Saltar para o conteúdo principal

Publicidade

Publicidade

 
  Siga a Folha de S.Paulo no Twitter
02/05/2007 - 22h04

Governo descumpre acordo com prefeitos e retira de pauta aumento do FPM

Publicidade

GABRIELA GUERREIRO
da Folha Online, em Brasília

O governo federal quebrou o acordo firmado com 3.000 prefeitos no início de abril e retirou nesta quarta-feira da pauta de votações da Câmara a PEC (Proposta de Emenda à Constituição) que aumenta em um ponto percentual o repasse do FPM (Fundo de Participação dos Municípios).

A equipe econômica do governo constatou, de forma tardia, que o projeto prevê que o novo valor deve vigorar imediatamente após a sua aprovação e não apenas em dezembro --como previsto no projeto original.

Segundo líderes governistas, não há recursos para sustentar o reajuste por tanto tempo no caixa do governo.

Para evitar a votação da PEC, os governistas apresentaram requerimento para retirar a matéria de pauta. O requerimento nem chegou a ser votado pelos deputados, já que a base aliada esvaziou o plenário da Casa. Por falta de quórum, o presidente da Câmara, Arlindo Chinaglia (PT-SP), encerrou os trabalhos dos deputados.

Os líderes governistas querem rediscutir o texto com a equipe econômica antes de incluir novamente a PEC na pauta da Câmara. Líderes da base aliada vão amanhã ao Ministério da Fazenda negociar recursos para garantir o aumento no repasse do FPM.

Segundo o líder do governo na Câmara, deputado José Múcio (PTB-CE), assim que os ajustes no projeto forem concluídos, a matéria terá prioridade para votação na Casa. "Vamos apresentar requerimento de urgência para que ela seja apresentada logo após esses ajustes", afirmou.

Votação

A PEC já foi aprovada pelo Senado Federal. Se passar por mudanças na Câmara, terá que retornar para nova votação dos senadores. Líderes governistas estimam que o Executivo poderá garantir o repasse a partir de setembro.

O vice-líder do governo na Câmara, deputado Beto Albuquerque (RS), admitiu que a equipe econômica não havia percebido a falta de recursos quando o presidente Lula fez a promessa aos prefeitos. "Tem um problema de desencaixe de recursos nesse momento. Se o Ministério da Fazenda não viu isso, esqueceu de avisar ao presidente", afirmou.

A oposição fez duras críticas ao recuo do governo na promessa feita aos prefeitos. "O presidente Lula fez bravata, mentiu para os prefeitos? Ninguém percebeu isso antes? O governo sempre dizia que o FPM era sua prioridade para votação. Não votar essa matéria hoje é uma vergonha, uma negação de palavra", disse o líder do PSOL na Câmara, deputado Chico Alencar (RJ).

No dia 10 de abril, durante encontro com três mil prefeitos que vieram em marcha a Brasília, o presidente Lula se comprometeu a ampliar de 22,5% para 23,5% da arrecadação federal com o IR (Imposto de Renda) e o IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) no repasse do FPM.

Pelos cálculos da CNM (Confederação Nacional dos Municípios), que organizou a marcha de prefeitos, o aumento em um ponto percentual do FPM representará uma injeção extra de R$ 1,3 bilhão por ano para os cofres municipais. O gasto mensal, segundo estimativa do governo, é de R$ 150 milhões.

Salários

Com o esvaziamento do plenário da Câmara, os deputados também adiaram a votação dos projetos que reajustam os seus próprios salários e os vencimentos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do vice-presidente José Alencar e dos ministros de Estado.

Chinaglia convocou nova sessão do plenário para esta quinta-feira, mas duas Medidas Provisórias passarão a trancar a pauta de votações da Casa --o que pode adiar mais uma vez a votação do reajuste salarial dos deputados.

Leia mais
  • Câmara cogita votar hoje projeto que eleva salários de parlamentares
  • Proposta prevê reajuste retroativo para deputados
  • Câmara finaliza projeto que eleva salários de parlamentares para R$ 16 mil
  • Câmara dos Deputados decide não realizar votações nas segundas-feiras
  • STF barra reajuste de 91% e Congresso já ensaia recuo

    Especial
  • Leia o que já foi publicado sobre o reajuste salarial dos deputados
  •  

    Publicidade

    Publicidade

    Publicidade


    Voltar ao topo da página