Publicidade
Publicidade
06/05/2007
-
07h20
da Folha de S.Paulo
O texto abaixo foi lido por Eleonora de Lucena, editora-executiva da Folha, em nome dos funcionários do Grupo Folha, na missa de sétimo dia pela morte de Octavio Frias de Oliveira:
Cara família Frias de Oliveira, meus colegas:
Trago aqui palavras em homenagem a Octavio Frias de Oliveira. Poderia relatar, como a maioria dos aqui presentes, histórias exemplares de inteligência, tolerância e coragem. Nesta última semana, nos corredores do Grupo Folha --e em várias outras redações pelo país--, muitos de nós revivemos algum momento com ele. Lembramos uma pauta provocativa, uma pergunta arguta, uma crítica irretorquível ou um elogio entusiasmado. Rememoramos as anotações em vermelho num editorial, os pontos de interrogação numa reportagem, um sorriso no elevador ou o caminhar sereno pelas pedras portuguesas da calçada da Barão de Limeira.
Não vou fazer isso. Cada um de nós guardará com carinho essas lembranças particulares. O que fica em comum para todos é o aprendizado. Nesses anos de trabalho com o sr. Frias aprendemos a ser jornalistas e seres humanos melhores. Aprendemos a fazer perguntas, a buscar entender os diferentes lados de um problema, a reconhecer nossos erros e a lutar para superar nossas limitações.
Aprendemos que é preciso construir a cada dia um produto melhor, mais completo e aprofundado, voltado para o leitor. Aprendemos a não nos contentarmos com uma boa edição, com a liderança de mercado, com um furo ou com um resultado programado. Somos insatisfeitos e é assim que avançamos e crescemos.
Aprendemos a importância de defender a democracia, o contraditório, o plural. Aprendemos que é necessário cultivar o espírito crítico e não esquecer a dramaticidade dos abismos sociais e econômicos do Brasil.
Sobretudo aprendemos que é vital ser independente, ter autonomia frente aos interesses dos poderosos da época e assumir as responsabilidades decorrentes disso.
A ousadia, a curiosidade e a energia de Octavio Frias de Oliveira contaminaram o Grupo Folha, e estão entranhados no seu cotidiano. Na Folha, no UOL, no "Agora", no "Valor", no Datafolha, na Publifolha e em todas as outras unidades do grupo buscamos seguir esse modelo. Um paradigma que já não pertence mais só ao Grupo Folha, mas que espalha raízes na mídia brasileira como um todo e é a referência para profissionais de diferentes gerações e regiões do país.
Fico por aqui. Pois, como sabia sr. Frias, amanhã tem jornal.
Muito obrigada.
Leia mais
Leia introdução de "A Trajetória de Octavio Frias de Oliveira"
Poema de Kipling é lido na missa em homenagem a Octavio Frias
"Sua Excelência, o leitor" marca presença na igreja
Empresários lembram espírito inovador e "ceticismo otimista"
"Post" elogia pioneirismo e independência do publisher
Especial
Assista em vídeo à missa do publisher Octavio Frias
Veja a trajetória de Octavio Frias de Oliveira (em flash)
"O que fica em comum para todos é o aprendizado"
Publicidade
O texto abaixo foi lido por Eleonora de Lucena, editora-executiva da Folha, em nome dos funcionários do Grupo Folha, na missa de sétimo dia pela morte de Octavio Frias de Oliveira:
Cara família Frias de Oliveira, meus colegas:
Trago aqui palavras em homenagem a Octavio Frias de Oliveira. Poderia relatar, como a maioria dos aqui presentes, histórias exemplares de inteligência, tolerância e coragem. Nesta última semana, nos corredores do Grupo Folha --e em várias outras redações pelo país--, muitos de nós revivemos algum momento com ele. Lembramos uma pauta provocativa, uma pergunta arguta, uma crítica irretorquível ou um elogio entusiasmado. Rememoramos as anotações em vermelho num editorial, os pontos de interrogação numa reportagem, um sorriso no elevador ou o caminhar sereno pelas pedras portuguesas da calçada da Barão de Limeira.
Não vou fazer isso. Cada um de nós guardará com carinho essas lembranças particulares. O que fica em comum para todos é o aprendizado. Nesses anos de trabalho com o sr. Frias aprendemos a ser jornalistas e seres humanos melhores. Aprendemos a fazer perguntas, a buscar entender os diferentes lados de um problema, a reconhecer nossos erros e a lutar para superar nossas limitações.
Aprendemos que é preciso construir a cada dia um produto melhor, mais completo e aprofundado, voltado para o leitor. Aprendemos a não nos contentarmos com uma boa edição, com a liderança de mercado, com um furo ou com um resultado programado. Somos insatisfeitos e é assim que avançamos e crescemos.
Aprendemos a importância de defender a democracia, o contraditório, o plural. Aprendemos que é necessário cultivar o espírito crítico e não esquecer a dramaticidade dos abismos sociais e econômicos do Brasil.
Sobretudo aprendemos que é vital ser independente, ter autonomia frente aos interesses dos poderosos da época e assumir as responsabilidades decorrentes disso.
A ousadia, a curiosidade e a energia de Octavio Frias de Oliveira contaminaram o Grupo Folha, e estão entranhados no seu cotidiano. Na Folha, no UOL, no "Agora", no "Valor", no Datafolha, na Publifolha e em todas as outras unidades do grupo buscamos seguir esse modelo. Um paradigma que já não pertence mais só ao Grupo Folha, mas que espalha raízes na mídia brasileira como um todo e é a referência para profissionais de diferentes gerações e regiões do país.
Fico por aqui. Pois, como sabia sr. Frias, amanhã tem jornal.
Muito obrigada.
Leia mais
Especial
Publicidade
As Últimas que Você não Leu
Publicidade
+ LidasÍndice
- Nomeação de novo juiz do Supremo pode ter impacto sobre a Lava Jato
- Indicação de Alexandre de Moraes vai aprofundar racha dentro do PSDB
- Base no Senado exalta currículo de Moraes e elogia indicação
- Na USP, Moraes perdeu concursos e foi acusado de defender tortura
- Escolha de Moraes só possui semelhança com a de Nelson Jobim em 1997
+ Comentadas
- Manifestantes tentam impedir fala de Moro em palestra em Nova York
- Temer decide indicar Alexandre de Moraes para vaga de Teori no STF
+ EnviadasÍndice