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23/11/2004 - 23h10

PF expulsa mãe paraguaia, e bebê fica em hospital de Campo Grande

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HUDSON CORRÊA
da Agência Folha, em Campo Grande

Um bebê paraguaio, com 2 meses e 18 dias de idade, está abandonado na Santa Casa de Campo Grande (MS). A mãe da criança, Cândida Barreiro, foi obrigada a deixar o país em uma operação da Polícia Federal que objetiva limitar o atendimento médico a estrangeiros pelo SUS (Sistema Único de Saúde).

A PF notificou, no dia 28 de outubro, a mãe da criança, que estava hospedada em uma pensão, e outros setes paraguaios a deixar o país. O grupo buscava atendimento médico pelo SUS em hospitais de Campo Grande.

Nesta terça-feira, a PF informou que continua com a fiscalização em hospitais e pensões onde estrangeiros se hospedam. No entendimento da PF, o SUS recebe verba pública que deve ser aplicada na assistência a brasileiros e não a estrangeiros.

A 300 km da fronteira com o Paraguai, Campo Grande recebe inúmeros paraguaios em busca de atendimento médico. Ao menos 38 deles fazem hemodiálise (filtragem do sangue para renais crônicos) pelo SUS. No Paraguai só há quatro máquinas para o tratamento que, se não for feito, leva à morte o doente.

Domingo

Chamado pela mãe de "Domingo" por ter nascido nesse dia da semana, o bebê abandonado na Santa Casa nasceu prematuro, de sete meses, no dia 6 de setembro em Forte Olímpio, Paraguai.

A mãe levou o menino ao município brasileiro vizinho de Porto Murtinho (468 km de Campo Grande), mas o hospital da cidade não tinha encubadora, segundo informou a Santa Casa.

A criança, que sofria de insuficiência respiratória, foi levada então à Santa Casa de Campo Grande na madrugada do dia 7 de outubro.

Após passar por unidades de tratamento intensivo, o bebê foi liberado para ficar na enfermaria, mas a mãe já havia deixado o país. Nenhum parente procurou o menino no hospital.

O setor de serviço social da Santa Casa comunicou o caso nesta terça-feira ao Consulado do Paraguai em Campo Grande que deve tentar localizar a mãe do menino.

Sem escolta

Segundo a PF, não é um caso de expulsão, pois a mãe da criança não foi escoltada até a fronteira e ainda poderia contestar a notificação feita pelos policiais federais e tentar permanecer em Campo Grande.

Ela pode voltar ao Brasil desde que apresente a sua carteira de identidade à PF. Ela não havia feito o procedimento e, por isso, estava ilegal no país.

Mesmo se apresentando, precisará resolver o problema com uma multa de R$ 165,55 aplicada pela PF no dia da operação que resultou na saída dela do país.

Especial
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