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09/01/2006 - 10h17

Teste de DNA não prova se crânio é de Mozart

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da Efe, em Viena

O mistério do suposto crânio de Wolfgang Amadeus Mozart (1756-1791), conservado desde 1902 pela Fundação Mozarteum de Salzburgo, continua aberto. Os resultados dos testes de DNA mitocondrial realizados nos restos de dois supostos parentes seus não demonstraram se o crânio é verdadeiro ou falso, informou ontem o Instituto Forense de Innsbruck.

Os testes de DNA dos restos que supostamente pertenciam a uma sobrinha de Mozart, Jeanette, e sua avó materna, Euphrosina Pertl, dão resultados diferentes entre si e não podem ser comparados com dois dentes extraídos do suposto crânio de Mozart, de acordo com os resultados divulgados pelo centro forense.

Além disso, a informação genética extraída de dois pêlos que supostamente pertenceram a Mozart também resultou ser distinta em cada uma das mostras capilares e não coincide nem com os testes a que foi submetido o crânio nem aos restos dos supostos parentes do compositor. A informação foi divulgada pelo documentário "Mozart, busca de vestígios", transmitido pela televisão pública austríaca ORF.

Desta forma, dispõe-se de cinco testes de DNA com resultados diferentes entre si: os dados genéticos da suposta sobrinha e a avó, os provenientes do dentes do crânio atribuído ao compositor e os das mostras capilares procedentes de duas mechas conservadas na Fundação Mozarteum.

"Os mortos levaram de novo o segredo ao túmulo", comenta-se em um das passagens do documentário da ORF, baseado em dados oferecidos por cientistas do Instituto Forense de Innsbruck (Áustria) e dos laboratórios de DNA das Forças Armadas dos EUA em Rockville.

A incerteza sobre a autenticidade do suposto crânio de Mozart já é centenária e tem muito a ver com as circunstâncias do falecimento, em 5 de dezembro de 1791, e o enterro sem a presença de parentes dos restos do criador da ópera "As bodas de Fígaro".

Mozart morreu, com apenas 35 anos, presumivelmente como conseqüência de uma falha renal motivada por um episódio agudo de febre reumática.

Seu desaparecimento ocorreu quando ocupava o trono o imperador José 2º, que proibiu os enterros sob as lajes das igrejas pelo cheiro insuportável que exalavam os cadáveres depositados nas criptas em condições higiênicas deficientes.

O imperador impôs que os funerais fossem feitos fora de Viena, no chamado "ataúde de economia", um recipiente funerário comunitário cujo fundo podia ser aberto para depositar depois o cadáver em uma vala comum, envolvido apenas em um sudário.

Sabe-se, além disso, que os parentes de Mozart só acompanharam um trecho do trajeto que fez o carro de cavalos quando, em 6 de dezembro de 1791, transferiu seus restos desde a catedral de São Esteban para o cemitério de Saint Marx, onde o cadáver do compositor seria inumado, em uma vala comum onde cabiam 16 corpos.

Segundo os dados encontrados por diferentes historiadores, a comitiva fúnebre se dissolveu em uma das portas da cidade perante o frio e a neve que aumentavam nesse momento.

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