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17/07/2007 - 07h42

Médico inglês que ligou a vacina a autismo enfrenta processo ético

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da Efe, em Londres

O Conselho Médico Geral do Reino Unido iniciou um processo contra o médico Andrew Wakefield, que em 1998 sugeriu que podia haver uma ligação entre a vacina tríplice viral e o autismo, na segunda-feira (16). Wakefield é acusado de falta de ética profissional em sua pesquisa.

Wakefield e dois colegas, John Walker Smith e Simon Murch, enfrentam a acusação pela polêmica pesquisa, publicada em 1998 na revista "The Lancet". Isso levou milhões de pais a enfrentar o dilema de vacinar ou não seus filhos com a tríplice viral ou MMR (contra sarampo, caxumba e rubéola).

O conselho não analisa as afirmações científicas contidas no artigo, mas tenta definir se Wakefield e seus colegas do Hospital Royal Free de Londres violaram uma série de práticas éticas durante o estudo, feito entre 1996 e 1998.

Segundo a entidade, os três profissionais não atuaram de maneira ética e faltaram com honradez ao pedir que o estudo fosse publicado.

Caso o conselho conclua que eles agiram com falta de ética profissional, podem ter o registro médico cassado. O processo ainda pode durar vários meses.

Recrutamento no aniversário

Segundo o processo, Wakefield pagou cinco libras esterlinas (quase R$ 20) a crianças para fornecerem um exame de sangue durante a festa de aniversário de seu filho.

Os profissionais são acusados ainda de agir de forma irresponsável ao não revelar à "The Lancet" o método utilizado para recrutar os pacientes submetidos ao estudo.

Diversos simpatizantes de Wakefield se reuniram em frente à sede do Conselho Médico britânico com cartazes de apoio e gritando slogans em defesa do médico na segunda-feira (16).

O artigo publicado em 1998 levantou na época uma forte polêmica entre a classe médica e criou um dilema para os pais.

Em 2004, a revista declarou que a ligação entre a vacina e o autismo não estava provada e o artigo nunca deveria ter sido publicado.

Os médicos insistem que a tríplice viral é segura e que outros estudos não puderam estabelecer um vínculo entre a vacina e o autismo.

Antes da pesquisa de Wakefield, mais de 90% das crianças recebiam a tríplice no Reino Unido. Após a advertência do médico, o número caiu para abaixo de 80%, subindo de volta a 85% este ano.

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