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08/03/2007
-
17h10
da Ansa
O eventual acordo sobre produção de etanol que será assinado amanhã em São Paulo pelos presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e seu colega norte-americano, George W. Bush, pode "ser inconveniente para o desenvolvimento sustentável do Brasil", afirmou Marcelo Furtado, da organização ambientalista Greenpeace.
Furtado, em uma entrevista à Ansa, criticou a "atitude irresponsável dos que acreditam que o Brasil deve se converter em uma Arábia Saudita verde sem considerar os riscos que isso significa".
Engenheiro químico e coordenador de campanhas do Greenpeace, Furtado reconheceu o "valor dos biocombustíveis na luta contra o aquecimento global", mas criticou uma certa "febre" pelo etanol entre os produtores brasileiros diante da expectativa de aumentar as exportações para os Estados Unidos, "sem considerar as conseqüências de estender os cultivos de cana-de-açúcar indiscriminadamente".
O Brasil é o segundo produtor mundial de etanol, com mais de 17 bilhões de litros por ano.
Bush adiantou sua intenção de aumentar nos próximos dez anos o consumo desse combustível limpo, o que significaria uma demanda de aproximadamente 20 bilhões de litro.
"O Brasil emite um milhão de toneladas de gases tóxicos por ano e 75% desse total é por causa desmatamento provocado com queimadas. Nós nos perguntamos qual o tamanho da área que deverá ser semeada para satisfazer a demanda dos Estados Unidos e se esse aumento irá gerar emissão de gases de efeito estufa", explicou o engenheiro químico.
"Cuidado, porque atualmente uma boa porcentagem das plantações são feitas a partir da queimada de terrenos", advertiu Furtado.
O representante do Greenpeace definiu o encontro de Lula com Bush como "a reunião com o maior contaminador do planeta, o quarto emissor de gases".
"Entretanto, nenhum dos dois vai discutir suas responsabilidades nesse tema", acrescentou.
Os Estados Unidos emitem cerca de 7 milhões de toneladas de gases por ano, e o Brasil apenas 1 milhão de toneladas anuais.
Para o engenheiro químico, o fato de "Bush reconhecer que seu país é viciado em combustíveis fósseis" é algo positivo, mas lamentou que "não nos diga como vai mudar sua matriz energética".
Furtado recomendou que Bush "olhe para o que se passa em seu país, onde um dos principais contaminadores são os grande automóveis movidos a gasolina, que deveriam ser trocados por um modelo baseado no transporte coletivo e na modificação dos motores para que funcionem com etanol".
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O eventual acordo sobre produção de etanol que será assinado amanhã em São Paulo pelos presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e seu colega norte-americano, George W. Bush, pode "ser inconveniente para o desenvolvimento sustentável do Brasil", afirmou Marcelo Furtado, da organização ambientalista Greenpeace.
Furtado, em uma entrevista à Ansa, criticou a "atitude irresponsável dos que acreditam que o Brasil deve se converter em uma Arábia Saudita verde sem considerar os riscos que isso significa".
Leonardo Wen/Folha Imagem |
Manifestante de oposição ao presidente Bush protesta em frente a policial na av. Paulista |
O Brasil é o segundo produtor mundial de etanol, com mais de 17 bilhões de litros por ano.
Bush adiantou sua intenção de aumentar nos próximos dez anos o consumo desse combustível limpo, o que significaria uma demanda de aproximadamente 20 bilhões de litro.
"O Brasil emite um milhão de toneladas de gases tóxicos por ano e 75% desse total é por causa desmatamento provocado com queimadas. Nós nos perguntamos qual o tamanho da área que deverá ser semeada para satisfazer a demanda dos Estados Unidos e se esse aumento irá gerar emissão de gases de efeito estufa", explicou o engenheiro químico.
"Cuidado, porque atualmente uma boa porcentagem das plantações são feitas a partir da queimada de terrenos", advertiu Furtado.
O representante do Greenpeace definiu o encontro de Lula com Bush como "a reunião com o maior contaminador do planeta, o quarto emissor de gases".
Caio Guatelli/Folha Imagem |
Manifestantes protestam contra Bush na Paulista; protesto acaba em confronto |
Os Estados Unidos emitem cerca de 7 milhões de toneladas de gases por ano, e o Brasil apenas 1 milhão de toneladas anuais.
Para o engenheiro químico, o fato de "Bush reconhecer que seu país é viciado em combustíveis fósseis" é algo positivo, mas lamentou que "não nos diga como vai mudar sua matriz energética".
Furtado recomendou que Bush "olhe para o que se passa em seu país, onde um dos principais contaminadores são os grande automóveis movidos a gasolina, que deveriam ser trocados por um modelo baseado no transporte coletivo e na modificação dos motores para que funcionem com etanol".
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