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07/12/2004 - 12h09

Estados Unidos se mantêm como vilões do efeito estufa

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ODILE MEUVRET
da France Presse, em Buenos Aires (Argentina)

Os Estados Unidos rejeitaram antecipadamente qualquer discussão sobre o "pós-Kyoto" na conferência sobre mudança climática de Buenos Aires, onde países europeus debatem maiores compromissos de redução da emissão de gases-estufa após a expiração do protocolo de Kyoto, em 2012.

"É muito cedo para falar nisso", declarou o representante norte-americano Harlan Watson, um alto funcionário do Departamento de Estado, antes mesmo da reunião da ONU (Organização das Nações Unidas) na capital argentina para negociações sobre mudanças climáticas.

Watson lembrou que o governo de George W. Bush rejeitou o protocolo de Kyoto em março de 2001, alegando que sua aplicação era demasiado cara e que não obrigava os países em desenvolvimento a reduzir suas emissões de gases causadores do efeito estufa.

Para ser ratificado por Washington, um futuro tratado internacional sobre o tema deverá "não causar danos essenciais à economia norte-americana e ser verdadeiramente mundial, isto é, envolver todos os países", disse Watson.

"[O processo mundial de redução de emissões] é claramente de grande importância para todos os países desenvolvidos", afirmou. "Mas temos que ser realistas, a prioridade dos países em desenvolvimento é a redução da pobreza, [que levará a] um crescimento significativo do consumo de energia, em especial nos maiores destes países, com forte crescimento econômico, com a China e a Índia."

O uso de combustíveis fósseis (carvão, petróleo e gás), principal causador de emissões de gases-estufa, "continuará formando o pilar do sistema de energia mundial, pelo menos boa parte do século 21, ainda que seu preço aumente", concluiu o representante norte-americano.

Watson lembrou que seu país defende o aperfeiçoamento das tecnologias associadas aos combustíveis fósseis e as tecnologias nucleares avançadas. "Acreditamos que estas atividades [de pesquisa e desenvolvimento tecnológico] constituirão a maneira de resolver a situação a longo prazo", disse.

"Continuar descartando que os países em desenvolvimento assumam compromissos rígidos [de redução de emissões] é pouco realista. É preferível comprometer estes países para que tomem medidas a curto prazo, compatíveis com seu desenvolvimento, utilizando estas novas tecnologias de energia, antes de continuar com discussões sem fim, que não levarão a nada."

O protocolo de Kyoto, que entrará em vigor no dia 16 de fevereiro, mais de sete anos depois de sua assinatura, impõe a diferentes grupos de países metas diferenciadas de redução das emissões de gases, entre eles o CO2 (gás carbônico), para o ano 2012.

Apenas os países industrializados são obrigados a cumpri-los. Os países em desenvolvimento só têm a obrigação de elaborar relatórios das quantidades emitidas.

A conferência de Buenos Aires, que reúne quase 170 países pelas próximas duas semanas, faz parte do marco da Convenção da ONU sobre mudança climática, um primeiro acordo que entrou em vigor em 1994 e foi assinado pelos Estados Unidos. O protocolo de Kyoto tornou mais rigorosas suas determinações.

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