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21/03/2007 - 10h40

Portos viram moeda de troca na Câmara

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JOSÉ ALBERTO BOMBIG
da Folha de S.Paulo

A disputa de PR e PSB pelos portos brasileiros está diretamente ligada ao poder de crescimento das bancadas dos dois partidos na Câmara dos Deputados, já que o controle do setor ficará com os parlamentares e seus indicados para os cargos.

No caso do PR (fusão do PL com o Prona), muitas das vagas na estrutura portuária e no Ministério dos Transportes já estão negociadas com os 11 novos deputados (de um total de 36) que entraram no partido após as eleições de 2006.

A sigla controla a pasta desde o primeiro mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e tem a presidência do porto de Santos, o maior do país, por indicação do deputado Valdemar Costa Neto (SP).

O líder do PR na Câmara, Luciano Castro (RR), tem reiterado ameaças de seu partido recusar os Transportes caso o comando dessas vagas passe a ser abrigado na Secretaria Nacional dos Portos que Lula prometeu criar e entregar ao PSB.

A necessidade dos cargos opôs a bancada, com Castro e Valdemar à frente, ao senador Alfredo Nascimento (AM), indicado para assumir os Transportes, e o governador Blairo Maggi (MT), que deram aval à idéia de Lula de criar a secretaria para acomodar o PSB.

No Rio de Janeiro, três cargos da direção são da cota de bispos evangélicos ligados ao partido. Na Bahia, outros nomes do PR ajudam a compor a cúpula do complexo portuário do Estado --Ilhéus, Salvador e Aratu. A sigla possui ainda cotas no setor de hidrovias e na Antaq (Agência Nacional de Transportes Aquaviários).

"Assim como o PSB se sentiu desprestigiado ao perder a Integração Nacional, vamos nos sentir se perdermos os portos", disse Milton Monti (PR-SP).

PSB

No PSB, que também tem pretensões de engordar sua bancada de 30 deputados, o líder da legenda na Câmara, Márcio França, é o principal entusiasta da secretaria. Ex-prefeito de São Vicente, cidade contígua a Santos, França faz críticas aos resultados do porto paulista, responsável por 30% da movimentação do país.

"O porto tem dívidas que beiram R$ 700 milhões. Não faço críticas à atual direção, digo apenas que a secretaria é uma tentativa de melhorar o porto."

Sobre a disputa entre as duas bancadas, França avalia que ela "faz parte do jogo de cena político". "O PSB vai crescer por suas convicções ideológicas, com ou sem portos", afirmou.

França teria recebido do governo a promessa de indicar o novo presidente da Codesp (órgão que controla o principal porto do país), o que nega, em substituição a José Carlos Mello Rego, nome do PR.

O indicado de França para o cargo seria o ex-deputado estadual Fausto Figueira (PT-SP), de Santos, ligado ao ex-ministro da Casa Civil José Dirceu. Em troca, os petistas apoiariam a criação da nova secretaria.

Atualmente, a direção da Codesp abriga três partidos: PR, PT e PTB, além de peemedebistas egressos da gestão anterior.

Para tentar barrar a criação da secretaria, Monti afirma que os portos não podem estar desvinculados das rodovias nem das ferrovias. "É preciso uma sinergia entre esses modais."

Valdemar e Alfredo Nascimento foram procurados pela Folha, mas não quiseram se pronunciar. Castro não respondeu ao pedido de entrevista. Em discurso ontem no plenário, ele afirmou que o crescimento do partido se deve aos "atrativos" que o PR oferece a novos deputados: o tempo de rádio e TV, o fundo partidário e o comando descentralizado.

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