lula resolveu adiar a montagem do novo ministério para depois do Carnaval. Antes da crise na base aliada se agravar, o Planalto vinha dizendo que a nova equipe de Lula começaria a ser montada em 1º de fevereiro. Essa demora só amplia a ferida da base e aumenta a impaciência dos partidos com o anúncio dos novos ministros.
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