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05/01/2005 - 15h22

Peritos analisam ossos achados em possível cativeiro de jornalista

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da Folha Online

Peritos do setor de antropologia do IML (Instituto Médico Legal) vão analisar os fragmentos de ossos encontrados em uma casa em Capão Redondo, zona sul de São Paulo, que teria servido de cativeiro para o jornalista e empresário Ivandel Godinho Júnior, seqüestrado em outubro de 2003.

O material, queimado, poderá auxiliar a polícia a constatar se o jornalista morreu.

A primeira etapa do trabalho do IML será identificar se os ossos são de um ser humano. Depois, os peritos tentarão extrair material para analisar se o DNA é compatível com familiares de Godinho Júnior.

Reprodução
Ivandel Godinho
A análise --que poderá durar meses-- só será possível, segundo peritos, se os ossos estiverem em bom estado. Caso contrário, a polícia deverá, com uma ordem judicial, solicitar a análise mais profunda do material em laboratórios fora do país.

A análise dos fragmentos dos ossos é a principal prova que a polícia precisa para confirmar a morte do jornalista.

Três suspeitos de envolvimento no seqüestro foram presos na terça-feira. Eles disseram, durante interrogatório, que Godinho Júnior tentou fugir duas vezes do cativeiro. Em uma delas, foi ferido com uma paulada na cabeça. O jornalista não foi socorrido e morreu, relataram os suspeitos.

Como não há prova material do assassinato, a polícia vê com ressalvas as informações passadas pelo trio.

Seqüestro

Godinho Júnior foi rendido em 22 de outubro de 2003 em um semáforo próximo à avenida Brigadeiro Faria Lima.

Levado ao cativeiro, ele teria morrido no 10º dia em que estava nas mãos dos seqüestradores. O corpo da vítima teria sido queimado junto com pneus. Mesmo assim os criminosos pediram resgate à família da vítima, que pagou R$ 150 mil ao grupo em 10 de janeiro de 2004.

Após o pagamento, a família não teve mais informações sobre o jornalista e passou, por meio da mídia, a pedir notícias do empresário.

Prisão

Na noite da última terça-feira, policiais da Seccional de Santo Amaro prenderam o trio. O caso, no entanto, é investigado pela DAS (Delegacia Anti-Seqüestro).

Um dos acusados, de 17 anos, foi encaminhado para a Febem. Os outros dois tiveram a prisão temporária de 30 dias decretada pela Justiça. Eles seriam responsáveis por cuidar do cativeiro.

Policiais da DAS procuram por outros três homens que seriam os responsáveis por terem seqüestrado o jornalista na Faria Lima. Um deles, identificado como Sidney Correia, seria o mentor do crime.

Protesto

Em 12 de julho do ano passado, a família de Godinho Júnior realizou, com a família do jornalista Leonardo Blaz Cicoti, assassinado dias antes, uma Missa pela Paz, Contra a Violência e pela Valorização da Vida.

Em 22 de outubro de 2004, um ano após o seqüestro, cerca de 400 pessoas participaram de um ato organizado por amigos e familiares do jornalista.

A passeata partiu do prédio sede da In Press Assessoria de Comunicação, de propriedade de Godinho Júnior, na avenida Faria Lima, e seguiu pela avenida até a praça Morungaba, em Pinheiros (ambas na zona oeste de São Paulo).

Os participantes da manifestação usavam camisetas brancas com palavras em azul que transmitiam idéia de paz e carregavam cartazes com a foto de Godinho Júnior e a expressão "sem resposta", em referência à falta de informações sobre o caso.

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