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16/12/2003 - 11h52

Cientistas apostam em alternativa à clonagem para obter célula-tronco

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da Folha Online
da Reuters

Cientistas norte-americanos que já tinham clonado com êxito um embrião humano conseguiram repetir o experimento e também criar diversos embriões por um processo alternativo à clonagem, chamado partenogênese.

O processo, que usa apenas o óvulo humano --dispensa o espermatozóide e até mesmo a transferência nuclear utilizada na clonagem--, pode ser um atalho para a criação de células-tronco, capaz de se transformar em outras células do corpo, o que tem chamado a atenção de pesquisadores na hora de desenvolver tratamentos para diversas doenças.

Enquanto a clonagem humana para fins reprodutivos continua envolta em grande polêmica, Robert Lanza, diretor médico da Advanced Cell Technology, de Worcester (Massachusetts), acredita que a partenogênese pode driblar as dificuldades éticas que o processo de criação de células-tronco envolvia até agora, já que depende basicamente da clonagem.

Clonagem vs. clonagem

Isso porque há diferentes clonagens. O primeiro tipo de técnica, chamado de clonagem reprodutiva, é o mesmo empregado para produzir a ovelha Dolly. Tira-se o núcleo de um óvulo, que é fundido com o núcleo de uma célula de animal adulto, resultando num embrião com genes idênticos ao do doador da célula madura.

A segunda é a clonagem terapêutica. Em comum com a reprodutiva, essa clonagem tem apenas a técnica de transferência de núcleo. O embrião obtido não passa da fase de blastocisto, a bola de uma centena de células que se desenvolve até o quinto ou sexto dia depois da fusão celular. Desse embrião, são retiradas as células-tronco, que têm a capacidade de formar outros tipos de tecido, incluindo os do cérebro, coração, ossos, músculos e pele.

Mas para algumas pessoas --como grupos religiosos e antiaborto-- a destruição de um embrião, necessária para a obtenção das células-tronco, é o mesmo que matar um ser humano.

A partenogênese então seria um caminho alternativo para chegar às células-tronco, já que usa apenas o óvulo e dispensa a fecundação ou até mesmo a transferência nuclear usada na clonagem. "Se [o blastocisto gerado por partenogênese] for implantado no útero de uma mulher, não acreditamos que possa se tornar uma criança", disse Lanza.

Segunda tentativa

Desta vez, os pesquisadores conseguiram levar o embrião humano clonado até um estágio de crescimento de 16 células. Na última tentativa, em 2001, o embrião havia chegado a apenas 6 células.

Segundo a companhia, os experimentos --que serão relatados na edição de janeiro da revista "Wired"-- não são grandes descobertas, mas uma progressão natural das pesquisas para criar células-tronco com fins terapêuticos.

Animais como carneiros, vacas, cavalos e porcos já foram clonadados com sucesso pela transferência nuclear, processo que usa um óvulo e qualquer célula adulta de outro animal.

Há pesquisadores, no entanto, que questionam a eficácia da transferência nuclear no processo de clonagem de seres humanos. Lanza rebate: para ele, os experimentos da Advanced Cell Technology sugerem que a técnica também funciona com humanos.

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