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06/03/2007 - 22h12

D. Ivo Lorscheiter é enterrado em santuário que ajudou a criar no RS

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JOSÉ MASCHIO
da Agência Folha, em Santa Maria

O corpo do bispo emérito de Santa Maria (RS), Ivo José Lorscheiter, morto ontem aos 79 anos, foi sepultado hoje na cripta do Santuário-Basílica da Medianeira, na cidade gaúcha. Em nota, o Vaticano relembrou hoje o papel de d. Ivo no trabalho pastoral para o "ecumenismo" e seu trabalho pastoral.

Divulgação
Dom José Ivo Lorscheiter
Dom José Ivo Lorscheiter
Presença marcante da Igreja Católica nos anos do regime militar, período em que foi secretário-geral (1971-78) e presidente (1979-86) da CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil), o seu passado de militante pela redemocratização do país foi lembrado por movimentos sociais e por entidades ligadas à Igreja Católica.

O senador Pedro Simon (PMDB-RS) e o ex-governador Germano Rigotto (PMDB) foram os únicos políticos de expressão nacional a prestar as últimas homenagens ao bispo de Santa Maria.

Mais que por sua luta política, d. Ivo foi mencionado por religiosos e fiéis por seu trabalho pastoral, especialmente no trabalho de massificação e expansão da romaria da Medianeira de Santa Maria para todo o Rio Grande do Sul. A romaria, que chega aos 60 anos, reuniu no último mês de novembro 300 mil fiéis em Santa Maria.

O arcebispo de Porto Alegre, d. Dadeus Grings --que, junto com o bispo de Santa Maria, Hélio Adelar Rubert, oficiou a missa antes do enterro--, disse que a morte de Lorscheiter era um momento para os fiéis agradecerem a Deus "pela graça de a igreja ter tido um dom Ivo, assim como o país também deve dar graças por isso".

O arcebispo de Porto Alegre destacou o trabalho pioneiro de d. Ivo "no diálogo com as outras religiões, o que possibilitou o avanço do ecumenismo no Brasil".

Secretária particular e enfermeira de d. Ivo nos últimos 27 anos, a religiosa Cecília Dahmer, 65, disse que nos últimos meses ele andava abatido "por estar debilitado e não conseguir fazer o que mais gostava, que era viajar a trabalho da igreja e visitar fiéis no interior da diocese".

Segundo Dahmer, d. Ivo sempre teve a saúde debilitada, mesmo no período mais ativo, quando desafiava o regime militar na busca por militantes políticos desaparecidos. "Ele sempre foi frágil de saúde, mas era um gigante na sua fé e na busca dos seus ideais".

Depois de sofrer duas operações para retirada de parte dos intestinos na última semana, d. Ivo morreu às 18h de ontem de falência múltipla dos órgãos. Além de problemas no intestino, ele sofria, há anos, de diabetes.

As três irmãs ainda vivas de d. Ivo --Irma, 80, a gêmea Lúcia, 79, e Julita, 74--, além de três sobrinhas, um sobrinho, sobrinhos-netos e uma cunhada estiveram em Santa Maria para o velório.

O MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) enviou um grupo de representantes dos municípios de Tupanciretã e e Júlio de Castilhos. Segundo Adelar Minuzzo, 28, da coordenação do MST no Rio Grande do Sul, o bispo emérito de Santa Maria "sempre esteve no apoio ao movimento, mesmo em momentos de confronto do MST com os governos estaduais".

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