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06/12/2004
-
22h47
MAURÍCIO SIMIONATO
da Agência Folha, em Campinas
A mãe de uma criança de sete anos registrou boletim de ocorrência no qual acusa uma professora de usar fita crepe para calar o aluno em sala de aula, na escola estadual Natanael Silva, em Várzea Paulista (63 km a noroeste de São Paulo).
Outras duas mães de alunos da mesma classe --1ª série ensino do fundamental-- afirmam que seus filhos também tiveram a boca fechada com fita crepe no mesmo dia e já registraram queixas na diretoria de ensino da cidade.
A professora admitiu, por meio da diretoria da escola, ter usado a fita crepe, mas diz que agiu por brincadeira. Ela afirmou que os três alunos permaneceram menos de três minutos com a fita na boca.
O diretor da escola, Eduardo Maffasoli, disse nesta segunda-feira que a professora admitiu a ele ter feito a punição por brincadeira. "Ela agiu de forma errada. Como diretor não posso tolerar esse tipo de atitude. Mas ela alega que fez por brincadeira, e não podemos crucificá-la."
A professora continua a dar aulas na escola e responderá a uma comissão de averiguação preliminar coordenada por dirigentes de ensino regional.
O boletim de ocorrência foi registrado no dia 2 de dezembro, e o caso ocorreu há 15 dias. A Polícia Civil abriu inquérito e começa a ouvir os envolvidos nesta semana.
"Vamos apurar a acusação de maus-tratos. A detenção vai de um mês a um ano em caso de condenação. No entanto, nesse caso, pode ser aplicada uma pena de serviços prestados à comunidade, se condenada", disse o delegado Hamilton de Souza, que pretende concluir o inquérito em dez dias.
Crepe
De acordo com a mãe que registrou o boletim de ocorrência, o menino pediu para apanhar uma borracha que caiu no chão e foi advertido pela professora. Ela diz que a professora mandou o menino "calar a boca", mas, como ele pediu novamente, teve a boca colada com fita crepe.
A mãe afirmou ainda que seu filho contou que foi ameaçado pela professora para não falar aos pais sobre a punição aplicada.
As outras duas crianças --uma menina e um menino de sete anos-- também foram castigados, segundo suas famílias, porque questionaram a professora sobre uma lição que não haviam compreendido.
Outro lado
A professora afirmou, por meio da direção da escola, que agiu por brincadeira e que pedia silêncio aos alunos quando colou uma fita crepe na boca de três alunos.
Segundo o diretor da escola, a professora relatou por escrito a ele que não tinha a intenção de agredir os alunos. "Ela pediu silêncio, e os alunos continuaram a falar. Ela brincou que colocaria uma fita crepe na boca deles", disse o diretor.
Em seguida, de acordo com o diretor, a professora disse que alguns alunos zombaram dela e disseram duvidar que ela colaria a boca deles com fita crepe. Segundo Maffasoli, a professora colou a boca de um aluno e outros dois alunos riram naquele momento e, por isso, também tiveram a boca "colada".
"A direção não aprova esse tipo de atitude, e ela [professora] foi advertida por escrito. Ela me disse até que nunca tinha feito isso e que pediu para que os alunos contassem para as mães que fez a brincadeira", disse o diretor.
Estado
A Secretaria Estadual da Educação informou nesta segunda-feira, por meio de sua assessoria de imprensa, que foi formada uma comissão de averiguação preliminar para apurar a acusação das famílias.
De acordo com o Estado, supervisores de ensino têm 30 dias para ouvir os envolvidos e concluir um relatório para a coordenação regional de ensino.
A comissão pode decidir por arquivar o caso ou instaurar uma sindicância. Segundo a assessoria, a ação da professora, caso comprovada, não está de acordo com a filosofia de pedagogia da secretaria.
Especial
Leia o que já foi publicado sobre castigos em crianças
Mãe acusa professora de usar fita crepe para calar aluno em SP
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da Agência Folha, em Campinas
A mãe de uma criança de sete anos registrou boletim de ocorrência no qual acusa uma professora de usar fita crepe para calar o aluno em sala de aula, na escola estadual Natanael Silva, em Várzea Paulista (63 km a noroeste de São Paulo).
Outras duas mães de alunos da mesma classe --1ª série ensino do fundamental-- afirmam que seus filhos também tiveram a boca fechada com fita crepe no mesmo dia e já registraram queixas na diretoria de ensino da cidade.
A professora admitiu, por meio da diretoria da escola, ter usado a fita crepe, mas diz que agiu por brincadeira. Ela afirmou que os três alunos permaneceram menos de três minutos com a fita na boca.
O diretor da escola, Eduardo Maffasoli, disse nesta segunda-feira que a professora admitiu a ele ter feito a punição por brincadeira. "Ela agiu de forma errada. Como diretor não posso tolerar esse tipo de atitude. Mas ela alega que fez por brincadeira, e não podemos crucificá-la."
A professora continua a dar aulas na escola e responderá a uma comissão de averiguação preliminar coordenada por dirigentes de ensino regional.
O boletim de ocorrência foi registrado no dia 2 de dezembro, e o caso ocorreu há 15 dias. A Polícia Civil abriu inquérito e começa a ouvir os envolvidos nesta semana.
"Vamos apurar a acusação de maus-tratos. A detenção vai de um mês a um ano em caso de condenação. No entanto, nesse caso, pode ser aplicada uma pena de serviços prestados à comunidade, se condenada", disse o delegado Hamilton de Souza, que pretende concluir o inquérito em dez dias.
Crepe
De acordo com a mãe que registrou o boletim de ocorrência, o menino pediu para apanhar uma borracha que caiu no chão e foi advertido pela professora. Ela diz que a professora mandou o menino "calar a boca", mas, como ele pediu novamente, teve a boca colada com fita crepe.
A mãe afirmou ainda que seu filho contou que foi ameaçado pela professora para não falar aos pais sobre a punição aplicada.
As outras duas crianças --uma menina e um menino de sete anos-- também foram castigados, segundo suas famílias, porque questionaram a professora sobre uma lição que não haviam compreendido.
Outro lado
A professora afirmou, por meio da direção da escola, que agiu por brincadeira e que pedia silêncio aos alunos quando colou uma fita crepe na boca de três alunos.
Segundo o diretor da escola, a professora relatou por escrito a ele que não tinha a intenção de agredir os alunos. "Ela pediu silêncio, e os alunos continuaram a falar. Ela brincou que colocaria uma fita crepe na boca deles", disse o diretor.
Em seguida, de acordo com o diretor, a professora disse que alguns alunos zombaram dela e disseram duvidar que ela colaria a boca deles com fita crepe. Segundo Maffasoli, a professora colou a boca de um aluno e outros dois alunos riram naquele momento e, por isso, também tiveram a boca "colada".
"A direção não aprova esse tipo de atitude, e ela [professora] foi advertida por escrito. Ela me disse até que nunca tinha feito isso e que pediu para que os alunos contassem para as mães que fez a brincadeira", disse o diretor.
Estado
A Secretaria Estadual da Educação informou nesta segunda-feira, por meio de sua assessoria de imprensa, que foi formada uma comissão de averiguação preliminar para apurar a acusação das famílias.
De acordo com o Estado, supervisores de ensino têm 30 dias para ouvir os envolvidos e concluir um relatório para a coordenação regional de ensino.
A comissão pode decidir por arquivar o caso ou instaurar uma sindicância. Segundo a assessoria, a ação da professora, caso comprovada, não está de acordo com a filosofia de pedagogia da secretaria.
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