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06/10/2003 - 14h49

Ressonância magnética precisa de mais pesquisa, diz Nobel

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da France Presse, em Chicago (EUA)

Paul Lauterbur ficou surpreso ao ser premiado com o Nobel de Medicina, mesmo depois de ter ouvido durante anos que o merecia.

O cientista norte-americano de 74 anos previu que muitos outros avanços médicos podem ser alcançados a partir das imagens de ressonância magnética, uma área em que ele foi pioneiro junto com o especialista britânico Peter Mansfield, co-ganhador do Nobel de 2003.

"Sempre é uma surpresa, mesmo quando algumas vezes as pessoas dizem achar que um trabalho como este mereceu tal reconhecimento, quando ele realmente chega, sempre é uma surpresa", disse.

História de vida

Lauterbur conquistou o título de PhD em química em 1962 na Universidade de Pittsburgh, Pensilvânia, antes de se tornar professor de química na Universidade de Nova York, em 1969.

Ele permaneceu neste cargo até 1985, quando se tornou professor e diretor do Laboratório Biomédico de Ressonância Magnética da Universidade de Illinois, cargo que mantém até hoje.

A pesquisa de Lauterbur na década de 70 tornou possível a criação de imagens bidimensionais de órgãos ou tecidos que não podiam ser visualizados usando outras técnicas. Seu trabalho já era largamente reconhecido pelos colegas.

Membro da Academia Nacional de Ciências dos EUA, Lauterbur recebeu em 1987 a Medalha Nacional de Ciências, no mesmo ano em que foi agraciado com a Medalha Roentgen. Em 1999, recebeu a Medalha de Ouro do Congresso Europeu de Radiologia.

Diagnóstico

Alguns anos atrás, Lauterbur mudou sua área de especialização para estudos de química, mas insistiu em que os scanners de IRM (imagens de ressonância magnética) ainda têm muito a oferecer.

"Há muitas áreas nas quais implementações continuam sendo feitas para torná-la uma ferramenta de diagnóstico médico mais efetiva", disse.

"Há uma área muito interessante na observação dos processos que ocorrem no cérebro, para determinar partes do cérebro que correspondem a vários pensamentos e percepções. Isso tem um grande potencial no futuro do entendimento das funções cerebrais", prosseguiu.

Área de pesquisa

"Eu mudei a área de minha pesquisa para estudos químicos há alguns anos, seria muito técnico explicar. Pessoas que têm trabalhado comigo estão dando continuidade a esta pesquisa na criação de imagens de ressonância magnética e eu espero que elas façam muitas outras grandes coisas", afirmou.

O conhecimento de Lauterbur está nas aplicações químicas da ressonância magnética nuclear.

"(Isto) me deu a experiência e as idéias sobre as quais me baseei quando se tornou evidente a necessidade de se encontrar alguma forma para determinar a localização do sinal de ressonância magnética no interior de objetos biológicos. As idéias básicas fluíram dali, então eu procedi ao desenvolvimento de reconstrução das idéias. Falei com alguns matemáticos, que disseram 'é claro que suas idéias funcionarão', mas outros disseram 'não funcionarão'", contou.

Ingressar na área das aplicações médicas e biológicas da técnica a partir da química básica "demandou aprender muitas coisas novas, trabalhar com diferentes tipos de pessoas, instituições. Nesse sentido, era uma experiência muito original e estimulante, à qual dei continuidade por um quarto de século", concluiu.

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