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06/03/2007
-
12h48
DIÓGENES MUNIZ
da Folha Online
O climatologista Carlos Nobre, do Centro de Pesquisa do Tempo e Estudos Climáticos do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), afirmou na sabatina da Folha desta terça-feira (6) que as conseqüências da emissão de gases do efeito estufa já podem ser avaliadas na região Sudeste do Brasil.
A sabatina, que ocorre Teatro Folha, no Shopping Pátio Higienópolis, inaugura o ciclo de 2007 e conta com a presença de Marcelo Leite, colunista da Folha, Claudio Angelo, editor de Ciência, Sérgio Malbergier, editor de Dinheiro, e José Eli da Veiga, coordenador do Núcleo de Economia Socioambiental da USP.
"O que já está acontecendo hoje é que essa chuva está vindo na forma de pancadas intensas. Numa análise qualitativa, temos menos episódios de chuvas, mas com maior intensidade", explica Nobre. Segundo ele, teremos mais chances de desabamentos de encostas.
"Para agricultura, isso é péssimo, já que ela necessita de chuva mais leve e constante", analisou. O quadro ficaria ainda mais alarmante, segundo Nobre, por conta da falta de estudos nesse sentido. "A falta de estudos científicos rigorosos sobre recursos hídricos nos impede a pensar seriamente sobre uma adaptação."
Para ele, "o Brasil continuará habitável" nas próximas décadas, apesar do aumento da temperatura. "As condições podem piorar, as populações mais pobres vão sofrer mais, mas o Brasil continuará habitável", disse, destacando que não necessariamente o termo habitável seja algo otimista.
IPCC
Nobre é presidente do Comitê Científico do Programa Internacional da Geosfera-Biosfera (IGBP) e membro do Grupo de Trabalho 2 do IPCC (Painel Intergovernamental sobre Mudança Climática), cujo relatório sobre impactos e vulnerabilidades à mudança climática será lançado em abril.
O IPCC é a mais alta autoridade do mundo sobre aquecimento global. Foi criado em 1988 para avaliar as informações científicas disponíveis a respeito de mudanças climáticas.
O estudo do Grupo de Trabalho 1 do IPCC deixou claro que a culpa pelo aquecimento global é mesmo da humanidade e que as conseqüências serão sentidas de qualquer forma, não importa o que façamos a partir de agora. É justamente esse estudo sobre os impactos prováveis da mudança climática que será divulgado pelo Grupo de Trabalho 2 do IPCC, do qual faz parte Carlos Nobre.
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O climatologista Carlos Nobre, do Centro de Pesquisa do Tempo e Estudos Climáticos do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), afirmou na sabatina da Folha desta terça-feira (6) que as conseqüências da emissão de gases do efeito estufa já podem ser avaliadas na região Sudeste do Brasil.
A sabatina, que ocorre Teatro Folha, no Shopping Pátio Higienópolis, inaugura o ciclo de 2007 e conta com a presença de Marcelo Leite, colunista da Folha, Claudio Angelo, editor de Ciência, Sérgio Malbergier, editor de Dinheiro, e José Eli da Veiga, coordenador do Núcleo de Economia Socioambiental da USP.
"O que já está acontecendo hoje é que essa chuva está vindo na forma de pancadas intensas. Numa análise qualitativa, temos menos episódios de chuvas, mas com maior intensidade", explica Nobre. Segundo ele, teremos mais chances de desabamentos de encostas.
"Para agricultura, isso é péssimo, já que ela necessita de chuva mais leve e constante", analisou. O quadro ficaria ainda mais alarmante, segundo Nobre, por conta da falta de estudos nesse sentido. "A falta de estudos científicos rigorosos sobre recursos hídricos nos impede a pensar seriamente sobre uma adaptação."
Para ele, "o Brasil continuará habitável" nas próximas décadas, apesar do aumento da temperatura. "As condições podem piorar, as populações mais pobres vão sofrer mais, mas o Brasil continuará habitável", disse, destacando que não necessariamente o termo habitável seja algo otimista.
IPCC
Nobre é presidente do Comitê Científico do Programa Internacional da Geosfera-Biosfera (IGBP) e membro do Grupo de Trabalho 2 do IPCC (Painel Intergovernamental sobre Mudança Climática), cujo relatório sobre impactos e vulnerabilidades à mudança climática será lançado em abril.
O IPCC é a mais alta autoridade do mundo sobre aquecimento global. Foi criado em 1988 para avaliar as informações científicas disponíveis a respeito de mudanças climáticas.
O estudo do Grupo de Trabalho 1 do IPCC deixou claro que a culpa pelo aquecimento global é mesmo da humanidade e que as conseqüências serão sentidas de qualquer forma, não importa o que façamos a partir de agora. É justamente esse estudo sobre os impactos prováveis da mudança climática que será divulgado pelo Grupo de Trabalho 2 do IPCC, do qual faz parte Carlos Nobre.
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