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31/05/2006 - 12h46

Após ataques, crocodilos preocupam população da Flórida

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EMILIO J. LÓPEZ
da Efe, em Miami

A morte de três mulheres por ataques de crocodilos na Flórida (EUA) gerou preocupação na população que vive nas proximidades de áreas onde habitam os répteis, que já passam de um milhão de exemplares no Estado norte-americano.

"Nunca tanta gente se mudou para a Flórida e invadiu o habitat dos animais", diz Mike Fagan, proprietário de uma companhia que comercializa produtos derivados de crocodilo, como a carne e o couro.

Para Fagan, parte da dor de cabeça pela presença de crocodilos se deve ao fato de os animais "não terem mais medo dos humanos. Quando entramos no seu habitat, nos tornamos parte de sua cadeia alimentar", declarou.

Divulgação
Habitat dos crocodilos foi invadido na Flórida
Habitat dos crocodilos foi invadido na Flórida
Yovy Suárez Jiménez, uma jovem colombiana de 23 anos, foi devorada por um jacaré perto de um canal da cidade de Davie, ao norte de Miami, enquanto fazia cooper. Os crocodilos também feriram mortalmente outras duas mulheres: Anmarie Campbell, enquanto mergulhava em um lago, e Judy W. Cooper, cujo corpo foi encontrado em um canal com sinais de mordidas de crocodilo.

Para Fagan, dono da empresa Alligator Trading, no condado de Pinellas, ao norte de Miami, há um grande perigo quando os répteis são alimentados. Esses animais, disse o empresário, "atuam por instinto, seu cérebro é do tamanho de uma noz e, se você deixar, eles te machucam".

Apesar do "boom" de construções residenciais em áreas de lagos e canais e da seguida perda de terreno pantanoso, calcula-se que haja cerca de um milhão de crocodilos na Flórida.

A chave para que os animais não representem perigo está no respeito e na consciência de que o território é dos animais, segundo Sally e Jesse Kennon, proprietários da Coopertown Airboat Tours, uma empresa de transporte de turistas pelos pântanos dos Everglades, no sudoeste de Miami.

A família Kennon dirige, há mais de 50 anos, uma companhia de barcos velozes que transporta, pelos Everglades, turistas que querem admirar a fauna e a flora selvagem dessa reserva natural.

"Criamos cinco filhos e nenhum jamais foi mordido", afirma Sally, que diz ainda que sempre que seus filhos "saltavam da ponte para o canal, um deles vigiava" a possível presença de répteis.

Antes, continua Sally, a região costumava ser um pântano, mas hoje os crocodilos estão sendo expulsos para a construção de casas.

Instinto

Há ainda a questão dos répteis que, após captura ilegal ou tratamento, são devolvidos ao ambiente. "Os crocodilos possuem um grande instinto territorial e retornam à área exata onde foram caçados na busca de alimentos e de um companheiro para acasalarem", diz Bob Freer, que caçou seu primeiro crocodilo aos cinco anos de idade, e dirige, em Homestead, uma fazenda de criação desses répteis em cativeiro para posterior comercialização de sua carne e couro.

É provável que a temporada de caça de crocodilos na Flórida, que começa no dia 15 de agosto e termina em 31 de outubro, permita em 2006 a captura de um maior número de répteis, por causa da alta taxa de exemplares registrados.

No entanto, para Fagan, não há uma superpopulação de crocodilos. "A população se mantém estável", afirmou. "De cada 30 ovos que um crocodilo deposita no ninho, apenas dois sobrevivem e seus filhotes conseguem chegar à idade adulta."

"A drenagem de terreno para a construção e a explosão demográfica no sul da Flórida diminuiu a região disponível para jacarés caçarem e acasalarem", declarou Fagan. Os répteis "precisam estar aqui, pois ajudam na conservação do ecossistema", disse.

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