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13/04/2007
-
07h56
da Agência Folha
Movimentos de luta pela terra promoveram ontem mais duas invasões de terra pelo país, em Alagoas e em São Paulo, dentro das ações do chamado "abril vermelho".
O MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) invadiu ontem a quarta fazenda em São Paulo desde domingo. Anunciou também o "combate à monocultura da cana-de-açúcar" no Estado.
A invasão, feita por 120 militantes, foi por volta das 6h de ontem, na fazenda Timboré, em Andradina (640 km a noroeste de SP).
O presidente da Unica (União da Agroindústria Canavieira de São Paulo), Eduardo Pereira de Carvalho, afirmou, por meio de sua assessoria, que a entidade, responsável por 60% da produção de açúcar e álcool do país, "espera que se cumpra a lei e que seja preservada a propriedade produtiva".
O administrador da fazenda, Manoel Pereira da Silva, registrou boletim de ocorrência na Polícia Civil, informando que os sem-terra bloquearam a entrada do imóvel. Segundo ele, a propriedade tem 900 hectares, 784 deles arrendados ao plantio de cana.
No final da tarde, a Polícia Militar foi acionada por funcionários da fazenda que acusaram os sem-terra de terem queimado mudas de cana-de-açúcar. Constatou o incêndio ao chegar ao local.
A fazenda Timboré é a terceira área invadida no noroeste paulista em quatro dias. A região abriga 72 usinas de açúcar e álcool, segundo a União dos Produtores de Bioenergia.
O Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) informou que depositou em juízo R$ 5,4 milhões para comprar a fazenda Timboré, mas que a desapropriação está parada na Justiça porque o proprietário contestou o laudo que considera a área improdutiva.
MLST
Em Alagoas, integrantes do MLST (Movimento de Libertação dos Sem Terra) invadiram na madrugada de ontem a fazenda Escorrega, em Campo Alegre, no agreste do Estado. De acordo com o movimento, 86 famílias de sem-terra acampadas na região entraram na propriedade.
Segundo o coordenador estadual do MLST Marco Antônio da Silva, a ação faz parte do chamado "abril vermelho" e visa pressionar o governo federal a acelerar a reforma agrária.
Em Recife, militantes do MTL (Movimento Terra, Trabalho e Liberdade) deixaram ontem o prédio do Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária), invadido na última segunda-feira. Os funcionários do órgão, que estavam impedidos de entrar no local, voltaram ao trabalho ontem pela manhã.
Sem-teto
Integrantes do movimento sem-teto negaram ontem articulação com os sem-terra em ações neste mês pelo país. Para a UNMP (União Nacional por Moradia Popular), as ações dos sem-teto nos últimos dias "não são e nunca foram combinadas com os sem-terra".
"A UNMP faz a luta pela reforma urbana e o sem-terra pela reforma agrária. Nós não discutimos essas pautas juntos. Nunca houve essa discussão", disse José de Abraão, da coordenação da UNMP. "Não temos nada a ver com o abril vermelho. Foi uma coincidência."
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Movimentos de luta pela terra promoveram ontem mais duas invasões de terra pelo país, em Alagoas e em São Paulo, dentro das ações do chamado "abril vermelho".
O MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) invadiu ontem a quarta fazenda em São Paulo desde domingo. Anunciou também o "combate à monocultura da cana-de-açúcar" no Estado.
A invasão, feita por 120 militantes, foi por volta das 6h de ontem, na fazenda Timboré, em Andradina (640 km a noroeste de SP).
O presidente da Unica (União da Agroindústria Canavieira de São Paulo), Eduardo Pereira de Carvalho, afirmou, por meio de sua assessoria, que a entidade, responsável por 60% da produção de açúcar e álcool do país, "espera que se cumpra a lei e que seja preservada a propriedade produtiva".
O administrador da fazenda, Manoel Pereira da Silva, registrou boletim de ocorrência na Polícia Civil, informando que os sem-terra bloquearam a entrada do imóvel. Segundo ele, a propriedade tem 900 hectares, 784 deles arrendados ao plantio de cana.
No final da tarde, a Polícia Militar foi acionada por funcionários da fazenda que acusaram os sem-terra de terem queimado mudas de cana-de-açúcar. Constatou o incêndio ao chegar ao local.
A fazenda Timboré é a terceira área invadida no noroeste paulista em quatro dias. A região abriga 72 usinas de açúcar e álcool, segundo a União dos Produtores de Bioenergia.
O Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) informou que depositou em juízo R$ 5,4 milhões para comprar a fazenda Timboré, mas que a desapropriação está parada na Justiça porque o proprietário contestou o laudo que considera a área improdutiva.
MLST
Em Alagoas, integrantes do MLST (Movimento de Libertação dos Sem Terra) invadiram na madrugada de ontem a fazenda Escorrega, em Campo Alegre, no agreste do Estado. De acordo com o movimento, 86 famílias de sem-terra acampadas na região entraram na propriedade.
Segundo o coordenador estadual do MLST Marco Antônio da Silva, a ação faz parte do chamado "abril vermelho" e visa pressionar o governo federal a acelerar a reforma agrária.
Em Recife, militantes do MTL (Movimento Terra, Trabalho e Liberdade) deixaram ontem o prédio do Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária), invadido na última segunda-feira. Os funcionários do órgão, que estavam impedidos de entrar no local, voltaram ao trabalho ontem pela manhã.
Sem-teto
Integrantes do movimento sem-teto negaram ontem articulação com os sem-terra em ações neste mês pelo país. Para a UNMP (União Nacional por Moradia Popular), as ações dos sem-teto nos últimos dias "não são e nunca foram combinadas com os sem-terra".
"A UNMP faz a luta pela reforma urbana e o sem-terra pela reforma agrária. Nós não discutimos essas pautas juntos. Nunca houve essa discussão", disse José de Abraão, da coordenação da UNMP. "Não temos nada a ver com o abril vermelho. Foi uma coincidência."
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