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10/04/2007 - 10h03

Assembléia de SP já tem 11 casos de nepotismo

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LILIAN CHRISTOFOLETTI
da Folha de S.Paulo

Novos deputados, velhos hábitos. Empossados há 26 dias, parlamentares da Assembléia Legislativa de São Paulo já recorrem ao polêmico expediente da contratação de parentes em cargos de confiança, com salários que variam de R$ 3.110 a R$ 12.900 mensais.

Oito dos 94 deputados já nomearam 11 parentes. Eles afirmam que as contratações foram baseadas na confiança e na competência do contratado.

Dois parlamentares que recorreram à prática do nepotismo são estreantes na Assembléia: Marcos Zerbini (PSDB) e Vanessa Damo (PV).

Assim que tomou posse, Zerbini nomeou duas enteadas, Adriana Ramos Barion Francisco e Amanda Ramos Barion, como assessoras parlamentares. Cada uma recebe R$ 6.680 brutos por mês. Antes da posse, as duas estavam lotadas no gabinete dele na Câmara Municipal de São Paulo.

Damo levou para a Assembléia o noivo, José Carlos Orosco, e o futuro sogro, José Carlos Orosco Roman. O primeiro foi alçado ao cargo de chefe-de-gabinete, com um salário de R$ 12.900. Roman, por sua vez, é o responsável pelo escritório político da deputada em Mauá e recebe R$ 7.400.

O deputado estadual Vitor Sapienza (PPS), que teve o mandato cassado em 2005 pelo TSE por suposta "captação irregular" de votos, retornou à Assembléia e levou junto seu filho Sérgio Sapienza e a cunhada Maria Graça Buchi Coelho.

Três deputados contrataram as respectivas mulheres: Luis Carlos Gondin (PPS), José Bittencourt (PDT) e João Carlos Caramez (PSDB). Bittencourt já exonerou a mulher. "Para evitar o desgaste de ter de me explicar sobre isso", afirmou.

Autora de um projeto antinepotismo, Célia Leão (PSDB) contratou o primo Nelson Teixeira Leão como assessor.

O segundo secretário da Casa, Edmir Chedid (DEM), indicou o cunhado dele para o cargo de diretor do Departamento de Serviços Gerais. O setor está sob o comando da secretaria.

Outro lado

Confiança e competência. Essas são as palavras mais repetidas pelos deputados para justificar o nepotismo.

Edmir Chedid repassou à reportagem duas folhas com o histórico profissional do cunhado Alcides Granziera Jr., que foi indicado por ele para a diretoria da Assembléia com um salário de cerca de R$ 10 mil. "Ele tem capacidade para este trabalho."

A assessoria de Vitor Sapienza afirmou que os parentes nomeados ficam no gabinete ou na liderança do PPS.

José Carlos Orosco, chefe-de-gabinete da deputada Vanessa Damo, afirmou que sempre participou do trabalho político desenvolvido pela noiva e, nesse contexto, nada mais natural, disse, do que continuar ao lado dela nessa nova fase. Quanto ao pai, Orosco disse que ele trabalhou na campanha e ajuda no escritório. "Mas, para mim, noivo não é parente. Não somos casados ainda."

Gondin e Caramez afirmaram que suas mulheres desenvolvem trabalho importante ao lado deles. Bittencourt disse que já exonerou a mulher. Célia Leão disse que o primo a ajuda muito. Mas afirmou que se o projeto dela de combate ao nepotismo for aprovado o primo será o primeiro a ser exonerado.

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