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05/01/2004 - 11h36

Começa missão norte-americana para explorar Marte

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da France Presse, em Pasadena (EUA)

A mais ambiciosa missão de exploração de Marte começou neste fim de semana, depois que o primeiro de dois robôs da Nasa (agência espacial norte-americana) chegou ao planeta vermelho para procurar indícios de vida.

Ao fim da viagem de 500 milhões de quilômetros e sete meses, a sonda Spirit liberou seu robô explorador (chamado MER-A), abriu seus painéis solares e ativou sua câmera panorâmica para enviar imagens à Terra. Depois de captar inúmeras imagens, o robô começará a se deslocar pela superfície de Marte, em seu oitavo ou nono dia marciano, que dura 24 horas, 39 minutos e 35 segundos.

Divulgação/Nasa
Uma das primeiras fotos de Marte enviadas pela missão norte-americana; veja galeria de imagens


O projeto Mars Expedition Rover custou à Nasa US$ 800 milhões e conta com a participação de cerca de 250 especialistas e pesquisadores da agência espacial. Os robôs da Mars Expedition Rover são transportados por duas sondas, a Spirit e a Opportunity, lançadas respectivamente em 10 de junho e 7 de julho.

A sonda Spirit chegou com sucesso ao solo marciano apenas alguns dias depois do pouso ainda não-confirmado do robô Beagle 2, da ESA (agência espacial européia), em 25 de dezembro. O projeto concorrente também colocou o satélite Mars Express na órbita de Marte.

Comemoração

O primeiro robô norte-americano chegou ao solo marciano exatamente às 2h35 (horário de Brasília) de ontem a uma velocidade de 5,4 km/s. O segundo robô, o MER-B, deve chegar à superfície do planeta no dia 25 de janeiro. "Estamos de volta a Marte, é algo incrível", disse Sean O'Keefe, diretor da Nasa, ao brindar com a equipe de cientistas. Das 30 missões de sonda lançadas para Marte nos últimos 40 anos, somente 12 tiveram sucesso.

"A meta nos próximos nove dias (marcianos) será preparar o veículo para a exploração, mas entre suas atividades estará a tomada de imagens", explicou o geólogo Stephen Squyres, chefe científico da missão.

O cientista disse que a Spirit desceu em um local perfeito para a exploração. "Há muitas rochas expostas, mas também uma boa superfície para movimentação". "Havia calor, havia umidade, era o tipo de lugar que teria permitido a vida? Nossos pesquisadores estão ansiosos para iniciar o trabalho e começar a responder a estas perguntas", disse Squyres.

Aterrissagem

Para o pouso em solo marciano, a Nasa reciclou o sistema usado com sucesso na missão Mars Pathfinder, em 1997. A 8,5 km do solo, o pára-quedas se abre e o escudo térmico que protege a sonda é dispensado. Pequenos reatores são usados para frear e estabilizar o pouso.

Oito segundos antes de tocar o solo, grandes colchões de ar são inflados ao redor da sonda, fazendo-a "quicar" várias vezes antes de parar. Quando os amortecedores esvaziam, a camada externa se abre. O robô no interior da sonda desdobra seus painéis solares duas horas depois do pouso.

Nesse estágio, a câmara panorâmica foi acionada para tirar as primeiras fotos coloridas em um ambiente com temperaturas de até 360 graus. As imagens serão idênticas, em qualidade, àquelas tiradas com tecnologia Imax.

Percurso

O ponto assinalado para o pouso do MER-A é a cratera Gusev, 15 graus ao sul do equador marciano. O MER-B pousará na região do Meridiani Planum, dois graus ao sul do equador.

Movidos a energia solar, os robôs têm velocidade máxima de 5 centímetros por segundo em terreno plano, o equivalente a 3 metros por minuto. Mas a Nasa desenvolveu um sistema de software que faz o robô andar por 10 segundos e então parar por outros 20 segundos para analisar o terreno ao seu redor antes de se mover por mais 10 segundos. Com isso, a locomoção do robô deve ser bem mais lenta do que os 3 metros por minuto.

"Não é uma corrida, mas uma maratona", disse Steve Squyres, da Universidade Cornell, um dos chefes do projeto científico, sobre a extensão da exploração.

Seuyres comparou os robôs a geólogos de campo. "Eles olham em volta através de uma câmara em cores e com um equipamento infra-vermelho podem classificar tipos de rocha à distância", explicou.

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