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30/03/2007 - 21h40

Lula usa experiência de vida como exemplo de perseverança

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KAMILA FERNANDES
da Agência Folha, em Olinda

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva usou sua própria história de vida, de retirante nordestino que chegou à Presidência, para se apresentar como "exemplo de perseverança" a 4.200 jovens de 18 a 24 anos que acabaram de terminar o ensino fundamental pelo ProJovem, no Olinda.

Na opinião de Lula, sua trajetória mostra que nem a fome nem a miséria são justificativas para deixar de buscar uma vida melhor.

"Se tem um brasileiro que pode significar o exemplo de que a perseverança, de que a luta e de que o nunca desistir dá resultado, sou eu", afirmou Lula.

"Porque um retirante nordestino, que sai daqui com sete anos de idade, com oito irmãos agarrados no rabo da saia da minha mãe, chegar em São Paulo, sobreviver e chegar à Presidência da República, deve ser uma motivação e um exemplo para vocês, que podem acreditar que podem chegar lá, é só vocês não desistirem", disse.

"Fui comer pão pela primeira vez aos sete anos de idade. Até os sete anos de idade o café que a gente tomava em Garanhuns era uma cuia de farinha com café preto. E isso significa também dizer para vocês que não é a fome, não é a miséria que leva a gente a desistir."

Lula chegou a contar que um dia, quando estava na 5ª série do ensino fundamental, teve vontade de roubar uma maçã, por não ter dinheiro para comprá-la. "Eu nunca peguei. Sabem por que? Porque eu tinha vergonha de que alguém me pegasse, de a minha mãe passar humilhação."

O presidente ficou com os olhos cheios d'água ao ouvir histórias de outros jovens que estavam se formando e ao segurar um bebê, filho de uma concludente, entregue a ele no meio do público. Ele acalmou a criança com uma chupeta e, ao tentar devolvê-la, não sabia nem a quem entregar.

Bem-humorado, Lula passou boa parte do evento autografando camisetas vermelhas confeccionadas para o evento e que eram jogadas ao palco pelos alunos.

Ainda no discurso, em meio às suas histórias, Lula declarou ser contra a diminuição da maioridade penal como forma de punir adolescentes infratores e culpou a ausência da família e do Estado pelo envolvimento de jovens com o crime.

"E se a escola não cuida e se a família não cuida, a gente depois não pode querer punir a juventude ao diminuir a maioridade penal para colocar jovem na cadeia, achando que vai resolver o problema da juventude brasileira", disse.

"Vocês não são o que são porque quiseram ser, vocês são o que são porque um dia o Estado brasileiro não teve coragem de investir na educação, porque achava que investir na educação era gastar dinheiro. Quando um governo é sovina, quando um governo é pequeno e não quer colocar dinheiro na educação, ele vai ter que colocar dinheiro pagando soldado e construindo cadeia, que fica muito mais caro e menos produtivo para o país."

O ProJovem não tem como público alvo jovens infratores, mas aqueles que entre 18 e 24 anos não terminaram o ensino fundamental. Além das aulas, que funcionam como um supletivo, cada aluno recebe R$ 100 mensais por sua permanência.

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