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02/05/2007
-
17h49
CLARICE SPITZ
da Folha Online, no Rio
Jaime Garcia Dias, acusado de ser o articulador de compra da sentenças judiciais em favor da máfia dos jogos, permaneceu calado durante seu depoimento para a juíza Ana Paula Vieira de Carvalho, da 6ª Vara Federal Criminal do Rio.
Ele foi um dos 25 presos pela Polícia Federal no último dia 13 durante a Operação Hurricane (furacão), que desarticulou a suposta quadrilha que comprava sentenças para permitir o funcionamento de casas de bingo e máquinas caça-níqueis.
O advogado disse que optava por ficar em silêncio enquanto os áudios gravados pela Polícia Federal não fossem anexados ao processo.
No início do interrogatório, Jaime Dias negou a acusação de ser o elo entre os bingueiros e a Justiça.
Os outros dois acusados que prestaram depoimento hoje, José Luiz da Costa Rebello e Ana Cláudia Rodrigues do Espírito Santo, também negaram participar do esquema de corrupção.
Rebello admitiu ter sido gerente do Bingo Icaraí até 2002. Já Ana Cláudia afirmou que era apenas uma mera secretária e que cumpria ordens.
Ana Cláudia negou ter qualquer relação com desembargadores ou policiais. Porém reconheceu que por ela passavam envelopes com dinheiro, mas destinados a funcionários de bingos.
Leonardo Yssac, advogado de Ana Cláudia, disse que "ela cumpria ordens que eram aparentemente legais, normais de uma secretária".
Todos eles foram numa megaoperação da Polícia Federal, que atingiu magistrados, bicheiros, policiais, empresários, advogados e organizadores do Carnaval do Rio. Eles são acusados de praticar os crimes de tráfico de influência, corrupção passiva e ativa, formação de quadrilha e lavagem de dinheiro.
Dos 25 presos inicialmente, quatro (com foro privilegiado) foram soltos: ex-vice-presidente do TRF (Tribunal Regional Federal) da 2ª Região, desembargador federal José Eduardo Carreira Alvim; o desembargador federal José Ricardo de Siqueira Regueira, também do TRF da 2ª Região; o juiz Ernesto da Luz Pinto Dória, do TRT (Tribunal Regional do Trabalho) da 15ª Região, e o procurador regional da República do Rio João Sérgio Leal Pereira.
Os 21 restantes tiveram a prisão preventiva decretada. Mais tarde, a Justiça decretou a prisão de mais três, elevando para 24 o número de denunciados no inquérito que tramita na 6ª Vara Criminal do Rio. Os quatro acusados com foro privilegiado terão de apresentar defesa ao STF (Supremo Tribunal Federal).
Depoimentos
A juíza Ana Paula Vieira de Carvalho, da 6ª Vara Federal Criminal do Rio, ouve amanhã Evandro da Fonseca, Silvério Nery Cabral Jr. e Sérgio Luzio Marques de Araújo.
Na sexta-feira serão interrogados Virgílio de Oliveira Medina, Luiz Paulo Dias de Mattos e Nagib Teixeira Sauid.
Os dois últimos interrogados --João Oliveira de Farias e Marcelo Kalil Petrus-- serão ouvidos no dia 7 de maio, com audiência marcada para as 11h.
Enquanto durarem os depoimentos, os presos ficarão no Batalhão Especial Prisional da Polícia Militar, em Benfica. Depois da conclusão dos depoimentos, eles devem ser transferidos para o presídio federal de segurança máxima de Campo Grande (MS).
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Em depoimento, suspeito de articular compra de sentenças fica calado
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da Folha Online, no Rio
Jaime Garcia Dias, acusado de ser o articulador de compra da sentenças judiciais em favor da máfia dos jogos, permaneceu calado durante seu depoimento para a juíza Ana Paula Vieira de Carvalho, da 6ª Vara Federal Criminal do Rio.
Ele foi um dos 25 presos pela Polícia Federal no último dia 13 durante a Operação Hurricane (furacão), que desarticulou a suposta quadrilha que comprava sentenças para permitir o funcionamento de casas de bingo e máquinas caça-níqueis.
O advogado disse que optava por ficar em silêncio enquanto os áudios gravados pela Polícia Federal não fossem anexados ao processo.
No início do interrogatório, Jaime Dias negou a acusação de ser o elo entre os bingueiros e a Justiça.
Os outros dois acusados que prestaram depoimento hoje, José Luiz da Costa Rebello e Ana Cláudia Rodrigues do Espírito Santo, também negaram participar do esquema de corrupção.
Rebello admitiu ter sido gerente do Bingo Icaraí até 2002. Já Ana Cláudia afirmou que era apenas uma mera secretária e que cumpria ordens.
Ana Cláudia negou ter qualquer relação com desembargadores ou policiais. Porém reconheceu que por ela passavam envelopes com dinheiro, mas destinados a funcionários de bingos.
Leonardo Yssac, advogado de Ana Cláudia, disse que "ela cumpria ordens que eram aparentemente legais, normais de uma secretária".
Todos eles foram numa megaoperação da Polícia Federal, que atingiu magistrados, bicheiros, policiais, empresários, advogados e organizadores do Carnaval do Rio. Eles são acusados de praticar os crimes de tráfico de influência, corrupção passiva e ativa, formação de quadrilha e lavagem de dinheiro.
Dos 25 presos inicialmente, quatro (com foro privilegiado) foram soltos: ex-vice-presidente do TRF (Tribunal Regional Federal) da 2ª Região, desembargador federal José Eduardo Carreira Alvim; o desembargador federal José Ricardo de Siqueira Regueira, também do TRF da 2ª Região; o juiz Ernesto da Luz Pinto Dória, do TRT (Tribunal Regional do Trabalho) da 15ª Região, e o procurador regional da República do Rio João Sérgio Leal Pereira.
Os 21 restantes tiveram a prisão preventiva decretada. Mais tarde, a Justiça decretou a prisão de mais três, elevando para 24 o número de denunciados no inquérito que tramita na 6ª Vara Criminal do Rio. Os quatro acusados com foro privilegiado terão de apresentar defesa ao STF (Supremo Tribunal Federal).
Depoimentos
A juíza Ana Paula Vieira de Carvalho, da 6ª Vara Federal Criminal do Rio, ouve amanhã Evandro da Fonseca, Silvério Nery Cabral Jr. e Sérgio Luzio Marques de Araújo.
Na sexta-feira serão interrogados Virgílio de Oliveira Medina, Luiz Paulo Dias de Mattos e Nagib Teixeira Sauid.
Os dois últimos interrogados --João Oliveira de Farias e Marcelo Kalil Petrus-- serão ouvidos no dia 7 de maio, com audiência marcada para as 11h.
Enquanto durarem os depoimentos, os presos ficarão no Batalhão Especial Prisional da Polícia Militar, em Benfica. Depois da conclusão dos depoimentos, eles devem ser transferidos para o presídio federal de segurança máxima de Campo Grande (MS).
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