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03/03/2007 - 11h25

PIB cresce com juro menor, diz Serra a Lula

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KENNEDY ALENCAR
PEDRO DIAS LEITE
da Folha de S.Paulo

Apesar de negar que tenha discutido economia com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o governador de São Paulo, José Serra, disse ontem ao petista que o Brasil só crescerá mais se os juros caírem mais rapidamente.

A média anual do PIB (Produto Interno Bruto) no primeiro mandato de Lula foi de 2,6%.

Lula deseja que o país cresça 4,5% neste ano e 5% nos outros três do segundo mandato.
Na parte em que Lula e Serra falaram sozinhos, o tucano afirmou que, se a taxa básica de juros (Selic) estivesse mais baixa do que os atuais 13% ao ano, não haveria impacto significativo na inflação, mas o câmbio favoreceria exportadores e a criação de empregos.

A parte econômica da conversa foi articulada pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega, e pelo secretário de Política Econômica, Júlio Sérgio Gomes de Almeida, que pressionam nos bastidores o Banco Central a diminuir os juros.

Serra preparou dados econômicos e administrativos para apresentar a Lula no primeiro encontro a sós dos dois desde a eleição. Serra afirmou ter tratado apenas de temas administrativos": passar da União para o Estado o controle do porto de Santos e da Ceagesp e dar à prefeitura paulistana o comando do Campo de Marte.

Lula sugeriu a Serra uma reunião com prefeitos da região metropolitana de São Paulo para discussão de recursos de habitação e saneamento que estão no PAC (Programa de Aceleração do Crescimento). O PAC prevê investimentos da ordem de R$ 170 bilhões nos próximos quatros anos na chamada "infra-estrutura social".

Das reivindicações de Serra, a mais polêmica é a estadualização do porto de Santos, tema de negociações do governo federal com políticos (cargos em troca de apoio). Serra quer assumir o comando, mas sem as dívidas. "A regionalização requer que a Codesp [Companhia Docas do Estado de São Paulo, que administra o porto] seja entregue sem as dívidas, que hoje alcançam R$ 800 milhões", diz o texto levado a Lula.

Um exemplo citado pelo tucano de má gestão do porto foi a falta de verba para desassoreamento. "Faltam recursos para remover 400 mil metros cúbicos acumulados a cada mês."

Para a estadualização da Ceagesp, Serra diz que a central tem papel fundamental no abastecimento da cidade, está numa região valorizada, mas registra déficits. Sob administração estadual, seria mais bem administrada.

Por fim, o tucano pediu a transferência de parte da área do Campo de Marte para a prefeitura, para a construção de um megacentro de convenções.

Lula propôs cooperação em três temas: urbanização de favelas, educação e juventude. O presidente apresentará aos 27 governadores em reunião na próxima terça-feira seu plano para a educação e a juventude.

Como de costume, Serra negou ter tratado de economia.

"Meu pensamento sobre a política econômica eu tenho dito. Não vou, depois de uma audiência com o presidente, abordar outros temas", afirmou.

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