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09/07/2006 - 21h12

No futuro, naves espaciais poderão ser reparadas em vôo

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CÉSAR MUÑOZ ACEBES
da Efe, em Washington

O casco das naves espaciais poderá ser reparado em vôo no futuro, mesmo que elas não estejam acopladas à Estação Espacial, disse neste domingo Piers Sellers, um dos astronautas do ônibus Discovery que participou no sábado de uma simulação de reparo.

Isso não será necessário desta vez, pois os engenheiros da Administração Nacional de Aeronáutica e do Espaço americano (Nasa, na sigla em inglês) concluíram neste domingo que os dois pedaços de material isolante que sobressaem do casco da nave não representam perigo algum para seu retorno à atmosfera.

Durante uma caminhada no espaço de sete horas e meia, Sellers e Mike Fossum testaram o uso de uma extensão de cerca de 15 metros instalada no final do braço mecânico da Discovery para fazer reparos no casco da nave. "Todos concordamos que a operação teve êxito, e que a extensão pode ser usada como uma plataforma para consertos", disse Sellers na primeira entrevista coletiva desde a decolagem da Discovery, em 4 de julho.

"Vimos que podemos ter acesso a qualquer parte da nave, e que é possível realizar consertos sempre que haja bons materiais de reparação disponíveis", acrescentou.

Encontrar uma forma de reparar as naves no espaço foi uma prioridade para a Administração Nacional de Aeronáutica e do Espaço americano (Nasa, na sigla em inglês) desde que a Columbia se desintegrou em sua volta à atmosfera, em fevereiro de 2003. A tragédia se deveu ao desprendimento de um pedaço da espuma isolante do tanque de combustível durante a decolagem.

No primeiro vôo efetuado após esse acidente, realizado no ano passado pela Discovery, também foram detectadas duas protuberâncias no material isolante da nave, que o astronauta Steve Robinson retirou durante uma caminhada espacial.

Robinson realizou a operação apoiado no braço mecânico da Estação Espacial, pois o do Discovery não alcançava toda a extensão do casco. A nova extensão testada ontem dará autonomia à nave e permitirá fazer consertos no telescópio espacial Hubble, dentre outras missões.

Ainda assim, Fossum alertou que essas missões "serão um desafio". No experimento, Fossum e Sellers apoiaram os pés no fim da extensão e saltaram, se inclinaram e agacharam para testar sua estabilidade, que foi considerada maior do que a esperada.

A Nasa poderia haver ordenado aos astronautas que usassem o braço para uma reparação real, mas terminaram concluindo que as duas pequenas protuberâncias de material isolante que haviam sido detectadas na nave não representava perigo para seu retorno à atmosfera.

O sistema de proteção térmica "está 100 por cento", comunicou o centro de controle à tripulação da nave, que está acoplada à Estação Espacial Internacional. "É uma notícia estupenda. É fantástico", respondeu o comandante da Discovery, Steven Lindsey.

Hoje o dia foi "menos intenso", segundo afirmou à imprensa Tony Ceccacci, diretor da missão. Após cinco dias muito ocupados, a tripulação se dedicou apenas a transferir à Estação Espacial parte das mais de quatro toneladas de material levadas pela nave.

Entre os novos equipamentos com os quais a Estação passará a contar a partir de agora está um congelador para amostras biológicas, que permitirá que seus três tripulantes realizem mais experimentos. A prioridade, no entanto, seguirá sendo a construção da Estação, como afirmou Jeffrey Williams, um dos tripulantes da Estação, que deveria ter sido concluída há dois anos, mas teve seu cronograma atrasado pelo desastre da Columbia.

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