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05/06/2003 - 07h25

Consumo de energia aumentou quase 1.000% em cem anos

da Folha de S.Paulo

A energia necessária para abastecer o planeta aumentou em 922% durante o século passado. Na passagem do século 19 para o 20, o mundo consumia o equivalente a 911 milhões de toneladas de óleo, pouco mais do que usa hoje a América Latina. Mesmo se observado o consumo per capita, que segue o crescimento populacional, o uso de energia também aumentou, em 260%.

Dois bilhões de pessoas no planeta ainda vivem sem ter acesso à energia elétrica, dependendo exclusivamente da utilização de combustíveis fósseis. Somente na China, 100 milhões vivem nessa condição. Os 5% mais ricos da população mundial consomem 58% da energia disponível, enquanto os 50% mais pobres, menos de 4%.

Impacto ambiental

É raro passar uma semana sem que uma revista científica publique alguma descoberta sobre as mudanças climáticas na Terra, notadamente o aquecimento gradual do planeta pelo maior acúmulo de certos gases na atmosfera. O gás carbônico na atmosfera, por exemplo aumentou em quase 30% desde a Revolução Industrial.

Apesar disso, é provável que só durante as próximas décadas normas legais comecem a mudar de fato a maneira como o ser humano utiliza fontes de energia e, dessa maneira, modifica o clima do mundo.

O problema maior é a adequação ao modo como a economia mundial está estruturada, baseada em combustíveis como o petróleo, cuja queima produz gases-estufa. Há países árabes cuja economia depende quase totalmente do petróleo. Para eles, a redução do consumo seria suicídio econômico.

Desenvolvimento econômico

O efeito estufa é fruto do desenvolvimento econômico. Por isso os países pobres alegam que também deveriam ter um "direito a poluir" do mesmo modo que os ricos tiveram no passado. O efeito estufa acumulado nos últimos dois séculos foi majoritariamente provocado por EUA, Europa e Japão.

O Brasil, que em 1988 tinha a fama de um vilão ambiental por destruir a floresta amazônica, contribuindo para o aumento do carbono na atmosfera, conseguiu melhorar essa imagem a partir de 1992, provando nos debates que os grandes culpados pelo efeito estufa são os países desenvolvidos.

Existem várias questões políticas a serem resolvidas, que dizem respeito às formas pelas quais os países desenvolvidos poderão atingir os objetivos de redução dos gases-estufa por meio da compra de um "direito de poluir" e de investimentos nos países em desenvolvimento, como reconhece o secretário-executivo da convenção do clima, Michael Zammit Cutajar.

Protocolo de Kyoto

O Protocolo de Kyoto foi extraído a fórceps após desgastantes reuniões em 1997. O resultado foi um compromisso que não agradou aos radicais pró ou contra redução da emissão de gases, como ecologistas ou lobistas da indústria petrolífera. Foram fixados índices de emissão dos gases. O problema agora é decidir como fazer isso.

O Protocolo de Kyoto estabeleceu três mecanismos para auxiliar os países ricos a diminuírem suas emissões. Um mecanismo de "desenvolvimento limpo'' dará créditos quando esses países financiarem projetos de redução de emissões nos países em desenvolvimento. Outro mecanismo, semelhante, envolve projetos em outros países ricos --ou melhor, em relação aos antigos e altamente poluidores países comunistas. E será possível comprar créditos --um "direito de poluir"-- entre eles.

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