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17/11/2004
-
23h45
MARI TORTATO
da Agência Folha, em Curitiba
O óleo combustível e o metanol que vazaram do navio chileno que explodiu na segunda-feira no porto de Paranaguá (PR) já provocam o maior desastre ambiental no mar da região, segundo autoridades do Estado e da Capitania dos Portos.
Passadas quase 48 horas do acidente, no final da tarde desta quarta-feira, ainda escapava óleo de um tanque do Vicuña.
As barreiras de contenção e de absorção do combustível espalhadas no entorno da embarcação não eram suficientes para conter o produto. O relatório da Defesa Civil indicou localização de manchas de óleo na baía a 20 km de distância do navio acidentado.
"Ainda há óleo minando para a água", disse o capitão-de-fragata César Bezerra Teixeira, da Capitania dos Portos, às 18h.
Peritos em engenharia naval deslocados a Paranaguá passaram a tarde discutindo uma forma de estancar o vazamento. Segundo o Corpo de Bombeiros, o navio guardava 1,5 milhão de litros de óleo combustível para sua locomoção.
Acidente
O Vicuña descarregava em Paranaguá 14,26 milhões de litros de metanol quando explodiu. Foram duas explosões entre 19h30 e 20h. As causas permanecem desconhecidas.
O acidente ocorreu quando já tinham sido bombeados para os tanques de solo da empresa Cattalini Terminais Marítimos cerca de 9 milhões de litros de metanol.
Morreram nas explosões o tripulante José Obreque Manzo, 35, e o passageiro José Carlos Sepulveda Adriasola, 51 (que representava o armador). Continuavam desaparecidos o tripulante Ronald Francisco Pena Rios e o segundo passageiro, Alfredo Omar Vidal (representante de uma empresa classificadora).
O Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) e o IAP (Instituto Ambiental do Paraná) proibiram a pesca e qualquer atividade náutica de lazer até a limpeza da baía, o que pode levar mais de dois meses.
Os mergulhos de inspeção também estão proibidos desde o último grande acidente no porto de Paranaguá --o vazamento de um carregamento de nafta, em 2001-- quando um mergulhador morreu intoxicado tentando vedar o casco danificado.
Barreiras
O capitão Teixeira disse que a preocupação do momento é o óleo combustível (do tipo Bunker) que continuava vazando nesta quarta. A presunção dos técnicos é que o metanol --um álcool altamente volátil-- que restava no navio tenha queimado nas explosões e o restante evaporado no ambiente.
O presidente do IAP, Rasca Rodrigues, disse que chegou a ameaçar os diretores da Cattalini de prisão devido "à tímida reação da empresa" ao desastre para conter os produtos tóxicos. "Estávamos percebendo que perdíamos a guerra [para o óleo]", afirmou.
A pressão das autoridades sobre os responsáveis pela carga fez subir de 60 para 350 o número de homens que trabalhavam nas barreiras. O navio pertence à Ultragás do Chile.
Nesta quinta, o ministro José Fritsch (Secretaria Especial da Pesca) viaja a Paranaguá para anunciar medidas de socorro aos cerca de 4.000 pescadores da região, enquanto eles ficarem impedidos de trabalhar.
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O óleo combustível e o metanol que vazaram do navio chileno que explodiu na segunda-feira no porto de Paranaguá (PR) já provocam o maior desastre ambiental no mar da região, segundo autoridades do Estado e da Capitania dos Portos.
Passadas quase 48 horas do acidente, no final da tarde desta quarta-feira, ainda escapava óleo de um tanque do Vicuña.
As barreiras de contenção e de absorção do combustível espalhadas no entorno da embarcação não eram suficientes para conter o produto. O relatório da Defesa Civil indicou localização de manchas de óleo na baía a 20 km de distância do navio acidentado.
"Ainda há óleo minando para a água", disse o capitão-de-fragata César Bezerra Teixeira, da Capitania dos Portos, às 18h.
Peritos em engenharia naval deslocados a Paranaguá passaram a tarde discutindo uma forma de estancar o vazamento. Segundo o Corpo de Bombeiros, o navio guardava 1,5 milhão de litros de óleo combustível para sua locomoção.
Acidente
O Vicuña descarregava em Paranaguá 14,26 milhões de litros de metanol quando explodiu. Foram duas explosões entre 19h30 e 20h. As causas permanecem desconhecidas.
O acidente ocorreu quando já tinham sido bombeados para os tanques de solo da empresa Cattalini Terminais Marítimos cerca de 9 milhões de litros de metanol.
Morreram nas explosões o tripulante José Obreque Manzo, 35, e o passageiro José Carlos Sepulveda Adriasola, 51 (que representava o armador). Continuavam desaparecidos o tripulante Ronald Francisco Pena Rios e o segundo passageiro, Alfredo Omar Vidal (representante de uma empresa classificadora).
O Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) e o IAP (Instituto Ambiental do Paraná) proibiram a pesca e qualquer atividade náutica de lazer até a limpeza da baía, o que pode levar mais de dois meses.
Os mergulhos de inspeção também estão proibidos desde o último grande acidente no porto de Paranaguá --o vazamento de um carregamento de nafta, em 2001-- quando um mergulhador morreu intoxicado tentando vedar o casco danificado.
Barreiras
O capitão Teixeira disse que a preocupação do momento é o óleo combustível (do tipo Bunker) que continuava vazando nesta quarta. A presunção dos técnicos é que o metanol --um álcool altamente volátil-- que restava no navio tenha queimado nas explosões e o restante evaporado no ambiente.
O presidente do IAP, Rasca Rodrigues, disse que chegou a ameaçar os diretores da Cattalini de prisão devido "à tímida reação da empresa" ao desastre para conter os produtos tóxicos. "Estávamos percebendo que perdíamos a guerra [para o óleo]", afirmou.
A pressão das autoridades sobre os responsáveis pela carga fez subir de 60 para 350 o número de homens que trabalhavam nas barreiras. O navio pertence à Ultragás do Chile.
Nesta quinta, o ministro José Fritsch (Secretaria Especial da Pesca) viaja a Paranaguá para anunciar medidas de socorro aos cerca de 4.000 pescadores da região, enquanto eles ficarem impedidos de trabalhar.
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