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19/11/2004 - 23h37

Mancha de óleo que vazou de navio pode chegar a SP

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da Agência Folha, em Curitiba

A mancha de óleo causada por um vazamento do navio Vicuña, que explodiu há quatro dias, no porto de Paranaguá (PR), atingiu o mar aberto na tarde desta sexta-feira e faz um movimento de subida em direção do litoral sul de São Paulo.

A substância escapou para a baía, chegou à primeira ilha do Parque Nacional de Superagüi, e continuava sendo empurrada pelas correntes e pelo vento sul que soprava na região.

Segundo o superintendente do Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) no Paraná, Marino Gonçalves, o avanço da mancha indica a possibilidade dela alcançar o litoral paulista. "Vai depender dos ventos e das correntes", afirmou.

Em uma tentativa de conter o vazamento, bombas de sucção do óleo foram substituídas por mangueiras de diâmetro maior. Apesar disso, ainda segundo Gonçalves, a ilha do Mel (área de turismo ecológico) e todos os manguezais da baía "estão totalmente tomados". A mancha também já apareceu em Pontal do Sul, a primeira praia localizada ao sul do porto.

"Estamos monitorando por rádio com os pescadores de Superagüi", disse por telefone o proprietário da marina de Cananéia (PR), Ricardo Prey, que teme a chegada do óleo à ilha do Cardoso, primeira do litoral de São Paulo localizada ao norte de Paranaguá (PR).

Equipes de salvamento já recolhem animais mortos. Os agonizantes --como botos, tartarugas e aves-- estão sendo atendidos em um hospital improvisado.

Danos

O superintendente não descartou a hipótese de responsabilizar também a Appa (Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina) pelos danos à fauna e à vegetação da região que, acredita, serão permanentes.

"A administração do porto público, no entender do Ibama, deveria ter contribuído no processo de contenção dos danos", afirmou. O porto é dirigido por Eduardo Requião, irmão do governador Roberto Requião (PMDB). O píer onde ocorreu o acidente é alugado pela Appa à Cattalini.

A partir das 21h de quarta-feira, a dona do terminal, a agenciadora da carga, o armador e a seguradora do navio (o consórcio de armadores P & I) pagam multa diária de R$ 1 milhão pelas falhas no combate ao vazamento e a dispersão do óleo.

O engenheiro consultor da Cattalini Henrique Lage disse ontem que as conseqüências do acidente seriam reduzidas se o Vicuña não tivesse abastecido antes de atracar no píer da empresa.

A Folha apurou que os navios se abastecem de óleo em uma barcaça de uma única empresa (a LM), quando ancoram na entrada do canal do porto. O procedimento é irregular, mas nem por isso combatido pela administração portuária.

Acidente

O Vicuña descarregava em Paranaguá 14,26 milhões de litros de metanol quando explodiu. Foram duas explosões entre 19h30 e 20h de segunda-feira. As causas são desconhecidas.

O acidente ocorreu quando já tinham sido bombeados para os tanques de solo da empresa Cattalini Terminais Marítimos cerca de 9 milhões de litros de metanol.

Morreram nas explosões o tripulante José Obreque Manzo, 35, e o passageiro José Carlos Sepulveda Adriasola, 51 (que representava o armador). Estão desaparecidos o tripulante Ronald Francisco Pena Rios e o segundo passageiro, Alfredo Omar Vidal (representante de uma empresa classificadora).

No final da tarde desta sexta-feira, outro corpo foi localizado próximo aos destroços da embarcação, mas ainda não foi identificado.

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