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21/07/2009 - 09h50

Sem promessas, Obama recebe pioneiros da missão Apollo 11

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SÉRGIO DÁVILA
da Folha de S.Paulo, em Washington

Para quem trazia no currículo o feito de serem os primeiros humanos a chegarem à Lua e o fato de quase nunca se encontrarem, os astronautas Neil Armstrong, Edwin "Buzz" Aldrin e Michael Collins saíram de seu encontro com Barack Obama na Casa Branca de mãos abanando. O democrata os elogiou, disse confiar na Nasa e prometeu deixar "matemática e ciência na moda ["cool", no original] de novo".

Foi pouco para um time que, nos últimos dias, vem pedindo para que os EUA voltem a liderar um campo, a exploração espacial tripulada, que sofre de falta de interesse do público e de verba --o orçamento do programa de exploração planetária da agência norte-americana passou de US$ 3 bilhões ao fim do primeiro mandato de George W. Bush (2001-2009) para o atual US$ 1,5 bilhão proposto por Obama para 2010.

Matthew Cavanaugh -20.jul.09/Efe
Da esq. para a dir, a tripulação do Apollo 11: Buzz Aldrin, Michael Collins y Neil Armstrong posam junto ao presidente Barack Obama
Da esq. para a dir., a tripulação do Apollo 11: Buzz Aldrin, Michael Collins y Neil Armstrong posam junto ao presidente Barack Obama

"Temos um administrador maravilhoso da Nasa na figura de Charles Bolden e da vice-administradora, Lori Garver", disse Obama, referindo-se a seus indicados para comandar a agência que espera o veredicto de uma comissão para definir quão rico será seu futuro. "Estamos confiantes em que eles farão tudo que puderem na próxima década para continuar a missão inspiradora da Nasa."

Elogioso e empolgado ao lado do trio de astronautas, Obama lembrou-se de onde estava quando a cápsula lunar voltou à Terra --no ombro do avô materno, no Havaí. "Muito raramente eu tenho um prazer tão extraordinário como eu tive hoje ao dar as boas vindas a três figuras icônicas, três legítimos heróis americanos", disse.

A seu lado, Armstrong, Aldrin e Collins observavam.

Ao final do encontro, Aldrin falou algo ao presidente, mas foi logo interrompido pelo cerimonial. Minutos antes, o porta-voz da Casa Branca toureava os jornalistas sobre a falta de empenho do novo governo em relação ao programa espacial. "Eu sei que esta administração está comprometida com a exploração espacial por humanos", disse Robert Gibbs. "Mas estamos esperando o resultado da comissão."

A recepção na Casa Branca foi o ponto alto de uma celebração que começou há alguns dias e reuniu pela primeira vez no mesmo lugar e em pelo menos uma década, segundo alguns relatos, Armstrong, Aldrin e Collins. Pela idade dos três --78, 79 e 78, respectivamente-- e pela vida reclusa do primeiro, analistas especulavam se não seria também a última reunião em torno do Apollo-11.

Na noite anterior, os três haviam dado palestra no Museu Aeroespacial do Smithsonian, em Washington. Participantes, que concorreram a ingressos por sorteio, disseram que era a primeira vez que eles faziam um evento do tipo juntos desde os que se seguiram ao retorno da Lua, em 1969 -o museu não pôde confirmar a informação.

Nele, Aldrin defendeu fortemente a volta dos EUA à Lua e, de lá, a ida pela primeira vez a Marte, com o que Collins concorda em parte; avesso à fama e a falar de si, Armstrong preferiu fazer uma avaliação técnica intitulada "Goddard, governabilidade e geofísica", em que analisou o trabalho do pioneiro Robert Hutchings Goddard (1882-1945), chamado o pai do moderno foguete a propulsão. Dedicou poucos segundos de sua fala à Apollo-11.

"A melhor maneira de nos homenagear", disse Aldrin, piloto do módulo que chegou à Lua no dia 20 de julho de 1969 e segundo homem a andar no satélite, "é seguir nossos passos; ir corajosamente de novo numa missão de exploração".

Collins, que sobrevoou os colegas mas nunca pisou a Lua, desdenhou um retorno. "Às vezes eu me pergunto se nós não voamos para o lugar errado. Marte sempre foi meu favorito quando criança e ainda é hoje. Gostaria de ver [o planeta] se tornar o foco, como JFK se concentrou na Lua."

Comandante da missão e instado a falar dela, Armstrong, o primeiro homem a andar na Lua, ressaltou o aspecto pacifista indireto do feito. "Era o mais acabado exemplo de competição pacifista, EUA versus URSS", disse. "Se não é certo que foi uma distração que preveniu a guerra [entre as então superpotências], certamente foi uma distração."

Ontem pela manhã, Aldrin e Collins se encontrariam de novo com outros astronautas que andaram na Lua, num evento que lembrava no bom sentido a camaradagem e o clima do filme "Caubóis do Espaço", de Clint Eastwood, em que astronautas veteranos se reúnem para uma última viagem.

"Temos de voltar à Lua e deixar pessoas lá", resumiu Aldrin. "Assim, seremos obrigados a voltar cada vez mais e com maior frequência."

Comentários dos leitores
Dante Luz (13) 02/02/2010 07h32
Dante Luz (13) 02/02/2010 07h32
jorge lazauskas
Não é estranho, as tecnologias mudam e somem, peça aos Franceses para criar um Concorde hoje, vai levar anos...nada daquela epoca, anos 60, existe.
Os onibus espaciais estão sendo aposentados por que não tem como serem reparados, não existem peças, nem PC 8080, tudo teria que ser modificado, retestado e no fim não valeria a pena. E muito melhor se assumir o custo de outro projeto. Pense numa coisa, a Volk hoje não tem tecnologia para fabricar um fusca. Foi tudo sucateado, ela pode até fazer mas vai levar anos.
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Helder Imoto (2) 02/02/2010 03h19
Helder Imoto (2) 02/02/2010 03h19
Entre construir toda tecnologia que levou o homem a lua ou imaginar todo o trabalho de se fazer uma farsa dessa magnitude e, principalmente manter o povo que sabe calado, eu ainda fico com a primeira "teoria". Ao menos ainda podemos ver no dia-a-dia o fruto desse trabalho (do GPS ao relógio digital).
O que acaba com qualquer teoria de conspiração maquiavélica e megalomaníaca é a incapacidade de o ser humano ficar calado (mesmo sob juramento ou ameaça). Os farsantes que faziam os círculos nas plantações e os que criaram o monstro do lago Ness já admitiram sua farsa (porém o povo nessa hora finge não ouvir). É improvável achar que mesmo a NASA, NSA, CIA ou FBI iriam conseguir calar centenas de ex-agentes ou engenheiros. Um deles, por fama, culpa ou dinheiro iria abrir o bico e mostrar provas da farsa. Nem que fosse em seu leito de morte.
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Jose Silva (3) 01/02/2010 18h05
Jose Silva (3) 01/02/2010 18h05
O mais aborrecido é ver os crentes chamarem os cépticos de supersticiosos, imaturos, desmancha prazeres, etc...
Por ter curso superior, pós-graduação, mestrado, ser coordenador de cursos, não posso ser taxado de ignorante e acreditar em crendices populares. Sou um cientista e como tal analiso evidências.
Como tal, as evidências de qualquer voo tripulado à lua são fracas. Baseando-me somente nas provas oferecidas pela NASA é muito, digo MUITO, difícil acreditar. Por enquanto, e pelas provas apresentadas tenho total liberdade de dizer que os crentes acreditam em tudo que lhes é dito, sem o mínimo de filtros e conhecimento. Se fossem mais interessados no tema saberiam que até a data (69) os russos dominavam o espaço, em tudo ! Até hoje é assim.
Vocês se lembram da SKYLAB (USA), pois ela caiu ! A MIR tá lá até hoje. Na verdade, nem deveria chamar de astronautas, mas sim cosmonautas, pois quem baptizou o espaço foram os russos. Se eles não conseguiram, baby, os americanos dificilmente teriam tecno pra chegar lá
Mas eu acho que acreditar é um dom. Neste caso da lua, um ato de fé !
O Sr. Alberto Brasil, diz que apontou um telescópio para lua e viu a bandeira. Bem, ele é o único, deveria inclusive ter tirado uma foto, quem sabe, pois NINGUÉM tem uma imagem semelhante. Apontava um pouco mais ao lado e seguramente via o jipe.
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