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16/11/2000 - 07h42

Franqueza de James Watson é lendária

  • "Pai do DNA" gera polêmica em palestra sobre comportamento

    da Folha de S.Paulo

    James Watson falando em Berkeley é uma combinação explosiva. O cientista sempre foi conhecido pelo ego gigantesco, pela franqueza e por defender teorias científicas um tanto exóticas. Em contrapartida, foi em Berkeley que surgiu o pensamento politicamente correto, uma espécie de subproduto, de banho tomado, do que restou da cultura hippie (também de origem californiana).

    Michael Botchan, um ex-aluno de Watson que coordenou a polêmica palestra, mostrou-se extremamente nervoso ao falar por telefone à Folha. "O que eu tinha a dizer já foi publicado no 'Chronicle'. Você está me obrigando a desligar na sua cara." Disse apenas que não percebeu, durante a conferência, que haveria reação negativa. "Eu estava absorvido pelo conteúdo científico."

    Esse é o segundo imbróglio público em que Watson se envolve, em dois anos. Em 1997, ele afirmou ao jornal "The New York Times" que um grupo de médicos de Boston estava a ponto de descobrir a cura do câncer.

    O cientista comentava o estudo de uma equipe que conseguira reduzir drasticamente tumores em ratos, usando as substâncias endostatina e angiostatina. A realidade se mostrou menos radiante.

    Os primeiros testes com seres humanos foram divulgados esta semana, num congresso na Holanda. Embora os resultados iniciais sejam animadores, ainda estão muito distantes da cura que James Watson, há dois anos, previa estar tão próxima.

    Em sua autobiografia, "The Double Helix", Watson chocou a comunidade científica e foi um sucesso de vendas. Pela primeira vez um cientista admitia em público que sua atividade era permeada por imperfeições humanas, como inveja e vaidade.

    A primeira frase já dava o tom: "Nunca vi Francis Crick ter um momento de humildade." Crick foi seu parceiro na descoberta da estrutura do DNA (1953) e com ele dividiu o Nobel de 1962, assim como Maurice Wilkins. (Álvaro Pereira Jr.)
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