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27/04/2007 - 13h18

Dom Cláudio diz que perda de fiéis na América Latina está longe de acabar

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da Ansa, na Cidade do Vaticano

Poucos dias antes da viagem do papa Bento 16 ao Brasil, o cardeal Dom Cláudio Hummes, antigo arcebispo de São Paulo e atualmente Prefeito da Congregação para o Clero no Vaticano, chamou atenção em Roma para a perda de fiéis católicos na América Latina e se questionou "até quando a América Latina conseguirá continuar católica!".

"No continente onde vivem cerca de metade dos católicos do mundo, nas últimas décadas a igreja perdeu 1% de seus fiéis a cada ano, e a sangria está longe de acabar", explicou o cardeal em um encontro em Roma.

"Essa situação se deve à expansão das igrejas protestantes --que conquistam um número cada vez maior de católicos-- e também ao relativismo moral, importado da Europa e introduzido no continente sobretudo pelas elites locais, pelas mídias de massa e pelos intelectuais", afirmou o eclesiástico.

Para exemplificar sua posição, o cardeal lembrou o caso da Cidade do México, que aprovou nesta semana a descriminalização do aborto.

Para d. Cláudio, a Igreja Latino-americana "deve se perguntar o que deixou de fazer e por que não conseguiu enraizar em seus fiéis uma fé mais profunda".

O problema, segundo ele, não se restringe ao continente, mas toca ao catolicismo mundial.

Da viagem do papa e de sua participação na 5ª Conferência Episcopal da América Latina e Caribe, no santuário de Aparecida, o cardeal disse esperar "um novo impulso e novas luzes".

"Hoje a Igreja Latino-americana deve se organizar e sair em missão novamente para anunciar o Evangelho de Cristo", disse d. Cláudio. "Não podemos nos deixar ficar esperando nas paróquias. Devemos sair nós mesmos para reconquistar nossos fiéis, devemos juntar-nos aos pobres da periferia, que necessitam da nossa solidariedade, do nosso calor. Devemos ajudá-los em seus problemas cotidianos e também na realização dos seus sonhos, porque os pobres também têm sonhos."

O cardeal sentenciou ao Vaticano que a Teologia da Libertação não é mais "um problema de primeiro plano, não é o prato do dia" na região. Há grupos ainda fortes na América Latina, segundo ele, mas os aspectos bons do movimento "foram assimilados" e a faceta que a Igreja Católica combateu foi "a escolha marxista, violenta e anti-institucional" de alguns teólogos da libertação.

D. Cláudio fez estas declarações no Centro Cultural Saint-Louis de France, em Roma, durante o lançamento da edição francesa do livro "Globalisation et Humanisme Chrétien-Perspective sur l'Amérique Latine", de Guzman Carriquiry, sub-secretário do Pontifício Conselho dos Leigos. O livro será o texto-base da próxima Conferência Episcopal da América Latina e Caribe.

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