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16/05/2007 - 18h24

Beguoci diz que papa perdeu imagem de carrancudo no Brasil

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da Folha Online

O jornalista da Folha Leandro Beguoci, 24, participou nesta quarta-feira (16) de um bate-papo com 249 internautas sobre a visita do papa Bento 16 ao Brasil. Leia a íntegra do bate-papo

Folha Imagem
O jornalista Leandro Beguoci, que viajou junto com a comitiva do papa
O jornalista Leandro Beguoci, que viajou junto com a comitiva do papa
Para o jornalista, a viagem serviu para acabar com as confusões sobre a imagem do papa no Brasil. "Ficou claro que ele não é um sujeito carrancudo", disse ele para os internautas. "Ser conservador não é ser mal humorado ou carrancudo. O papa João Paulo [2º] era tão conservador quanto Bento 16 em assuntos morais e até hoje é considerado uma pessoa muito carismática, o papa que beijava o chão dos países que visitava."

No entanto, Beguoci afirmou que o papa jogou um balde de água fria naqueles que esperavam dele um discurso reformista. "Ele é um homem que busca deixar clara qual a verdade católica (na visão dele, claro). Essa clareza, na minha opinião, foi ótima. No Brasil, estamos acostumados com figuras que preferem difundir a confusão. Não é o caso desse papa, goste-se ou não das suas posições.

Beguoci viajou no avião que trouxe o sumo pontífice e sua comitiva ao país. Na volta, ele também acompanhou o retorno do papa a Roma. Ele disse que essa experiência é interessante porque "há jornalistas do mundo inteiro no avião.". "Muitos deles não tem a menor idéia do que seja o Brasil."

Ele contou também que a viagem foi bem confortável. "A ida e a volta foram tranqüilas, com comida farta e muito conforto no avião do papa. Tocou ópera o tempo inteiro no sistema interno de som do avião", respondeu ele para um dos internautas.

Questionado sobre a conversa reservada que o papa teve com os jornalistas brasileiros dentro do avião, Beguoci disse que foi "amena" e durou "pouco mais de 10 minutos". "Não foi uma entrevista coletiva, ele chamava um jornalista, conversava, depois vinha o outro. Para mim, ele perguntou a idade, disse que eu era jovem, agradeceu a cobertura da mídia à sua visita e pediu que os meios de comunicação prestem mais atenção na juventude do país."

Recepção no Brasil

Para o jornalista, a comitiva do papa esperava por mais gente nos eventos onde Bento 16 esteve presente. A missa de Aparecida (167 km de SP) reuniu 150 mil pessoas, contra a estimativa inicial de 500 mil.

"O papa queria era mais calor. Dentro do avião, vários de seus assessores se queixaram, com jeitinho, que esperavam mais gente nos eventos. Queriam ter visto Bento 16 ser aplaudido como fora João Paulo 2º no Brasil", disse.

Beguoci apontou entretanto um conflito entre a expectativa de multidão e o comportamento da comitiva que cercava o papa. Para ele, tem fundamento a tentativa de afastar o padre Marcelo Rossi do papa.

"Eles acham o padre mais parecido com um pastor evangélico do que com um padre católico. Temiam que ele quisesse aparecer mais que o papa se tivesse oportunidade de se encontrar com ele. Além disso, ressaltavam, havia sempre o risco de uma gafe: Bento 16 não gosta de padre-cantor, showmissa. Todo caso, há um problema. Porque padre Marcelo hoje é o único religioso que leva multidões onde canta. E as multidões estiveram ausentes dos encontros com o papa, mesmo levando em conta a missa de frei Galvão", afirmou ele no bate-papo.

Para o jornalista, o evento que o papa mais gostou no Brasil foi a visita à Fazenda Esperança, um centro de reabilitação de dependentes químicos, em Guaratinguetá (176 km de SP). "Seus assessores disseram que foi o melhor evento da visita de Bento 16 ao Brasil, seja pela fazenda em si, seja pelo número de pessoas presentes, pela recepção dos internos, pelo simbolismo."

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