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10/03/2007
-
11h00
da Folha de S.Paulo
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse ontem que as negociações comerciais entre países ricos e pobres na OMC (Organização Mundial do Comércio) estão próximas de "encontrar o 'ponto G'", que poderia agradar todos os envolvidos.
"Já conversamos muito ao longo dos últimos meses e estamos andando. Andando com muita solidez para encontrarmos o chamado "ponto G" para fazer um acordo. Estou convencido disso", afirmou Lula, sorrindo e com uma das mãos levantada, com os dedos polegar e o indicador unidos, como se tivesse mostrando o ponto a que se referia.
A declaração, feita durante entrevista coletiva ao lado do presidente dos EUA, George W. Bush, em um hotel em São Paulo, arrancou gargalhadas dos brasileiros presentes. Os americanos, inclusive Bush, pareceram não ter entendido o sentido das declarações de Lula.
O "ponto G", cuja existência ainda é questionada, teria sido identificado na década de 50 pelo médico alemão Ernst Gräfenberg. Seria uma concentração de terminações nervosas, vasos sangüíneos e glândulas ligadas ao clitóris que se concentram em torno da uretra.
O "ponto G" seria particularmente sensível à pressão e, estimulado, capaz de proporcionar intensos orgasmos.
Depois, Lula disse a Bush que Brasil e EUA poderiam tentar em conjunto encontrar "um ponto de equilíbrio" na negociação entre os dois países e levar uma oferta conjunta aos demais envolvidos na negociação.
Bush demonstrou ceticismo com a idéia. "Podemos chegar a um acordo sobre o qual os outros países não vão concordar, transformando tudo em um fracasso", disse o americano.
A atual negociação na OMC é considerada vital pelo Brasil (que lidera o G20, grupo de países emergentes) para reduzir a miséria nas nações mais pobres. Isso se daria pelo maior acesso de produtos agrícolas aos mercados mais ricos.
As negociações estão emperradas há meses em três pontos: 1) os EUA teriam de reduzir os subsídios bilionários dados a seus agricultores; 2) a União Européia deveria abrir mais o seu mercado à entrada de produtos agrícolas; e 3) Brasil e demais emergentes teriam de aceitar mais importações de produtos industriais e de serviços dos países ricos.
O "ponto G" a que Lula se referiu seria uma conjunção perfeita de propostas que agradassem a todos os envolvidos.
"Quando se negocia, ninguém quer colocar a primeira carta na mesa. Certamente eu tenho a minha no colete. Bush também tem a dele, e a União Européia, a dela. Em algum momento vamos colocar as cartas na mesa e ver se fechamos um acordo", disse Lula.
Diante dos ministros responsáveis pela negociação, Bush brincou que deveria "fechá-los em uma sala" para tentar avançar nas negociações.
Lula se disse ainda disposto a participar, "em qualquer lugar do mundo", de encontros com líderes de outros países se isso permitir a superação das dificuldades para um acordo.
"A redemocratização não foi suficiente para impedir que milhões de sul-americanos vivam na extrema pobreza. Nós, presidentes, devemos pensar na vida dessas pessoas, que, além de democracia, querem conquistar a cidadania", disse Lula.
Bush disse concordar que "democracia só prospera quando há desenvolvimento social". Mas o americano lembrou que, enquanto não há resultados na OMC, "há muitos acordos bilaterais indo em frente" na América Latina entre os EUA e outros países.
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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse ontem que as negociações comerciais entre países ricos e pobres na OMC (Organização Mundial do Comércio) estão próximas de "encontrar o 'ponto G'", que poderia agradar todos os envolvidos.
"Já conversamos muito ao longo dos últimos meses e estamos andando. Andando com muita solidez para encontrarmos o chamado "ponto G" para fazer um acordo. Estou convencido disso", afirmou Lula, sorrindo e com uma das mãos levantada, com os dedos polegar e o indicador unidos, como se tivesse mostrando o ponto a que se referia.
A declaração, feita durante entrevista coletiva ao lado do presidente dos EUA, George W. Bush, em um hotel em São Paulo, arrancou gargalhadas dos brasileiros presentes. Os americanos, inclusive Bush, pareceram não ter entendido o sentido das declarações de Lula.
O "ponto G", cuja existência ainda é questionada, teria sido identificado na década de 50 pelo médico alemão Ernst Gräfenberg. Seria uma concentração de terminações nervosas, vasos sangüíneos e glândulas ligadas ao clitóris que se concentram em torno da uretra.
O "ponto G" seria particularmente sensível à pressão e, estimulado, capaz de proporcionar intensos orgasmos.
Depois, Lula disse a Bush que Brasil e EUA poderiam tentar em conjunto encontrar "um ponto de equilíbrio" na negociação entre os dois países e levar uma oferta conjunta aos demais envolvidos na negociação.
Bush demonstrou ceticismo com a idéia. "Podemos chegar a um acordo sobre o qual os outros países não vão concordar, transformando tudo em um fracasso", disse o americano.
A atual negociação na OMC é considerada vital pelo Brasil (que lidera o G20, grupo de países emergentes) para reduzir a miséria nas nações mais pobres. Isso se daria pelo maior acesso de produtos agrícolas aos mercados mais ricos.
As negociações estão emperradas há meses em três pontos: 1) os EUA teriam de reduzir os subsídios bilionários dados a seus agricultores; 2) a União Européia deveria abrir mais o seu mercado à entrada de produtos agrícolas; e 3) Brasil e demais emergentes teriam de aceitar mais importações de produtos industriais e de serviços dos países ricos.
O "ponto G" a que Lula se referiu seria uma conjunção perfeita de propostas que agradassem a todos os envolvidos.
"Quando se negocia, ninguém quer colocar a primeira carta na mesa. Certamente eu tenho a minha no colete. Bush também tem a dele, e a União Européia, a dela. Em algum momento vamos colocar as cartas na mesa e ver se fechamos um acordo", disse Lula.
Diante dos ministros responsáveis pela negociação, Bush brincou que deveria "fechá-los em uma sala" para tentar avançar nas negociações.
Lula se disse ainda disposto a participar, "em qualquer lugar do mundo", de encontros com líderes de outros países se isso permitir a superação das dificuldades para um acordo.
"A redemocratização não foi suficiente para impedir que milhões de sul-americanos vivam na extrema pobreza. Nós, presidentes, devemos pensar na vida dessas pessoas, que, além de democracia, querem conquistar a cidadania", disse Lula.
Bush disse concordar que "democracia só prospera quando há desenvolvimento social". Mas o americano lembrou que, enquanto não há resultados na OMC, "há muitos acordos bilaterais indo em frente" na América Latina entre os EUA e outros países.
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