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03/05/2007
-
14h30
da Folha Online
O jornal americano "The Washington Post" publicou nesta quinta-feira em seu obituário a notícia da morte de Octavio Frias de Oliveira, publisher do Grupo Folha. Ele morreu aos 94 anos, na tarde do último domingo, em São Paulo.
Segundo o periódico, o publisher liderou a abertura da mídia brasileira durante o período militar do país.
O "Post" afirma que Frias "manteve sua independência" em um época de pressão contra os direitos civis e a liberdade de expressão no Brasil, e permitiu que tanto críticos quanto partidários da ditadura tivessem voz em seu jornal.
O publisher, ainda de acordo com o "Post", ajudou a modernizar a mídia brasileira e foi um dos primeiros a criar um jornal na internet, além de ter sido pioneiro na criação de um posto de ombudsman, que lançou um olhar crítico à cobertura do grupo.
Outros jornais do mundo, como "The New York Times" e "Los Angeles Times, ambos dos Estados Unidos; "El Tiempo", da Colômbia, e "Milênio", do México, bem como agências internacionais, também repercutiram a morte de Octavio Frias de Oliveira.
Missa
Será celebrada neste sábado, 5 de maio, a missa de sétimo dia da morte do publisher da Folha. A cerimônia acontecerá às 10h30, na igreja do Santuário Nossa Senhora do Rosário de Fátima, que fica na av. Dr. Arnaldo, 1.831, no Sumaré, zona oeste de São Paulo.
A missa será celebrada por d. Manuel Parrado Carral, 60, bispo auxiliar de São Paulo. Ele esteve à frente da arquidiocese nos últimos cinco meses, entre a transferência de d. Cláudio Hummes para Roma e a posse de d. Odilo Scherer como arcebispo, no último domingo.
O corpo do empresário foi sepultado na segunda-feira, no cemitério Gethsêmani, no Morumbi. O velório, ocorrido na segunda-feira pela manhã, reuniu cerca de 600 pessoas, entre familiares, amigos, políticos, empresários e jornalistas. Estiveram no local o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e o governador de São Paulo, José Serra, além do prefeito da capital, Gilberto Kassab.
Octavio Frias de Oliveira
Protagonista da modernização da mídia brasileira na segunda metade do século, Frias pertenceu a uma geração de empreendedores pioneiros dos quais ele era um dos últimos remanescentes e o único a se manter em atividade profissional até o ano passado.
Em novembro, como decorrência de uma queda doméstica, o empresário foi submetido a cirurgia para remoção de hematoma craniano. Teve alta hospitalar na passagem do ano e desde então vinha se recuperando na casa de sua filha Maria Cristina.
Suas condições clínicas pioraram nas últimas semanas, levando à instalação de um quadro de insuficiência renal grave. Ele estava inconsciente havia dois dias. Seu coração deixou de bater às 15h25 do domingo (29). Octavio Frias de Oliveira deixa a viúva, d. Dagmar Frias de Oliveira, e quatro filhos, Maria Helena, Otavio, Luís e Maria Cristina.
Leia a seguir a íntegra do texto publicado hoje no "Washington Post".
"Octavio Frias de Oliveira - Brazilian Publisher
Octavio Frias de Oliveira, 94, who published Brazil's biggest newspaper and Web site and helped modernize the country's media, died April 29 of kidney failure in Sao Paulo, Brazil.
He led an opening of the media during Brazil's military dictatorship, allowing critical opinions of the regime to appear in his flagship Folha de Sao Paulo newspaper. He also was among the first to publish on the Web.
Mr. Frias purchased Folha de Sao Paulo in 1962, after working as a civil servant and in real estate. He bought the newspaper just two years before Brazil's military overthrew the democratically elected government. Despite the crackdown on civil rights and free speech, Mr. Frias maintained his independence, giving voice to dictatorship critics and supporters alike.
In the 1960s, Mr. Frias was the first publisher in Brazil to institute an ombudsman to cast a critical eye on Folha's reporting. He also devoted page three of the newspaper to publishing opinions for and against the military regime.
After more than half a century of intervention in governance, the military regime peacefully yielded to civilian rulers in 1985."
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O jornal americano "The Washington Post" publicou nesta quinta-feira em seu obituário a notícia da morte de Octavio Frias de Oliveira, publisher do Grupo Folha. Ele morreu aos 94 anos, na tarde do último domingo, em São Paulo.
Segundo o periódico, o publisher liderou a abertura da mídia brasileira durante o período militar do país.
O "Post" afirma que Frias "manteve sua independência" em um época de pressão contra os direitos civis e a liberdade de expressão no Brasil, e permitiu que tanto críticos quanto partidários da ditadura tivessem voz em seu jornal.
O publisher, ainda de acordo com o "Post", ajudou a modernizar a mídia brasileira e foi um dos primeiros a criar um jornal na internet, além de ter sido pioneiro na criação de um posto de ombudsman, que lançou um olhar crítico à cobertura do grupo.
Outros jornais do mundo, como "The New York Times" e "Los Angeles Times, ambos dos Estados Unidos; "El Tiempo", da Colômbia, e "Milênio", do México, bem como agências internacionais, também repercutiram a morte de Octavio Frias de Oliveira.
Missa
Será celebrada neste sábado, 5 de maio, a missa de sétimo dia da morte do publisher da Folha. A cerimônia acontecerá às 10h30, na igreja do Santuário Nossa Senhora do Rosário de Fátima, que fica na av. Dr. Arnaldo, 1.831, no Sumaré, zona oeste de São Paulo.
A missa será celebrada por d. Manuel Parrado Carral, 60, bispo auxiliar de São Paulo. Ele esteve à frente da arquidiocese nos últimos cinco meses, entre a transferência de d. Cláudio Hummes para Roma e a posse de d. Odilo Scherer como arcebispo, no último domingo.
O corpo do empresário foi sepultado na segunda-feira, no cemitério Gethsêmani, no Morumbi. O velório, ocorrido na segunda-feira pela manhã, reuniu cerca de 600 pessoas, entre familiares, amigos, políticos, empresários e jornalistas. Estiveram no local o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e o governador de São Paulo, José Serra, além do prefeito da capital, Gilberto Kassab.
Octavio Frias de Oliveira
Protagonista da modernização da mídia brasileira na segunda metade do século, Frias pertenceu a uma geração de empreendedores pioneiros dos quais ele era um dos últimos remanescentes e o único a se manter em atividade profissional até o ano passado.
Em novembro, como decorrência de uma queda doméstica, o empresário foi submetido a cirurgia para remoção de hematoma craniano. Teve alta hospitalar na passagem do ano e desde então vinha se recuperando na casa de sua filha Maria Cristina.
Suas condições clínicas pioraram nas últimas semanas, levando à instalação de um quadro de insuficiência renal grave. Ele estava inconsciente havia dois dias. Seu coração deixou de bater às 15h25 do domingo (29). Octavio Frias de Oliveira deixa a viúva, d. Dagmar Frias de Oliveira, e quatro filhos, Maria Helena, Otavio, Luís e Maria Cristina.
Leia a seguir a íntegra do texto publicado hoje no "Washington Post".
"Octavio Frias de Oliveira - Brazilian Publisher
Octavio Frias de Oliveira, 94, who published Brazil's biggest newspaper and Web site and helped modernize the country's media, died April 29 of kidney failure in Sao Paulo, Brazil.
He led an opening of the media during Brazil's military dictatorship, allowing critical opinions of the regime to appear in his flagship Folha de Sao Paulo newspaper. He also was among the first to publish on the Web.
Mr. Frias purchased Folha de Sao Paulo in 1962, after working as a civil servant and in real estate. He bought the newspaper just two years before Brazil's military overthrew the democratically elected government. Despite the crackdown on civil rights and free speech, Mr. Frias maintained his independence, giving voice to dictatorship critics and supporters alike.
In the 1960s, Mr. Frias was the first publisher in Brazil to institute an ombudsman to cast a critical eye on Folha's reporting. He also devoted page three of the newspaper to publishing opinions for and against the military regime.
After more than half a century of intervention in governance, the military regime peacefully yielded to civilian rulers in 1985."
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