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13/04/2007
-
10h03
EDUARDO SCOLESE
da Folha de S.Paulo, em Brasília
da Agência Folha
Líderes do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) e intelectuais ligados a movimentos sociais negaram ontem à Folha que as ações dos sem-terra e dos sem-teto pelo país tenham articulação direcional ou logística.
Segundo eles, os dois movimentos sociais apenas têm a certeza de que somente por meio de pressão, como invasões de terra e de prédios públicos, terão algumas de suas demandas atendidas pelos governos municipal, estadual e federal. Os dirigentes pediram anonimato à reportagem.
Eles afirmam que, mesmo que não orquestrada, a coincidência das ações é positiva tanto para as entidades do campo como para os movimentos urbanos. Isso porque porque chama a atenção, principalmente do governo Lula, dos compromissos históricos que foram assumidos nas questões sociais, tais como a moradia popular e a reforma agrária.
Integrantes do movimento sem-teto também negaram a articulação com os sem-terra. Segundo a UNMP (União Nacional por Moradia Popular), as ações dos sem-teto "não são e nunca foram combinadas com os sem-terra".
"A UNMP faz a luta pela reforma urbana e o sem-terra pela reforma agrária. Nós não discutimos essas pautas juntos", disse José de Abraão, da coordenação da UNMP. "Não temos nada a ver com o abril vermelho. Foi uma coincidência."
As ações do "abril vermelho" lembram o assassinato, em 1996, de 19 sem-terra em Eldorado do Carajás (PA). Desde o dia 1º deste mês, os movimentos de luta pela terra invadiram 19 fazendas e três prédios públicos e promoveram marchas e protestos por todo o país.
Ontem, ocorreram mais duas invasões como parte do "abril vermelho". O MST invadiu a quarta fazenda em São Paulo desde domingo e anunciou o "combate à monocultura da cana-de-açúcar" no Estado.
A invasão, feita por 120 militantes, ocorreu na fazenda Timboré, em Andradina, no noroeste de SP. A região tem 72 usinas de açúcar e álcool, de acordo com a União dos Produtores de Bioenergia.
O presidente da Unica (União da Indústria de Cana-de-Açúcar), Eduardo Pereira de Carvalho, afirmou, por meio de sua assessoria, que a entidade "espera que se cumpra a lei e que seja preservada a propriedade produtiva".
No final da tarde, a Polícia Militar foi acionada por funcionários da fazenda que acusaram os sem-terra de queimarem mudas de cana e constatou o incêndio.
Segundo o Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária), a desapropriação da fazenda Timboré está parada na Justiça porque o proprietário contestou o laudo que considera a área improdutiva.
Em Alagoas, integrantes do MLST (Movimento de Libertação dos Sem Terra) invadiram ontem a fazenda Escorrega, em Campo Alegre, no agreste. Segundo o movimento, 86 famílias entraram na propriedade.
Em Recife, militantes do Movimento Terra, Trabalho e Liberdade deixaram ontem o prédio do Incra, invadido na segunda-feira passada.
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da Folha de S.Paulo, em Brasília
da Agência Folha
Líderes do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) e intelectuais ligados a movimentos sociais negaram ontem à Folha que as ações dos sem-terra e dos sem-teto pelo país tenham articulação direcional ou logística.
Segundo eles, os dois movimentos sociais apenas têm a certeza de que somente por meio de pressão, como invasões de terra e de prédios públicos, terão algumas de suas demandas atendidas pelos governos municipal, estadual e federal. Os dirigentes pediram anonimato à reportagem.
Eles afirmam que, mesmo que não orquestrada, a coincidência das ações é positiva tanto para as entidades do campo como para os movimentos urbanos. Isso porque porque chama a atenção, principalmente do governo Lula, dos compromissos históricos que foram assumidos nas questões sociais, tais como a moradia popular e a reforma agrária.
Integrantes do movimento sem-teto também negaram a articulação com os sem-terra. Segundo a UNMP (União Nacional por Moradia Popular), as ações dos sem-teto "não são e nunca foram combinadas com os sem-terra".
"A UNMP faz a luta pela reforma urbana e o sem-terra pela reforma agrária. Nós não discutimos essas pautas juntos", disse José de Abraão, da coordenação da UNMP. "Não temos nada a ver com o abril vermelho. Foi uma coincidência."
As ações do "abril vermelho" lembram o assassinato, em 1996, de 19 sem-terra em Eldorado do Carajás (PA). Desde o dia 1º deste mês, os movimentos de luta pela terra invadiram 19 fazendas e três prédios públicos e promoveram marchas e protestos por todo o país.
Ontem, ocorreram mais duas invasões como parte do "abril vermelho". O MST invadiu a quarta fazenda em São Paulo desde domingo e anunciou o "combate à monocultura da cana-de-açúcar" no Estado.
A invasão, feita por 120 militantes, ocorreu na fazenda Timboré, em Andradina, no noroeste de SP. A região tem 72 usinas de açúcar e álcool, de acordo com a União dos Produtores de Bioenergia.
O presidente da Unica (União da Indústria de Cana-de-Açúcar), Eduardo Pereira de Carvalho, afirmou, por meio de sua assessoria, que a entidade "espera que se cumpra a lei e que seja preservada a propriedade produtiva".
No final da tarde, a Polícia Militar foi acionada por funcionários da fazenda que acusaram os sem-terra de queimarem mudas de cana e constatou o incêndio.
Segundo o Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária), a desapropriação da fazenda Timboré está parada na Justiça porque o proprietário contestou o laudo que considera a área improdutiva.
Em Alagoas, integrantes do MLST (Movimento de Libertação dos Sem Terra) invadiram ontem a fazenda Escorrega, em Campo Alegre, no agreste. Segundo o movimento, 86 famílias entraram na propriedade.
Em Recife, militantes do Movimento Terra, Trabalho e Liberdade deixaram ontem o prédio do Incra, invadido na segunda-feira passada.
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