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26/04/2007 - 15h44

Terminam depoimentos de Capitão Guimarães e de Aniz; Turcão é ouvido

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CLARICE SPITZ
da Folha Online, no Rio

Ailton Guimarães Jorge, o Capitão Guimarães, já terminou de depor para a juíza Ana Paula Vieira de Carvalho, da 6ª Vara Federal Criminal do Rio. Ele é presidente da Liesa (Liga Independente das Escolas de Samba do Rio de Janeiro).

Depois dele, a juíza começou a ouvir Aniz Abraão David, o Anísio, presidente do conselho da Liesa e presidente de honra da Beija-Flor de Nilópolis. Por último, a juíza está ouvindo o bicheiro Antonio Petrus Kalil, o Turcão.

Os três depõem hoje no inquérito que apura a suposta organização criminosa que atuava na venda de sentenças judiciais para beneficiar a máfia do jogo. Eles foram presos com mais 22 pessoas no último dia 13 durante a Operação Hurricane (furacão), da Polícia Federal.

Eles estavam detidos na Superintendência da Polícia Federal, em Brasília, e foram transferidos hoje para o Rio.

Enquanto durarem os depoimentos, os presos ficarão em instalações militares no Rio de Janeiro, sob custódia da Polícia Federal. Depois da conclusão dos depoimentos, eles devem ser transferidos para o presídio federal de segurança máxima de Campo Grande (MS).

A megaoperação da Polícia Federal atingiu magistrados, bicheiros, policiais, empresários, advogados e organizadores do Carnaval do Rio. Eles são acusados de praticar os crimes de tráfico de influência, corrupção passiva e ativa, formação de quadrilha e lavagem de dinheiro.

Dos 25 presos inicialmente, quatro (com foro privilegiado) foram soltos no final de semana: ex-vice-presidente do TRF (Tribunal Regional Federal) da 2ª Região, desembargador federal José Eduardo Carreira Alvim; o desembargador federal José Ricardo de Siqueira Regueira, também do TRF da 2ª Região; o juiz Ernesto da Luz Pinto Dória, do TRT (Tribunal Regional do Trabalho) da 15ª Região, e o procurador regional da República do Rio João Sérgio Leal Pereira.

Os 21 restantes tiveram a prisão preventiva decretada. Entre eles está o sobrinho do Capitão Guimarães, Júlio Guimarães.

Mais tarde, a Justiça decretou a prisão de mais três, elevando para 24 o número de denunciados no inquérito que tramita na 6ª Vara Criminal do Rio. Os quatro acusados com foro privilegiado terão de apresentar defesa ao STF (Supremo Tribunal Federal).

Defesa

Antes mesmo de começar o depoimento, Ubiratan Guedes --advogado de Aniz--, disse que seu cliente deve dizer para a juíza que não conhece os magistrados presos pela Polícia Federal suspeitos de venderem sentenças judiciais para favorecer a máfia dos jogos.

Guedes disse que o patrimônio de Aniz é fruto do seu trabalho, venda de imóveis e aposentadoria.

De acordo com Guedes, todo o patrimônio acumulado por Aniz foi declarado para a Receita Federal.

Ele afirmou ainda que Aniz comprou os carros de luxo apreendidos pela PF com recursos da venda de imóveis para a Caixa Econômica Federal há quatro ou cinco anos.

"[O dinheiro] vem do trabalho, aposentadoria. Está tudo declarado no imposto de renda", afirmou.

Segundo o advogado, Aniz declarou guardar em casa US$ 66 mil. Durante a operação Hurricane, a PF encontrou US$ 47 mil com ele.

Depoimentos

Amanhã, serão ouvidos José Renato Granado Ferreira, Paulo Roberto Ferreira Lino e Júlio César Guimarães Sobreira.

Na segunda-feira, serão ouvidos Belmiro Martins Ferreira, Licínio Soares Bastos e Laurentino Freire dos Santos.

Após o feriado, na quarta-feira (2 de maio), serão interrogados José Luiz da Costa Rebello, Ana Cláudia Rodrigues do Espírito Santo e Jaime Garcia Dias.

No dia seguinte (3 de maio), a Justiça irá ouvir Evandro da Fonseca, Silvério Nery Cabral Jr. e Sérgio Luzio Marques de Araújo.

No dia 4 de maio serão interrogados Virgílio de Oliveira Medina, Luiz Paulo Dias de Mattos e Nagib Teixeira Sauid.

Os dois últimos interrogados --João Oliveira de Farias e Marcelo Kalil Petrus-- serão ouvidos no dia 7 de maio, com audiência marcada para as 11h.

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