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06/01/2005 - 00h31

Peças sacras furtadas são devolvidas após 50 anos em MG

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PAULO PEIXOTO
da Agência Folha, em Belo Horizonte

A igreja de São José da Lagoa, construída em 1754 em Nova Era (MG), recebeu de volta quatro peças sacras do século 18 que tinham sido furtadas há cerca de 50 anos. A recuperação de três crucifixos e de uma imagem de são Sebastião, todos em madeira, aconteceu de forma inusitada: no confessionário da igreja.

Há quatro meses, uma pessoa chegou à igreja para se confessar com o padre Eugênio Ferreira de Lima. Foi quando informou ter a posse das peças furtadas há meio século e disse que queria devolvê-las.

"Assim foi feito. A pessoa voltou com três pacotes contendo as peças e deixou na igreja", disse o padre Eugênio Lima, que preserva a identidade do confessor, já que o segredo da confissão é um dos sacramentos da Igreja Católica. O padre não se interessou em saber se a pessoa que devolveu foi a autora do furto. "Não foram feitas perguntas."

O religioso disse que estava "esperando passar o período político [eleições]" para fazer a comunicação à comunidade e ao Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional), para que as peças sejam catalogadas.

Como não há registros das peças e do furto ocorrido na metade do século passado, surgiram dúvidas se os crucifixos e a imagem pertenceriam mesmo à igreja de São José da Lagoa. A certeza veio, segundo o padre, com a sobreposição de uma parte da face do Cristo em um dos crucifixos.

Em recente restauração da igreja, o historiador Eustáquio Silva encontrou sob o piso de madeira da capela-mor parte da face de Cristo. E o objeto foi guardado. Em um dos crucifixos devolvidos, a face do Cristo em gesso destoava do restante da peça. Silva retirou o material e experimentou a peça de madeira que havia encontrado. "Encaixou direitinho", contou o padre.

As peças são atribuídas ao artista Francisco Vieira Servas, que projetou a igreja no século 18, construiu os altares e fez as pinturas dos tetos. A igreja de São José da Lagoa foi tombada pelo patrimônio nacional em 1940.

Em abril de 2003, a igreja foi assaltada. Uma imagem em madeira de Nossa Senhora do Rosário foi recuperada, mas um crucifixo e outros objetos, não. Atualmente a igreja possui alarme e outros equipamentos de segurança.

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