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23/09/2000 - 03h59

Cientista gaúcho defende colega dos EUA acusado

da Folha de S.Paulo

Para o geneticista gaúcho Francisco Salzano, que trabalhou com James Neel, cientista que testou vacina anti-sarampo no ianomamis, por quase 50 anos, o livro de Patrick Tierney é um "caso de polícia". "Ele é um exemplo do extremo a que uma pessoa pode chegar para alcançar a fama", disse o cientista em congresso de genética em Águas de Lindóia (SP).

Salzano era colega e amigo pessoal de Neel. Os dois começaram a colaborar em 1957. A parceria só se desfez com a morte do americano, no começo deste ano.

O geneticista gaúcho homenageou Neel em sua palestra de abertura do 46º Congresso Nacional de Genética, terça-feira. "Ele foi um exemplo não só de cooperação científica, mas também de dignidade humana."

Segundo ele, as afirmações de Tierney sobre a conduta de Neel em relação aos ianomâmis são uma fantasia.

"O estudo foi publicado no "American Journal of Epidemiology", uma das revistas mais sérias do mundo", afirmou Salzano. "Se a vacina fosse letal, a revista seria a primeira a condená-la".

Salzano disse que a vacina foi testada em populações do mundo inteiro e que todos os efeitos foram acompanhados minuciosamente pela equipe de Neel. "Se houve genocídio, onde estão os mortos?", pergunta.

O geneticista gaúcho disse ter tomado conhecimento da polêmica por meio de Napoleon Chagnon, que teria afirmado que pretende processar Tierney.

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