Saltar para o conteúdo principal

Publicidade

Publicidade

 
 
  Siga a Folha de S.Paulo no Twitter
27/03/2007 - 09h58

Pesquisa contesta uso de óleo de palmeira como biocombustível

Publicidade

da Folha Online

O óleo de palmeira, largamente produzido na Indonésia e na Malásia, responsáveis por 85% da produção mundial, já foi visto como um biocombustível ideal, uma alternativa barata para o petróleo e para o combate ao aquecimento global. Porém, a contagem de carbono na produção do combustível à base de óleo de palmeira mostra que o balanço é negativo.

Um relatório divulgado no final do ano passado por pesquisadores do Instituto Wetlands Internacional, da Holanda, afirma que algumas plantações produzem muito mais dióxido de carbono do que ajudam a combater.

Semeadas em pântanos drenados, as palmeiras provocam a liberação de um depósito de carbono resultante da decomposição de plantas e animais que até então estava preso no solo, por milhões de anos.

"Como biocombustível, [o óleo de palmeira] é um fracasso", afirmou Marcel Silvius, especialista em mudança climática do instituto.

Além disso, ambientalistas há muito tempo alertam que as palmeiras são plantadas em áreas que eram de floresta, ameaçando a existência de espécies de animais.

Custos ambientais

O debate sobre o óleo de palmeira é um exemplo de fatos que esfriam o entusiasmo por óleos vegetais como substitutos para combustíveis fósseis.

O óleo de palmeira é ingrediente para óleos de cozinha, cosméticos, sabonetes, pães, chocolates, lubrificantes industriais. É atraente como bioenergia porque é relativamente abundante, barato (US$ 577 a tonelada, em meados de março) e mais facilmente integrado a estações de energia já existentes.

Sua produção é considerada neutra em carbono, ou seja, o carbono emitido durante a queima do óleo de palmeira é igual ao que é absorvido durante o crescimento da planta.

Mas o custo ambiental que o cerca está cada vez mais visível.

O estudo de quatro anos no Sudeste Asiático, realizado por um time do Wetlands, da Delft Hidráulica e do Centro de Pesquisa Alterra da Universidade Wageningen, disse que 600 milhões de toneladas de dióxido de carbono são lançados no ar de pântanos drenados.

Outro 1,4 bilhão de toneladas sobem com as fumaças de incêndios intencionais, provocados para limpar terras nas florestas --as queimadas chegam a deixar boa parte de Singapura e da Malásia envolvida na fumaça por semanas.

Juntos, esses 2 bilhões de toneladas de dióxido de carbono representam 8% da emissão global, afirmou o relatório.

Os números do Wetlands não puderam ser verificados de maneira independente pelo Secretariado sobre Mudança Climática da ONU (Organização das Nações Unidas), pelo World Resources Institute, em Washington, ou por especialistas acadêmicos, mas eles disseram que os resultados parecem confiáveis.

No próximo mês, o IPCC ((Painel Intergovernamental da ONU sobre Mudanças Climáticas) publicará o segundo de uma série de quatro relatórios sobre as prováveis causas e o possível impacto do aquecimento global.

Com Associated Press

Leia mais
  • Biocombustíveis são fraude, diz colunista do "Guardian"
  • Estudantes de Londres, Recife e São Paulo discutem mudança climática
  • BID estuda com EUA e Brasil fundo para biocombustíveis

    Especial
  • Leia o que já foi publicado sobre biocombustíveis
  • Leia o que já foi publicado sobre emissão de gases
  •  

    Publicidade

    Publicidade

    Publicidade


    Voltar ao topo da página