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07/12/2004 - 12h01

Países emergentes descartam adotar medidas contra efeito estufa

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ODILE MEUVRET
da France Presse, em Buenos Aires (Argentina)

Os países em desenvolvimento saíram em defesa própria em Buenos Aires, na retomada das negociações da ONU (Organização das Nações Unidas) sobre mudanças climáticas, advertindo que se recusam a aderir a novas medidas de controle de emissão de gases causadores do efeito estufa.

"Não haverá novos compromissos", disse Mohammed Al-Maslamani, representante do Qatar, logo na abertura da reunião, em nome do Grupo de países em desenvolvimento (G-77) que preside atualmente.

Al-Maslamani deu o tom às discussões para saber se os 170 países presentes ao encontro assinarão um novo acordo de luta contra a mudança climática para a confirmação do protocolo de Kyoto em 2012.

O representante do Qatar afirmou que um artigo do protocolo, prevendo a abertura de negociações formais em 2005, em vista de novos contratos após 2012, cita apenas os países desenvolvidos.

"Nós não aceitaremos nenhum outro processo de negociação para abordar a questão dos engajamentos dos grandes países em desenvolvimento, seja qual for o nome dado a este processo", insistiu.

Delegados de cerca de 170 países deram início ontem à 10ª sessão da Conferência das Nações Unidas sobre a Mudança Climática. O encontro, que começou às 10h locais (11h de Brasília), conta com a participação de 70 ministros do Meio Ambiente e com cerca de 6.000 funcionários e representantes privados ligados à indústria, à energia, ao transporte, à agricultura e a organizações ambientalistas não-governamentais.

A conferência se estenderá até o dia 17 de dezembro e marcará o relançamento das negociações sobre a mudança climática, com o novo impulso que a ratificação russa ao protocolo de Kyoto imprimiu sobre a limitação das emissões de gases que provocam o efeito estufa.

Simultaneamente à reunião, haverá cerca de uma centena de atividades paralelas e 60 exibições.

Protocolo de Kyoto

O protocolo de Kyoto, concebido em 1997, propõe a redução das emissões de seis gases que esquentam a atmosfera. Para entrar em vigor, precisava ser ratificado por pelo menos 55 países que representam 55% das emissões de CO2 no mundo desenvolvido.

Após a negativa dos Estados Unidos, o país que mais gera gás carbônico no mundo --cerca de um quarto de todas as emissões--, somente os 55% só poderiam ser alcançados se a Rússia aderisse ao tratado, decisão que Moscou anunciou no dia 30 de setembro e que determinou a entrada em vigor do protocolo em 16 de fevereiro de 2005.

No entanto o impacto sobre o clima será pequeno, já que os gases acumulados podem prolongar o processo de recuperação por centenas de anos, o que torna imperativo a retomada das negociações em busca de avanços maiores.

Também participarão do encontro 17 organismos intergovernamentais, entre eles, o Escritório Meteorológico Mundial, o Fundo Mundial para o Meio Ambiente e os programas das Nações Unidas para o Meio Ambiente e Desenvolvimento.

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