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08/08/2005
-
16h13
JANAINA LAGE
da Folha Online, no Rio
O ministro de Ciência e Tecnologia, Sérgio Rezende, afirmou que dentro de dez anos o país pode se tornar exportador de urânio enriquecido.
Segundo Rezende, o país não tem qualquer interesse na retomada da construção de bombas nucleares. O assunto voltou à tona com as declarações do ex-presidente José Sarney. Ao assumir a presidência, ele recebeu a notícia de que o país trabalhava para ter sua própria bomba atômica com instalações nucleares na serra do Cachimbo (oeste do Pará).
De acordo com o ministro, o país gastou recursos com as instalações da serra do Cachimbo e com o projeto de desenvolvimento de urânio à época do governo de José Sarney.
"Isso [o enriquecimento] era feito escondido, eventualmente tinha fins militares, não de fazer uma bomba, mas de fazer submarino nuclear. Todo esse projeto foi convertido para atuação civil, com fins pacíficos. Todo o aprendizado conseguido de enriquecimento de urânio está sendo usado agora para enriquecer urânio para combustível nuclear", afirmou.
Segundo Rezende, o país tem comprovadamente a sexta maior reserva de minério de urânio, mas um cálculo mais exato levando em conta a abrangência nacional poderia levar o Brasil até para a terceira colocação em reserva do minério.
Existem alguns entraves para que o país possa se tornar exportador de urânio enriquecido. Antes disso, seria necessário alterar a Constituição, que prevê que o país não pode se tornar exportador. Além disso, o país precisa desenvolver tecnologia para produção em massa maior. O Brasil precisaria também de uma autorização da AIEA (Agência Internacional de Energia Atômica).
"Essa hipótese não deve ser descartada. Um país que tenha a sexta, quinta ou terceira reserva de minério de urânio tem de ter capacidade de exportar esse produto, porque ele é de alto valor agregado", disse.
Rezende destacou ainda que o produto deverá ganhar maior importância a longo prazo com o cenário de escassez do petróleo dentro de 30 ou 40 anos. "Existem indicações de que em dez anos nós poderíamos ser exportadores de urânio enriquecido", disse.
O ministro ressaltou que o país não tem um programa acabado para este fim, mas que a discussão sobre o programa nuclear brasileiro deve se acelerar nos próximos meses. O Brasil gasta hoje US$ 15 milhões por ano para importar urânio enriquecido.
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O ministro de Ciência e Tecnologia, Sérgio Rezende, afirmou que dentro de dez anos o país pode se tornar exportador de urânio enriquecido.
Segundo Rezende, o país não tem qualquer interesse na retomada da construção de bombas nucleares. O assunto voltou à tona com as declarações do ex-presidente José Sarney. Ao assumir a presidência, ele recebeu a notícia de que o país trabalhava para ter sua própria bomba atômica com instalações nucleares na serra do Cachimbo (oeste do Pará).
De acordo com o ministro, o país gastou recursos com as instalações da serra do Cachimbo e com o projeto de desenvolvimento de urânio à época do governo de José Sarney.
"Isso [o enriquecimento] era feito escondido, eventualmente tinha fins militares, não de fazer uma bomba, mas de fazer submarino nuclear. Todo esse projeto foi convertido para atuação civil, com fins pacíficos. Todo o aprendizado conseguido de enriquecimento de urânio está sendo usado agora para enriquecer urânio para combustível nuclear", afirmou.
Segundo Rezende, o país tem comprovadamente a sexta maior reserva de minério de urânio, mas um cálculo mais exato levando em conta a abrangência nacional poderia levar o Brasil até para a terceira colocação em reserva do minério.
Existem alguns entraves para que o país possa se tornar exportador de urânio enriquecido. Antes disso, seria necessário alterar a Constituição, que prevê que o país não pode se tornar exportador. Além disso, o país precisa desenvolver tecnologia para produção em massa maior. O Brasil precisaria também de uma autorização da AIEA (Agência Internacional de Energia Atômica).
"Essa hipótese não deve ser descartada. Um país que tenha a sexta, quinta ou terceira reserva de minério de urânio tem de ter capacidade de exportar esse produto, porque ele é de alto valor agregado", disse.
Rezende destacou ainda que o produto deverá ganhar maior importância a longo prazo com o cenário de escassez do petróleo dentro de 30 ou 40 anos. "Existem indicações de que em dez anos nós poderíamos ser exportadores de urânio enriquecido", disse.
O ministro ressaltou que o país não tem um programa acabado para este fim, mas que a discussão sobre o programa nuclear brasileiro deve se acelerar nos próximos meses. O Brasil gasta hoje US$ 15 milhões por ano para importar urânio enriquecido.
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