Publicidade
Publicidade
05/12/2006
-
10h18
da Folha de S.Paulo
Apesar de estarem relativamente menos ameaçadas que as florestas da margem direita do Amazonas, as matas da calha Norte são consideradas a bola da vez para a grilagem de terras. A região sofre pressão de garimpeiros e de madeireiros.
Segundo Adalberto Veríssimo, do Imazon, essa pressão é maior na Floresta Estadual do Paru, que deverá ser aberta à exploração madeireira com concessões federais --além de criar as reservas, Simão Jatene também enviou ontem à Assembléia Legislativa do Estado o projeto de criação do Instituto de Desenvolvimento Florestal do Pará, que deve fiscalizar a indústria madeireira.
Quem olha para uma imagem de satélite da Flota do Paru pode se enganar: apenas 0,4% da unidade de conservação está desmatada. "No mapa de vegetação, parece que a calha Norte está blindada ao desmate", diz Veríssimo. Ao cruzar o mapa com os dados fundiários, porém, os pesquisadores levaram um susto. "Quase metade da área do Paru tinha requerimento de posse", afirma.
Em bom português, grileiros declaravam intenção de posse na área para poder explorar madeira de alto valor, como a maçaranduba. "As demandas desse setor foram 100% negadas", continuou o pesquisador.
O governador, que se declarou ontem um "apaixonado" pela questão ambiental, começou seu processo de "esverdeamento" quando assumiu o governo e iniciou negociações para obter um empréstimo do Banco Mundial para fomentar a produção rural no Estado.
O Bird condicionou o dinheiro --US$ 10 milhões-- à realização do macrozoneamento ecológico-econômico do Estado, que se iniciara em 1999, mas vinha sendo mantido em banho-maria pelo então governador Almir Gabriel, também do PSDB. O processo definiu as áreas do Pará que deverão se destinar à proteção integral, ao uso sustentável e à consolidação e expansão da fronteira.
Armadilha
Jatene resume sua filosofia: "É uma armadilha essa história de produzir ou preservar. Se não produzirmos, vamos morrer todos. Se produzirmos sem preservar vamos morrer todos também".
Ele deixa a implementação das novas áreas protegidas como herança para a petista Ana Júlia Carepa, que assume o Estado em janeiro.
Jatene disse não saber quanto custará a implementação. Parte da verba virá do Banco Mundial e parte (US$ 1 milhão) da Conservação Internacional. Procurada pela Folha, a governadora eleita não foi encontrada para comentar o tema.
O jornalista Claudio Angelo viajou a convite da Conservação Internacional
Leia mais
PA cria maior reserva florestal do mundo
Juiz do PA suspende criação de duas novas reservas florestais
Especial
Leia o que já foi publicado sobre reserva florestal
Calha Norte do Amazonas sofre pressão de madeireiros e garimpeiros
Publicidade
Apesar de estarem relativamente menos ameaçadas que as florestas da margem direita do Amazonas, as matas da calha Norte são consideradas a bola da vez para a grilagem de terras. A região sofre pressão de garimpeiros e de madeireiros.
Segundo Adalberto Veríssimo, do Imazon, essa pressão é maior na Floresta Estadual do Paru, que deverá ser aberta à exploração madeireira com concessões federais --além de criar as reservas, Simão Jatene também enviou ontem à Assembléia Legislativa do Estado o projeto de criação do Instituto de Desenvolvimento Florestal do Pará, que deve fiscalizar a indústria madeireira.
Quem olha para uma imagem de satélite da Flota do Paru pode se enganar: apenas 0,4% da unidade de conservação está desmatada. "No mapa de vegetação, parece que a calha Norte está blindada ao desmate", diz Veríssimo. Ao cruzar o mapa com os dados fundiários, porém, os pesquisadores levaram um susto. "Quase metade da área do Paru tinha requerimento de posse", afirma.
Em bom português, grileiros declaravam intenção de posse na área para poder explorar madeira de alto valor, como a maçaranduba. "As demandas desse setor foram 100% negadas", continuou o pesquisador.
O governador, que se declarou ontem um "apaixonado" pela questão ambiental, começou seu processo de "esverdeamento" quando assumiu o governo e iniciou negociações para obter um empréstimo do Banco Mundial para fomentar a produção rural no Estado.
O Bird condicionou o dinheiro --US$ 10 milhões-- à realização do macrozoneamento ecológico-econômico do Estado, que se iniciara em 1999, mas vinha sendo mantido em banho-maria pelo então governador Almir Gabriel, também do PSDB. O processo definiu as áreas do Pará que deverão se destinar à proteção integral, ao uso sustentável e à consolidação e expansão da fronteira.
Armadilha
Jatene resume sua filosofia: "É uma armadilha essa história de produzir ou preservar. Se não produzirmos, vamos morrer todos. Se produzirmos sem preservar vamos morrer todos também".
Ele deixa a implementação das novas áreas protegidas como herança para a petista Ana Júlia Carepa, que assume o Estado em janeiro.
Jatene disse não saber quanto custará a implementação. Parte da verba virá do Banco Mundial e parte (US$ 1 milhão) da Conservação Internacional. Procurada pela Folha, a governadora eleita não foi encontrada para comentar o tema.
O jornalista Claudio Angelo viajou a convite da Conservação Internacional
Leia mais
Especial
Publicidade
As Últimas que Você não Leu
Publicidade
+ LidasÍndice
- Gel contraceptivo masculino é aprovado em testes com macacos
- Sons irritantes de mastigação fazem parte do cérebro entrar em parafuso
- Continente perdido há milhões de anos é achado debaixo do Oceano Índico
- Por que é tão difícil definir o que é vida e o que são seres 'vivos'
- Conheça as histórias de mulheres de sucesso na Nasa
+ Comentadas
- Criatura em forma de saco e sem ânus poderia ser antepassado do homem
- Atritos entre governo estadual e Fapesp são antigos, dizem cientistas
+ EnviadasÍndice